Acessos

quinta-feira, 26 de março de 2015

Manifestação de professores mobiliza cerca de 5 mil participantes em Manaus


Iniciada por volta de 8h30 da manhã desta quinta-feira, a manifestação de professores das redes estadual e municipal de ensino na capital amazonense, na Zona Centro-Oeste, fechou o cruzamento da avenida Constantino Nery com a avenida Pedro Teixeira, causando grande retenção no trânsito.



Segundo estimativas da Associação Movimento de Luta dos Professores de Manaus (Asprom), pelo menos cinco mil pessoas participam do protesto. Os manifestantes reivindicam, além de reajuste salarial de 20%, direitos trabalhistas emelhores condições de trabalhos nas escolas, incluindo segurança para docentes e alunos.



Essa é a segunda manifestação dos professores neste mês. Dia 18 o grupo também realizou protesto em frente às sedes dos governos estadual e municipal, na Compensa, Zona Oeste, mas até a data de hoje não obteve respostas.

A quem interessa sangrar a presidenta? - por Paulo Teixeira*


O povo brasileiro reelegeu Dilma Rousseff em eleições limpas, por maioria, segundo as regras constitucionais. Dilma disputou as eleições legitimamente, apoiada numa coligação de partidos e representando um projeto de governo caracterizado pela ideia de mais mudanças — um programa que foi aprovado nas urnas pela população.

Às vésperas da eleição, uma revista semanal publicou uma calúnia contra a presidenta, falsa e sensacionalista, numa tentativa de fortalecer o movimento de golpe. A referida calúnia se comprovou agora, quando Procuradoria Geral da República e Supremo Tribunal Federal confirmam que não há qualquer acusação contra a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações em curso.

Confirmada a vitória de Dilma, um dos partidos de oposição pediu recontagem dos votos, sem nada mostrar de concreto que pudesse diminuir o processo eleitoral. Depois disso, partidos de oposição, alguns dos quais foram às ruas anos atrás lutar por eleições diretas, hoje namoram a direita neste País. Em trinta anos, trocaram a Diretas Já pela Direita Já. A direita que quer fazer a ruptura democrática; a direita que quer o golpe; a direita que não tem proposta. A direita que tem como única proposta criar um impasse neste País.

Essa postura e esse discurso ressuscitam Carlos Lacerda quando o ex-governador da Guanabara dizia, referindo-se ao adversário Getúlio Vargas: “Não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos impedi-lo de governar.”

Foi o que fizeram com Getúlio Vargas e também com João Goulart. E alguns democratas, que, há 30, 40 ou 50 anos se insurgiram contra a ditadura, hoje não hesitam em dizer que seu objetivo é sangrar a presidenta da República.

Como antes, é preciso resistir. Resistir ao golpe e às investidas daqueles que não têm compromisso com o processo democrático. Nós vamos continuar a governar este país para continuar a gerar emprego, como estamos fazendo. Estamos governando este país para distribuir renda. Estamos governando este país para levar os jovens à universidade. Estamos governando este país para levar mais médicos a quem precisa. Como disse Bresser-Pereira, eles têm ódio do PT porque o PT defende os pobres. Como destacaram Luiz Fernando Veríssimo e Juca Kfouri, eles têm ódio das mudanças neste país.

No último domingo, houve um protesto com panelas. Não de brasileiros com panelas vazias, mas daqueles que têm as panelas cheias. Eles podem protestar, é da democracia. O que não faz sentido é serem seletivos nos argumentos. A esses, não interessa a lista de investigados da Lava Jato, o “nada consta” sobre a presidenta Dilma, a independência da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República, o fato de a presidenta ter afastado da Petrobras os diretores suspeitos de cometer ilícitos. O que não faz sentido é os mesmos democratas que lutaram contra a ditadura adotarem agora a agenda da direita, recuperarem Carlos Lacerda e investirem numa estratégia golpista.

