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domingo, 20 de abril de 2014

65 anos de A CRÍTICA: “De mãos dadas com o povo”.

Umberto Calderaro tinha 22 anos quando iniciou o sonho de criar um jornal com a ajuda dos pais e amigos
Umberto Calderaro, grande empreendedor amazônida.
Idealizado em 1946 e fundado em 19 de abril de 1949, o jornal A Crítica completou ontem, sábado, 19, completou 65 anos.

Foi a partir da crença de Umberto Calderaro, na década de 1940, que o jornal A Crítica passou de uma pequena sala alugada na avenida Eduardo Ribeiro a uma das maiores redes de comunicação da região Norte.

Com duas máquinas de escrever e a força de trabalho dos pais e de amigos, Umberto Calderaro fez os primeiros ensaios do que seria A Crítica, ainda no ano de 1946. O primeiro obstáculo, a falta de recursos, adiou o sonho do jovem jornalista.

Outro desafio foi o cenário em que Umberto Calderaro iniciou sua caminhada, que era desanimador para qualquer atividade. Como todos os lugares do mundo, Manaus, em 1949, vivia os reflexos da Segunda Grande Guerra. As empresas deixavam a cidade, e a economia extrativista da borracha entrava de vez em declínio.

Somente a partir de 19 de abril de 1949 A Crítica passou a ser publicado de forma periódica, e o jornal tinha enfim uma sede: uma pequena sala alugada na avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus.

Além de uma esposa, o casamento com Ritta Araújo, em 1951, reservou a Umberto Calderaro também uma companheira dedicada a ajudá-lo a levar o jornal A Crítica para as ruas todos os dias. Foi a esposa do jornalista quem fez a primeira logomarca do jornal.

Em 1995, em uma carta, intitulada “Puxa, que luta”, Umberto Calderaro relembrou dos “dias difíceis”, e falou da aposta que fez no Estado, quando a escolha de muitos foi deixar esta terra. “Quando todos estavam pessimistas quanto ao futuro, dei uma lição de bom filho, de bom amigo, de bom companheiro do meu querido Amazonas”, escreveu o fundador de A Crítica, em trecho da carta.

Na mesma carta, Umberto Calderaro falou que a fé em Deus e o otimismo não o deixaram desistir do sonho, mesmo nos momentos em que chegava a perder o rumo de sua luta. “Lancei um jornal contando apenas com o apoio de meia dúzia de gráficos, sem dinheiro, sem crédito. Tive dias negros, chegando mesmo a perder, por vezes, a perspectiva de minha luta. Não sucumbi, porém. Sempre tive fé em Deus e sempre, por causa disto, fui otimista”, disse Umberto Calderaro.

O jornalista Umberto Calderaro era filho do artesão italiano Umberto Calderaro e da paraense Maria da Luz Moura. Os dois queriam que o filho fosse advogado. Mas o apoiaram desde o início a realizar o sonho de fazer jornalismo. Era Maria quem organizava e cobrava os jornaleiros. Enquanto o marido fazia os reparos mecânicos nas primeiras máquinas de A Crítica.

O slogan do jornal - “De mãos dadas com o povo” - fez sentido desde a primeira edição, quando em uma de suas chamadas, A Crítica questionava investimentos em prédios públicos, enquanto faltava moradia para o povo. “Em lugar de arranha-céu, casas! Para o povo!”, cobrou o jornal, em sua capa de 19 de abriu de 1949.

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