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sábado, 12 de abril de 2014

ENFIM, A CPI DA PEDOFILIA - por José Ricardo*


Finalmente foi instalada a CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa (ALE), depois de muita pressão e indignação da sociedade, que não aceitava que a CPI fosse instalada somente no final do ano.

Várias manifestações de entidades e movimentos de mulheres estiveram por alguns dias nas galerias da ALE, cobrando posicionamento dos deputados, a imediata investigação dos casos de pedofilia e exploração sexual de crianças no Amazonas.

Portanto, a instalação da CPI é uma vitória da sociedade, que não aceita a pedofilia e os abusos e explorações contras as crianças e adolescentes, que não aceita a impunidade e quer justiça e punição dos criminosos abusadores.

Estarei fazendo parte da CPI como suplente. Aceitei participar porque estou na luta pelos direitos das crianças há muito tempo, no apoio a Pastoral da Criança, a Pastoral do Menor da Igreja Católica, no apoio aos conselhos tutelares e aos conselhos de direitos humanos e das crianças e adolescentes, as entidades que trabalham no amparo às vítimas da exploração de menores e de toda a rede de proteção, que envolve entidades do poder público.

Mas também porque entendo que como parlamentar, antes como vereador, e agora como deputado, não posso ficar calado diante desses crimes contra as crianças. Se ficarmos calados, mais crianças sofrerão abusos. Martin Luther King dizia: “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Não podemos ficar no silêncio.

Na primeira reunião da CPI, apresentei a proposta para que as investigações comecem com os casos de Coari, onde uma rede de pedofilia foi instalada, e até o prefeito estava envolvido, e também, aos casos de Manaus, deflagrados na chamada ‘Operação Estocolmo’, pois muitos empresários e mesmo um deputado estadual foram denunciados. Têm várias outras denúncias de Coari e Manaus que precisam ser apuradas.

Esta CPI não pode terminar em “pizza”. A sociedade vai e deve cobrar. Porque, afinal, a vida e os sonhos de inúmeras crianças estão nas mãos dela.

*Artigo publicado no jornal Dez Minutos, no dia 11/04/2014.

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