Chamamos para o diálogo a oposição. Dialoguemos numa agenda de reforma política, desenvolvimento econômico e equilíbrio social, porque essas são bandeiras da presidenta Dilma Rousseff e daqueles que sustentam seu governo. Mas não vamos aceitar essa via da ruptura democrática, a via do golpe, a via daqueles que não querem deixar governar para criar um impasse. Não sangrarão a presidenta Dilma Rousseff. O povo que votou nela no dia 5 de outubro e, depois, no dia 26 de outubro, estará nas ruas na defesa da presidenta.

Não é no impasse que nós vamos governar este país. Governaremos este país no debate elevado de propostas políticas, cuja existência não vejo na oposição, no debate elevado do combate à corrupção e da punição dos responsáveis. Para continuar aprofundando a democracia brasileira.

* Paulo Teixeira é deputado federal pelo PT-SP

PSDB exigiu R$ 10 milhões para não ter CPI em 2010


A presidência do PSDB, através de seu titular, o senador por Pernambuco, Sergio Guerra, já falecido, exigiu um total de R$ 10 milhões como propina, ao diretor da Petrobras e atual delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa, para sabotar uma CPI que investigaria a Petrobras já em 2010.

A denúncia do delator consta de um vídeo gravado em fevereiro deste ano pela Procuradoria Geral da República e só agora liberado. Ou pelo menos só agora divulgado pela mídia conservadora. Ainda não está claro quem segurou essa filmagem até agora.

Nela, o delator Paulo Roberto Costa, até agora tratado com deferência de estadista pelo colunismo conservador, detalha as negociações e afirma incisivo: a iniciativa de propor o pagamento da robusta soma em propina partiu do Presidente do PSDB. O dinheiro foi repassado ao partido tucano por meio do empresário lldefonso Colares, da empreiteira Queiroz Galvão -- com sede no mesmo Estado do senador Sergio Guerra, Pernambuco.

"'Serviço realizado; a CPI não foi feita", afirmou Costa.

STF abre inquérito contra presidente nacional do DEM acusado de receber propina


O Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot e decidiu abrir inquérito contra o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN).

O parlamentar potiguar é acusado de receber R$ 1 milhão em propina, em 2010, para favorecer um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular em seu Estado, conforme denúncia feita em delação premiada pelo empresário George Olímpio, do Rio Grande do Norte. Agripino participou em Brasília do protesto do dia 15 pp. contra a corrupção e o governo Dilma.

O esquema do qual ele é acusado de favorecer é investigado pela Operação Sinal Fechado desde 2011, mas o caso só chegou agora ao STF. A ministra relatora, Carmem Lúcia decidiu mandar abrir inquérito. Segundo o autor da ação inicial, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN), Olímpio montou um esquema que envolvia as principais autoridades locais para aprovar uma lei que criava o sistema de inspeção veicular no Estado.

Mas, segundo a denúncia, a lei foi votada sem obedecer aos trâmites legais. Aos promotores, o empresário George Olímpio denunciou que faziam parte do esquema, também, a ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB); o filho dela, Lauro Maia; o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PMDB); e o ex-governador Iberê Ferreira (PSB). Todos negam envolvimento no caso. Iberê morreu de câncer em setembro pp.

No depoimento em delação premiada o empresário detalhou que o acerto com Agripino foi feito em Natal, na cobertura residência do senador. “A informação que temos é que você deu R$ 5 milhões para a campanha do Iberê”, teria dito Agripino, na época candidato à reeleição. Olímpio disse ter respondido que doou R$ 1 milhão e prometeu entregar R$ 200 mil imediatamente ao senador do DEM e outros R$ 100 mil na semana seguinte. “Aí ficam faltando R$ 700 mil”, teria retrucado Agripino. O empresário interpretou o comentário como “chantagem”. “O R$ 1,15 milhão foi dado em troca de manter a inspeção”, alegou Olímpio.

