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sexta-feira, 11 de abril de 2014

30 anos do Comício das Diretas Já, com 1milhão, na Candelária, no Rio


Num coro puxado pela presidenta Dilma Rousseff em sua conta no Twitter, o Rio de Janeiro e o Brasil rememoraram, ontem, os 30 anos da realização do comício da Candelária pelas Diretas Já, que, há 30 anos, mobilizou 1 milhão de pessoas na avenida Presidente Vargas e vias próximas, no centro do Rio, praticamente no fechamento da maior campanha cívica já registrada na história do país.

A presidenta da República classificou o comício do dia 10 de abril de 1984, na Praça da Candelária, como “um marco na luta pela democracia” no Brasil. “Se hoje podemos lutar por mais direitos, pela igualdade social, racial e de gênero, devemos muito disso à transformação iniciada nas Diretas Já”, escreveu a presidenta em sua conta pessoal no Twitter.

No 10 de abril de 1984, o Brasil estava cansado de cinco anos de “transição lenta, gradual e segura” prometida pelo general-presidente Ernesto Geisel (1975-1979) e da “abertura política” prometida pelo último general-presidente da ditadura, João Baptista Figueiredo (1980-1985). Nenhuma das duas havia conduzido o país ao regime democrático, que não poderia vir pelas mãos dos militares que haviam dado o golpe de Estado de 1964 e implantado a ditadura.


A ditadura conseguiu derrotar as diretas, mas não se sustentar no poder

O regime militar também estava exaurido, não se sustentava mais e a campanha das Diretas-Já por eleições para presidente da República, iniciada pelo PT com um comício em novembro de 1983 em frente ao Pacaembu e que deslanchou efetivamente com engajamento de toda a oposição e o gigantesco comício na praça da Sé, em São Paulo no dia 25 de janeiro de 1984, foi a pá de cal no regime.

O comício da Candelária se realizou 15 dias antes da votação da emenda Dante de Oliveira, que restabelecia as eleições diretas para presidente. A emenda foi levada à votação na Câmara dos Deputados em 25 de abril de 1984 e derrotada por uma diferença de apenas 22 votos. A decisão foi tomada com Brasília ocupada pelas Forças Armadas, sob o comando do general Newton Cruz que, recentemente, passou a dizer que comandou a ocupação para “proteger” o Congresso Nacional.


Àquela altura, no entanto, representantes de todos os grupos sociais e partidos políticos, intelectuais, artistas, pessoas de todas as idades haviam aderido à campanha e o Brasil estava nas ruas, se manifestara em sucessivos comícios por Diretas-Já realizados em todo o país. O PMDB, numa articulação pactuada com o que restava do regime militar, acertou a eleição do presidente Tancredo Neves via colégio eleitoral e a 15 de março de 1985, o general Figueiredo abandonou o poder deixando o Palácio do Planalto pela porta dos fundos.

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