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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

MULHERES INDÍGENAS: Mãos dadas na abertura do Seminário


De mãos dadas, em uma grande roda com a apresentação de cantos indígenas e dança, mulheres de vinte e oito etnias celebraram o início do I Seminário de Mulheres Indígenas e Segurança Alimentar e Nutricional, na terça-feira (12), em Brasília. Até quarta-feira, representantes de aldeias das cinco regiões do país estiveram reunidas para debater a segurança alimentar e nutricional nas suas comunidades. A presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco, deu as boas-vindas às participantes e disse que receber as mulheres indígenas vai dar mais energia para continuar o debate da segurança alimentar e nutricional para os povos indígenas.

A coordenadora de Gênero e Assuntos Geracionais da Funai (Fundação Nacional do Índio), Léia Bezerra do Vale, destacou a importância de realizar um encontro para debater temas como a soberania alimentar nas comunidades tradicionais e da saúde da mulher indígena, que há muito tempo foram pautas invisíveis no país. Na terça-feira, o evento promoveu a troca de experiências, práticas e saberes entre as diferentes culturas alimentares indígenas.

Para a kaingang. Brasília Ribeiro de Freitas, de Passo Fundo (RS), o debate é necessário porque alguém bem alimentado jamais vai precisar de um leito de hospital. A saúde precisa entrar pela boca. A assessora de assuntos internacionais do Consea, Mirlane Klimach, agradeceu o apoio do governo federal e sociedade civil para realização do seminário. Nós sabemos que todas fizeram uma longa viagem, mas que esse encontro possa marcar história e dar visibilidade à importância da mulher indígena para nosso país, disse Mirlane.

A conselheira nacional do Consea, Letícia Iawanawá, agradeceu a presidenta do Consea por ter aceitado o desafio de fazer um seminário de mulheres indígenas. Que a gente possa levar esse recado aos nossos parentes, disse Letícia.

Juliana Wenceslau, analista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), considerou o seminário histórico e tão importante para todos os povos e mulheres indígenas. Na visão do PNUD, o Brasil avançou no combate à fome, mortalidade infantil e na questão das mulheres. A gente sabe que há populações que sofrem mais, assim como as nações indígenas, disse a representante do PNUD. Juliana Wenceslau destacou ainda a importância do debate realizado pelo Consea e reafirmou o apoio do PNUD às iniciativas do Conselho.

O diretor da Oxfam Brasil, Simon Ticehurst, disse que a organização acompanha, há muitos anos, a luta pela segurança alimentar no Brasil. A Oxfam trabalha em mais de noventa países. Aqui no Brasil temos muitos avanços e muitos desafios ainda. Comparado a outros países emergentes, Brasil tem grandes avanços por conta de uma série de políticas públicas construídas ao longo dos anos como Fome Zero, Brasil sem Miséria, PAA e alimentação escolar, destacou Simon. O diretor disse ainda que a voz das mulheres indígenas vai ser importante para diminuir o déficit nas políticas públicas.

O evento foi realizado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e ONG Oxfam Internacional.

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