Quando foi divulgado (pelo Fantástico, da rede Globo, no início do ano) o vídeo da delação premiada, o presidente do DEM confirmou ter recebido Olímpio tanto em sua cobertura em Natal quanto em seu apartamento em Brasília porque o empresário é “parente de amigos” de seu pai.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Publicado decreto de convocação da 5ª Conferência Nacional de SAN


A presidenta da República, Dilma Rousseff, assinou nesta quinta-feira (5) o decreto de convocação da 5ª.Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional a ser realizada nos dias 3 a 6 de novembro deste ano, em Brasília. O documento foi publicado nesta sexta-feira (6) no Diário Oficial da União (DOU). A conferência será coordenada pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

O lema da 5ª. Conferência será "Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar". O objetivo principal do encontro é ampliar e fortalecer os compromissos políticos para a promoção da soberania alimentar e para garantir a todos o direito humano à alimentação adequada, assegurando a participação social.

Antes da Conferência Nacional, serão realizadas conferências municipais e estaduais como encontros preparatórios. Em janeiro, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) enviou aos estados e municípios o comunicado nº 001/2015, que contém as informações gerais sobre a 5ª Conferência Nacional. O documento enviado pelo Consea contém informações sobre a convocação das conferências, quem convoca e quem custeia, entre outras orientações.

Quem quiser contribuir com a visão do que é comida de verdade, procure o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da sua cidade e saiba como participar. Novas ideias podem virar soluções capazes de melhorar a vida de milhões de pessoas!

Fonte: Ascom/Consea

quinta-feira, 5 de março de 2015

Secretaria de Ciência e Tecnologia do Amazonas é extinta após votação na Assembleia Legislativa.

foto legenda
A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) foi extinta do Amazonas na manhã desta quinta-feira (5) durante votação na Assembleia Legislativa. A maioria dos deputados votou favorável ao projeto de reforma administrativa do Governo do Estado que tornava a Secti em um setor dentro da nova e “super” Seplan.
Foram 16 votos a favor e cinco contra, e um voto não foi computado. A votação da proposta ocorreu em sessão com a presença de membros da comunidade científica, que desaprovaram a medida do governo. A partir de agora, as ações de C&T serão de responsabilidade de um departamento na Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia.
Os deputados que votaram contra a extinção da Secti foram José Ricardo (PT), Luiz Castro (PPS), Vicente Lopes (PMDB), Wanderley Dallas (PMDB) e Sinésio Campos (PT). O voto de Alessandra Campelo (PCdoB), também contrário à extinção da Secti, não foi computado. Todos os outros votaram a favor. Serafim (PSB) não compareceu à sessão.
Fonte: http://acritica.uol.com.br/noticias/Secretaria-Tecnologia-Amazonas-Assembleia-Legislativa_0_1315068484.html

Waldemir requer a presença dos secretários da Semsa e Semed para darem explicações sobre a situação das comunidades ribeirinhas


Para darem explicações acerca dos graves problemas que afetam os aparelhos públicos municipais das comunidades ribeirinhas especificamente as escolas e as unidades de saúde, o vereador Waldemir José (PT) protocolizou na manhã de quarta-feira (4), requerimento convocando os secretários municipais de educação e de saúde. De acordo com o autor da proposta, “a situação que as famílias ribeirinhas vivem é lastimável, portanto não dá mais para esperar”. 

Em visita realizada nos meses de dezembro de 2013, janeiro e fevereiro deste ano, para fiscalizar a situação em que se encontra a zona rural do município de Manaus, às margens dos rios Negro e Solimões, Waldemir constatou que muitas escolas e unidades de saúde parecem viver ainda no passado, quase abandonadas pelo Poder Público, desrespeitando o direito à educação e à saúde das famílias que moram nessa região. 

Entre os graves problemas que o vereador encontrou na fiscalização, ele destaca a ausência de gestor em praticamente todas as escolas visitadas, escolas em construção há mais de três anos, equipamentos de informática encaixotados também há mais de 3 anos esperando instalação, trabalhadores terceirizados estão sem receber o 13º salário e o salário do mês, crianças fora da escola, a falta de medicamento, a falta de médico, a falta agentes comunitários de saúde, a falta materiais básicos e até mesmo a falta postos de saúde.

