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terça-feira, 15 de abril de 2014

CASA AZUL DE MARABÁ: 22 pessoas foram mortas, quase todas ligadas a guerrilha do Araguaia.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) identificou sete imóveis usados como centros clandestinos pelos órgãos de repressão da ditadura militar. Entre os centros clandestinos apresentados pela CNV, seis eram ligados ao Exército.
O maior e mais equipado ficava em Marabá, no Pará. Era a chamada Casa Azul, onde 22 pessoas foram mortas, quase todas ligadas a guerrilha do Araguaia.

"O complexo da Casa Azul, no Sudeste do Pará, foi o maior centro de torturas e mortes de militantes políticos no período da ditadura militar (1964-1985). Pelas unidades do complexo em Marabá (Casa Azul), Xambioá (base de Xambioá) e São Domingos do Araguaia (base da Bacaba), podem ter passado cerca de cinco mil pessoas, a maioria moradores da região do Araguaia durante o período em que o Exército combateu a guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1974. É uma estimativa apenas feita a partir de informações obtidas por familiares de guerrilheiros, pesquisadores e jornalistas.

Depoimentos e documentos colhidos e revelados nos últimos anos mostram a importância da Casa Azul para a memória e a história recente do Brasil. Na sede do complexo, chamada Casa Azul, hoje uma repartição do DNIT em Marabá, morreram em sessões de tortura e interrogatório os guerrilheiros Ivo e Nunes. Ali também morreu executado o guerrilheiro João Goiano. A maioria dos 41 guerrilheiros fuzilados depois de presos pelos militares passou pela unidade de Marabá.

A unidade de Marabá ainda conserva suas características originais. A Bacaba hoje é uma fazenda particular. Da base de Xambioá restou apenas o terreno, que não voltou a ser ocupado. Com a urbanização das cidades do Araguaia, preservar as unidades do complexo da Casa Azul é uma forma de conservar um pedaço importante da história da região e do Brasil. Esses centros de tortura podem servir não apenas para a preservação de um capítulo trágico da vida brasileira, mas espaços de estudos e pesquisas numa área do País ainda carente de locais de memória."

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