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terça-feira, 15 de abril de 2014

Heróis Amazônicos - Por Francisco Praciano*


Mais do que dificuldades, esses profissionais – que em regra são servidores públicos – enfrentam reais perigos de vida, como bem mostra esse caso do bimotor desaparecido.

O avião bimotor que há quase 30 dias desapareceu em plena selva amazônica, quando seguia de Itaituba para Jacareacanga, no sudoeste do Pará, continua sendo procurado. Conforme matérias jornalísticas, estavam nessa aeronave, além do piloto e de um motorista, três técnicas de enfermagem que seguiam para prestar atendimento em aldeias dos índios Mundurucus.

Essa tragédia, que em muitos aspectos nos faz lembrar o também recente caso de um avião da Malásia que desapareceu no oceano Índico, com 239 passageiros a bordo, leva-nos a refletir sobre as imensas dificuldades enfrentadas por todos os profissionais que, a exemplo das três técnicas de enfermagem, são responsáveis por fazerem chegar, até os municípios amazônicos que se encontram mais distantes das capitais, ou ainda, até as aldeias indígenas existentes na região, as políticas públicas das áreas da saúde, da educação, do saneamento, da cultura, etc.

Mais do que dificuldades, esses profissionais – que em regra são servidores públicos – enfrentam reais perigos de vida, como bem mostra esse caso do bimotor desaparecido.

Apesar das buscas estarem sendo realizadas há quase um mês, inclusive por aviões da FAB e por um helicóptero da Polícia Militar, o referido bimotor, à semelhança do avião da Malásia que caiu no mar, ainda não foi encontrado, o que dá bem uma ideia da imensidão territorial da Amazônia brasileira, das dificuldades decorrentes da peculiar realidade geográfica dessa região (matas, rios, chuvas, etc.) e, consequentemente, do desestímulo que deve acometer os servidores públicos que, porventura, se interessem em trabalhar nesse rincão do País.

Em 2013, encaminhei uma Indicação à Casa Civil da Presidência da República solicitando o pagamento do benefício intitulado ‘gratificação por atividade penosa’ para os servidores federais lotados nas fronteiras ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem. Torço para que essa indicação seja acatada e torço, mais ainda, para que os passageiros do bimotor sejam encontrados com vida.

Francisco Praciano é deputado federal pelo PT-Am.

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