“A questão da saúde e da educação nessas comunidades é dramática. Se aqui na capital não temos política de saneamento básico imagina nesses lugares”, concluiu Waldemir.

Esses e outros graves problemas que foram relatados na Câmara Municipal pelo parlamentar são gravíssimos, o que exige o debate e a explicação da Prefeitura a respeito dessa situação. 

Fonte: Assessoria de Comunicação

GESTÃO TUCANA EM MANAUS: Fiscal flagra estacionamento particular recebendo asfalto desviado da Prefeitura.


Na tarde do último sábado (28), a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), registrou Boletim de Ocorrência no 10° Distrito Integrado de Polícia, denunciando suposto desvio de aproximadamente cinco toneladas de massa asfáltica que estariam sendo utilizadas no asfaltamento do estacionamento de uma propriedade particular, no bairro da Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus. 

A suposta irregularidade foi detectada por um fiscal da Seminf que almoçava em um restaurante localizado na área e, imediatamente, acionou os gestores da secretaria.

O caso foi encaminhado ao 10° DIP, que instaurou inquérito, ouviu as partes envolvidas e deve concluir as investigações num prazo previsto de 30 dias, de acordo com o delegado plantonista Edney Marques.

Fonte: http://portaldozacarias.com.br/site/noticia/FISCAL-FLAGRA-ESTACIONAMENTO-PARTICULAR-RECEBENDO-ASFALTO-DESVIADO-DA-PREFEITURA/

quarta-feira, 4 de março de 2015

PSDB não apoia CPI do HSBC e nem apuração da era FHC na Petrobras


É uma vergonha, mas nenhum senador do PSDB assinou o pedido de CPI do HSBC, a ser constituída no Senado para levantar a lista de brasileiros no escândalo Swissleaks. A CPI vai apurar os nomes dos brasileiros que tinham contas secretas na agência do banco na Suíça para sonegar impostos e promover uma das maiores evasões fiscais que já sangraram o Brasil.Os 14 senadores do PT subscrevem o pedido de CPI do HSBC protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) na Mesa do Senado

Para o país, além do Swissleaks, é simplesmente um novo escândalo essa posição contrária do PSDB a CPI do HSBC. Tão grande, ou equivalente ao que os tucanos protagonizam no Senado em relação à 3ª CPI da Petrobras, impedindo que a investigação se estenda ao período FHC (1995-2002) em que a estatal foi gerida pelos governos do PSDB.

A obstrução do PSDB nos dois casos – da CPI do HSBC e da investigação da gestão tucana na Petrobras – ao que tudo indica conta com o apoio de muitos dos grandes veículos da mídia.

O Ministério da Fazenda estuda alternativas à taxação sobre grandes fortunas


O Ministério admitiu que a equipe econômica trabalha numa alternativa ao imposto sobre grandes fortunas para aumentar a arrecadação federal e ao mesmo tempo atender a cobrança do PT por medidas de ajuste fiscal que tributem mais os ricos.

Mas, segundo levantamento publicado pela imprensa, a tributação de doações e heranças gera hoje uma receita minúscula no país. Desconhecido da grande massa de contribuintes, o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) já é um imposto cobrado pelos Estados e pelo Distrito Federal. Apesar de sua arrecadação vir crescendo nos últimos anos, ela ainda é irrelevante: somou R$ 4,4 bi em 2013, em valores corrigidos, o equivalente a apenas 0,24% da carga tributária do país, que então passava de R$ 1,8 trilhão.

Além de proporcionar baixa arrecadação, o ITCMD apresenta um seríssimo problema adicional: para sofrer alterações o governo terá que encontrar uma fórmula que evite a configuração de bitributação, já os Estados e o Distrito Federal já cobram sobre essas operações.

Conforme o pesquisador Pedro de Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o ITCMD “tem arrecadação irrisória, devido às baixas alíquotas, elevada concessão de isenções e problemas administrativos”.

