Lamentáveis – para o dizer o mínimo – as imagens da repressão neste fim de semana contra os cidadãos que protestavam no Chile, na passagem esta semana dos 40 anos da ditadura Pinochet. Eles tomaram as ruas de Santiago em uma manifestação mais do que legítima: promoviam um grande ato contra o golpe de 11 de setembro de 1973, que derrubou o governo democrático do presidente Salvador Allende e instalou 17 anos de ditadura militar no país.
Mas, para além da inadmissível violência das forças policiais do governo de direita do presidente Sebastian Piñera, atual presidente chileno que conta com pífia aprovação popular, pela primeira vez na História, juízes, desembargadores e ministros reconheceram oficialmente os erros cometidos naquele período.
A Associação Nacional dos Magistrados do Poder Judiciário do Chile veio à público pedir perdão pela “omissão” durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). De acordo com o texto, cerca de 5 mil pedidos de proteção para desaparecidos ou presos ilegais foram rejeitos naquela época pelos tribunais chilenos.
“Chegou a hora de pedir perdão às vítimas, aos seus parentes e à sociedade chilena”, afirma o documento dos magistrados. Estima-se que mais de 2.300 chilenos que se opuseram à ditadura foram mortos, a soma dos desaparecidos políticos no país, ultrapassa o número de 700 pessoas, 40 mil foram presos e milhares deles barbaramente torturados.
Daí a pergunta que não quer calar: e nós? E quanto ao Brasil? Quando nossas Forças Armadas e o nosso Judiciário vão se desculpar por crimes e omissões durante a ditadura brasileira perante a Nação? Quando?
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