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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Há quem ame o país só nas Copas. Fora delas, quer que tudo se exploda - Por Leonardo Sakamoto.


Um carro enfeitado com uma grande bandeira do Brasil avançava velozmente pelo acostamento para fugir do congestionamento na rodovia dos Imigrantes na manhã desta segunda.

Um casal, que saiu animado na tarde de ontem de um restaurante no Itaim, estacionou o carro – decorado de verde e amarelo – em uma vaga para pessoas com deficiência. O veículo não possuía nenhuma sinalização de pertencer a uma pessoa com deficiência.

No sábado, um outro possante – que parecia uma festa junina ambulante de tanta bandeirola verde e amarela – abriu a janela, arremessou uma latinha de cerveja vazia na direção de uma pessoa em situação de rua que dormia no canteiro central de uma avenida, em Pinheiros, e disparou, cantando pneus.

Os três causos foram em São Paulo, mas poderiam ter sido em qualquer lugar.

Estava me perguntando qual a profundidade desse rompante de “amor ao país'' fomentado pela Copa. Por conta de cenas como essas, tenho a certeza que é mais raso que uma colher de sopa.

Olha, não me entendam mal. Quem lê este espaço sabe que amo futebol, assisti praticamente a todos os jogos da Copa e estou torcendo horrores – pela seleção e pelo meu bolão, que ninguém é de ferro. Mas eu, que detesto patriotadas, odeio ainda mais pseudopatriotadas.

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