O trabalho do pesquisador analisava as propostas de criação de um Imposto sobre Grandes Fortunas, federal, já autorizado pela Constituição de 1988.

Se abandonar a anunciada disposição de instituir taxação sobre grandes fortunas, o Brasil vai na contramão do mundo. Esse tipo de tributação já é ou vem sendo adotado na maioria dos países. No Brasil sua implantação se arrasta desde os anos 80 da década passada. Projetos com a proposta apresentados naquela época, foram engavetados, e nunca tiveram chance de tramitação.

segunda-feira, 2 de março de 2015

O meteoro Eduardo Cunha - Por Alberto Dines


Bastou um mês de atuação para que o novo presidente da Câmara dos Deputados exibisse o seu arsenal de atributos como caudilho, oligarca e cacique. Junto, mostrou como funciona uma blitzkrieg política em ambientes dominados pela inércia. Exemplo perfeito das virtudes do voluntarismo onde campeia a apatia. A supremacia da onipotência sobre a impotência, do mandonismo escancarado sobre desmandos sussurrados.

Führer típico, determinado, ídolo dos medíocres, aliado predileto dos pusilânimes. No mostruário de lideranças fornecido pela Revolução Francesa, situa-se entre Georges Danton, o demagogo audacioso e Joseph Fouché, o conspirador-manipulador, eterno sobrevivente, sacerdote capaz de fingir-se ateu para ganhar mais poder. Comparado com antigos parceiros como Collor e Garotinho, é um profissional padrão “Intocável”, tal como Daniel Dantas e outros ex-associados.

Eduardo Cunha é, neste exato momento, o político mais poderoso do país. Muito mais eficaz do que o partido que elegeu e reelegeu os dois últimos presidentes, mais safo e esperto do que o presidente honorário da sua agremiação e vice-presidente da República -- com uma só cartada converteu Michel Temer em volume-morto e a presidente reeleita, a durona Dilma Rousseff, em figura decorativa. 

Quando operava na esfera estadual metia-se em constantes trapalhadas, chegou a sofrer um atentado e foi acusado de fazer negócios com famoso narcotraficante. Carioca que joga pesado, não brinca em serviço, foi quem descobriu um erro na documentação eleitoral do animador Sílvio Santos e assim tirou-o da corrida presidencial.

Ao ingressar na esfera federal (2003), percebeu o alcance dos novos holofotes, mudou o estilo, guardou a metralhadora, passou a servir-se de fuzis de precisão -- não errou um tiro. Em apenas 12 anos, foi alçado ao Olimpo. O ex-presidente Lula não ousa desafiá-lo: recomendou publicamente à sucessora uma reconciliação.

Forte candidato a converter-se no primeiro déspota parlamentar, símbolo das deformadas democracias representativas do século XXI que fundiram o corporativismo de Mussolini com um bolchevismo de direita, messiânico. Preside a Casa do Povo, mas não consegue esconder a forte vocação autoritária e o gosto pelo exercício do poder absoluto. Já passou por três partidos -- PRN, PPB-PP e PMDB, este o mais “progressista”. Na verdade é um espécime legítimo da era pós-ideológica, conservador, populista que poderá até proclamar-se parlamentarista para mais rapidamente tomar o poder.

Sua adesão ao ideário evangélico e a obsessão em implementa-lo a qualquer preço, faz dele um exemplar calvinista. Como operador, porém, prefere a lógica do capitalismo.

A promessa de impedir qualquer tentativa de regulação da mídia (como deseja parte do PT), nada tem de devoção à liberdade de imprensa. Qualquer projeto que corrija distorções no sistema midiático, por mais leve que seja, passaria obrigatoriamente pela anulação de concessões de rádio e TV a parlamentares e pela proibição de cultos religiosos nas emissoras de TV aberta – largamente utilizados por confissões religiosas, especialmente evangélicas. Na última semana criou um comissariado para unificar a orientação dos diversos veículos da Câmara (jornal diário, rádio, portal e TV).

