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quarta-feira, 18 de junho de 2014

AS VAIAS DOS RICOS - Por Francisco Praciano*


Na última quinta-feira, durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo de Futebol no estádio do Corinthians, a presidente Dilma foi vaiada e grosseiramente ofendida por milhares de torcedores que se encontravam no estádio.
 
Tanto pelo que as redes de TV mostraram quanto pelas imagens captadas por inúmeros telefones celulares, percebeu-se que os xingamentos e as grosserias iniciaram entre as celebridades presentes, muitas das quais, apesar de pertencerem à classe rica do país, nem ao menos pagaram ingressos e ali estavam na condição de convidados, em função, justamente, de suas condições de celebridades VIPs.

Estando o país a pouco mais de três meses das eleições presidenciais, é claro que os xingamentos ocorridos no estádio de futebol possuem conotações eleitoreiras e revelam, abertamente, a preferência política-ideológica – e, até mesmo, partidária - dos autores das ofensas e grosserias assacadas contra a Presidente.
Há um ano, estudantes e trabalhadores foram às ruas do país protestar, entre outras coisas, por mais recursos para a saúde e para a educação, por melhorias na área do transporte coletivo, por reforma política, etc. Foram às ruas, enfim, gritar por medidas políticas e administrativas mais eficazes em benefício dos mais pobres do país.

Com apoio dos maiores veículos de comunicação do país - que escondem da população, por exemplo, que o país tem, hoje, bem menos pobreza do que tinha há dez anos e que o poder de compra do trabalhador brasileiro é maior do que era antes do governo do PT – os ricos e famosos manifestaram-se contra a Presidente, justamente, pelo medo de que um futuro governo de Dilma, continuando a dar ouvidos aos gritos dos mais pobres, persista na política voltada para a diminuição da desigualdade social no Brasil. As vaias, xingamentos e grosserias contra a Presidente Dilma, na verdade, traziam o seguinte recado dos ricos do país: “queremos o país como era antes do Lula e, de preferência, que os 40 milhões de brasileiros que saíram da classe mais pobre para lá retornem”.

* Francisco Praciano é deputado federal pelo PT/AM.

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