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quarta-feira, 16 de abril de 2014

PARA RELAXAR: A origem da expressão "Morreu Maria Preá"

A expressão acima, muito usada em boa parte da região nordestina, mas pouco conhecida no restante do país, especialmente nas grandes cidades, é empregada quando qualquer situação chega ao seu ponto final, irreversível, definitivo, e por isso não tem mais jeito, não pode ser modificado. Sendo assim, no momento em que os assuntos discutidos se esgotam por falta de maiores e melhores argumentos, ou também quando não se tem mais nada a fazer quanto a remediar ou consertar determinada situação, a frase Morreu Maria Preá, ou apenas Morreu Maria, pode servir como senha para encerrar os desencontros de opinião, de posicionamentos, de objetivos e outros mais, porque ela simplesmente quer dizer: acabou!

A origem da locução, segundo se diz, está ligada a uma dessas “histórias” que circulam pelas ruas de qualquer cidade sem que saiba se são verdadeiras, de onde vieram, ou por quem foram elaboradas. Conta-se, no caso, que o vigário de determinado lugarejo interiorano foi apanhado em flagrante por seu sacristão quando transava com Maria Preá, uma paroquiana com atrativos físicos que atraíam a atenção de qualquer filho de Deus que tivesse os hormônios certos funcionando nas horas certas. Pouco importa saber como esse romance incomum começou, e mais ainda, de que forma chegou ao rola-rola, e ainda por cima na casa paroquial. O fato é que desse dia em diante o sacristão passou a fazer chantagem com o vigário, conseguindo dele tudo o que desejava. Bastava dizer em sussurro “Olha a Maria Preá!”, para que o religioso se rendesse às suas exigências, embora o fizesse muito a contragosto. Mas fazer o quê numa situação dessas? Como explicar aquela aventura amorosa aos paroquianos?

Até que certo dia o vigário voltou mais cedo de uma tarefa que tinha ido realizar em sua missão pastoral. A porta da casa onde morava estava aberta, como de costume, e por isso ele entrou sem fazer alarde, como também era seu hábito. Ao passar pela porta entreaberta de um dos quartos, rumo à cozinha, e surpreender, num relance de olhar, o sacristão com o tronco curvado para frente, servindo passivamente de mulher para um garotão das redondezas, sua surpresa foi tamanha que ele não conseguiu dizer uma única palavra: só ficou ali parado, de boca aberta, olhando a cena patética. Mas logo foi percebido pelo sacristão, que “desarrolhando-se” do seu jovem parceiro tratou de ajeitar a roupa, aproximar-se do padre que ainda o observava de queixo caído, e murmurar em voz aflita: “- Seu Vigário, não conte nada pra ninguém. O senhor não viu nada, está bem? E olhe: de hoje em diante, morreu a Maria Preá!”.

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