Além das obsessões e preparo físico, ostenta um desembaraço verbal de radialista, suficiente para não cometer gafes grosseiras. Engravatado, certinho, sem barba nem bigode, óculos leves, passa a imagem de confiável, protetor, bom vizinho, bom burguês, capaz de sonhar com rupturas, mas não com o caos. Numa coleção de dez fotos tomadas já na presidência da Câmara, cinco delas mostravam-no com a mão na boca, truque que até jogar de futebol apreendeu para não ser surpreendido por experts em linguagem labial.

Meteoro fascinante para acompanhar, preocupante como dono do poder.

Manifesto alerta para os riscos da campanha contra a Petrobras


“A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia. Há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas”.

A denúncia acima é parte de um texto de fundamental leitura assinado por lideranças do movimento social e por intelectuais que alertam a sociedade brasileira para os riscos que a Petrobras e o país como um todo estão correndo diante dessa sórdida campanha de linchamento da estatal brasileira.

Confiram abaixo o alerta:

O que está em jogo agora

A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.

Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais. 

Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.

Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.

Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.

O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.

Às agressões humanas, a Terra responde com flores - Por Leonardo Boff*


Mais que no âmago de uma crise de proporções planetárias nos confrontamos hoje com um processo de irreversibilidade. A Terra nunca mais será a mesma. Ela foi transformada em sua base físico-química-ecológica de forma tão profunda que acabou perdendo seu equilíbrio interno. Entrou num processo de caos, vale dizer, perdeu sua sustentabilidade e afetou a continuação do que, por milênios, vinha fazendo: produzindo e reproduzindo vida.

Todo caos possui dois lados: um destrutivo e outro criativo. O destrutivo representa a desmontagem de um tipo de equilíbrio que implica a erosão de parte da biodiversidade e, no limite, a diminuição da espécie humana. Esta resulta ou por incapacidade de se adaptar à nova situação ou por não conseguir mitigar os efeitos letais. Concluído esse processo de purificação, o caos começa mostrar sua face generativa. Cria novas ordens, equilibra os climas e permite os seres humanos sobreviventes construírem outro tipo de civilização.

Da história da Terra aprendemos que ela passou por cerca de quinze grandes dizimações, como a do cambriano há 480 milhões de anos, que dizimou 80-90% das espécies. Mas por ser mãe generosa, lentamente, refez a diversidade da vida.

Hoje, a comunidade científica, em sua grande maioria, alerta-nos face a um eventual colapso do sistema-vida, ameaçando o próprio futuro da espécie humana. Todos podem perceber as mudanças que estão ocorrendo diante de nossos olhos. Grandes efeitos extremos: por um lado estiagens prolongadas associadas à grande escassez de água, afetando os ecossistemas e a sociedade como um todo, como está ocorrendo no sudesde de nosso país. Em outros lugares do planeta, como nos USA, invernos rigorosos como não se viam há decênios ou até centenas de anos.

O fato é que tocamos nos limites físicos do planeta Terra. Ao forçá-los como o faz a nossa voracidade produtivista e consumista, a Terra responde com tufões, tsunamis, enchentes devastadoras, terremotos e uma incontida subida do aquecimento global. Se chegarmos a um aumento de dois graus Celsius de calor, a situação é ainda administrável. Caso não não fizermos a lição de casa ao diminuirmos drasticamente a emissão de gases de efeito estufa e não reorientarmos nossa relação para com a natureza na direção da auto-contenção coletiva e de respeito aos limites de suportabilidade de cada ecossistema, então, prevê-se que o clima pode se elevar a quatro e até seis graus Celsius. Aí conheceremos a “tribulação da desolação” para usarmos uma expressão bíblica e grande parte das formas de vida que conhecemos não irão subsistir, inclusive porções da humanidade.

