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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Banco Central revê projeção de crescimento para 1,6% em 2014.

O Banco Central divulgou nesta manhã seu relatório trimestral de inflação, onde apresenta a revisão de seu cenário para o restante do ano. Segundo o órgão, a economia brasileira deverá crescer 1,6% em 2014, fechando o ano com uma taxa de inflação próxima a 6,4%. Estes dados refletem uma expectativa de menor crescimento da indústria (que passou de previsão de crescimento de 1,5% para expectativa de retração de 0,4% no ano), particularmente devido ao mau desempenho dos setores de manufaturados e da construção civil. Por outro lado, a expectativa do Banco Central é de que o crescimento das exportações seja de 2,3% e das importações de apenas 0,6%, aumentando o saldo comercial e elevando a contribuição do setor externo para o crescimento em 2014. Quanto à inflação, a expectativa de alta de 6,4% ao final de 2014 está em linha com o cenário esperado pelo mercado financeiro.

O mau desempenho da indústria tornou-se a preocupação central do governo brasileiro neste ano, o que explica em parte a recente medida de apoio fiscal a diversos setores industriais anunciada pelo ministro Guido Mantega. Na realidade, a indústria sofre com a concorrência externa, o câmbio valorizado, problemas de custos produtivos (principalmente ligados à excessiva burocracia do Estado brasileiro) e com o baixo crescimento internacional, que impede nossos parceiros de comprarem produtos feitos no Brasil. Este cenário, entretanto, é similar ao dos últimos anos, sendo que a diferença em 2014 é o clima de pessimismo que tomou conta de amplas parcelas do empresariado, particularmente em razão do processo eleitoral. É razoável esperar que, passadas as eleições, o ambiente de negócios se recupere e os investimentos voltem a ser realizados, mesmo que em proporção ainda menor do que a necessária para o país voltar a crescer a taxas superiores a 4%. A plena recuperação das elevadas taxas de crescimento na economia brasileira envolvem, necessariamente, uma revisão do patamar da taxa de câmbio, a reversão do cenário internacional recessivo e uma recuperação do otimismo dos empresários, que podem ser contemplados com medidas desburocratizantes (já sob estudos no atual governo) e pela ampliação do investimento público, que tende a trazer consigo o investimento privado.

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