A renomada revista Science de 15 de janeiro de 2015 publicou um trabalho de 18 cientistas sobre os limites planetários (Planetary Bounderies: Guiding human development on a changing Planet). Identificaram nove dimensões fundamentais para a continuidade da vida e de nosso ensaio civilizatório. Vale a pena citá-las: (1) mudanças climáticas; (2) mudança na integridade da biosfera com a erosão da biodiversidadae e a extinção acelerada de espécies;(3) diminuição da camada de ozônio estratosférico que nos protege de raios solares letais;(4) crescente acidificação dos oceanos;(5) desarranjos nos fluxos biogeoquímicos (ciclos de fósforo e de nitrogênio, fundamentais para a vida);(6) mudanças no uso dos solos como o desmatamento e a desertificação crescente;(7) escassez ameaçadora de água doce;(8)concentração de aerossóis na atmosfera(partículas microscópicas que afetam o clima e os seres vivos); (9) introdução agentes químicos sintéticos, de materiais radioativos e nanomateriais que ameaçam a vida.

Destas nove dimensões, as quatro primeiras já ultrapassaram seus limites e as demais se encontram em elevado grau de degeneração. Esta sistemática guerra contra Gaia pode levá-la a um colapso como ocorre com as pessoas.

E apesar deste cenário dramático, olho em minha volta e vejo, extasiado, a floresta cheia de quaresmeiras roxas, fedegosos amarelos e no canto de minha casa as “belle donne” floridas, tucanos que pousam em árvores em frente de minha janela e as araras que fazem ninhos debaixo do telhado.

Então me dou conta de que a Terra é de fato mãe generosa: às nossas agressões ainda nos sorri com flora e fauna. E nos infunde a esperança de que não o apocalipse mas um novo gênesis está a caminho. A Terra vai ainda sobreviver. Como asseguram as Escrituras judeo-cristãs:“Deus é o soberano amante da vida”(Sab 11,26). E não permitirá que a vida, que penosamente superou caos, venha a desaparecer.

* Leonardo Boff é colunista do JB online, filósofo, teólogo e escritor.

Cresce esforço pró-reforma política. OAB e CNBB engajam-se na luta


Mais de uma centena de entidades populares representativas dos mais diversos movimentos sociais já engrossam a lista de organizações que vão intensificar a coleta de assinaturas para apresentar ao Parlamento um projeto de iniciativa popular sobre a reforma política. Esta semana a coalizão de entidades anunciou que fará um esforço concentrado dos dias 22 a 29 de março para recolher apoios em todo o País.

A proposta de reforma política defendida por estas entidades é semelhante ao texto de projeto de lei (PL 6316/13) que já tramita na Câmara.

No anúncio do esforço concentrado programado para a última semana de março, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raimundo Damasceno, prometeu o engajamento da entidade nessa luta.

“A igreja não se identifica com políticos ou com partidos, mas se propõe a trabalhar junto às instituições para promover o bem do povo brasileiro e do Brasil. Por isso, iremos incentivar a coleta de assinaturas nas paróquias durante o período da Campanha da Fraternidade”, informou. A Campanha da Fraternidade vai até o fim da Semana Santa.

Sistema político-eleitoral está esgotado e precisa ser reformulado

Na mesma cerimônia no Congresso Nacional, de anúncio do esforço concentrado, o representante nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Souza Neto, considerou que o atual sistema político-eleitoral brasileiro está esgotado e precisa ser reformulado. Nesse quadro, frisou Souza Neto, a questão do financiamento de campanhas eleitorais – hoje privado, feito por financiamento e doações de empresas – é o principal problema.

“As instituições não suportam mais o financiamento empresarial em campanhas eleitorais. Além de violar o princípio republicano da igualdade, ao desequilibrar as condições na disputa entre candidatos, traz custos ao cidadão, porque está na raiz de inúmeros casos de corrupção em todos os níveis de poder”, alertou o representante da OAB nacional.

Para Souza Neto, na situação vigente hoje, a empresa não faz doação, mas sim investimento. “Investem para obter retorno na forma de vantagens em processos regulatórios, em contratos e licitações, ou para obter favores junto ao Estado”, acusou ele.