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terça-feira, 13 de maio de 2014

PROVA DO CRIME: Justiça suíça descobre conta secreta de conselheiro do TCE de São Paulo


Em sete anos, Robson Marinho teria recebido US$ 2,7 milhões da Alstom. MP diz que dinheiro foi pago por contrato na gestão de Mário Covas.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Robson Marinho, recebeu US$ 2,7 milhões, de 1998 a 2005, em uma conta no exterior. A informação é da Justiça suíça, que bloqueou a conta, por suspeitar de que seja dinheiro de propina.

A conta 17.321-1, do banco Credit Lyonnais, foi aberta por Robson Marinho e pela mulher dele, Maria Lucia, em março de 1998. Até 2005, a conta recebeu US$ 2,7 milhões – o equivalente a quase R$ 6 milhões. A Justiça suíça investiga desde 2007 um esquema de pagamento de propina a funcionários públicos, pela multinacional Alstom, em troca de privilégios na assinatura de contratos.

Robson Marinho foi secretário do governador Mário Covas, do PSDB, entre 1995 e 1997. Desde 2001, é conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo. O Ministério Público diz que Robson Marinho recebeu dinheiro da Alstom para dar um parecer favorável à empresa, num contrato com antigas estatais.

A conta foi aberta em março de 1998, em nome da empresa Higgins Finance LTDA, com sede nas ilhas virgens britânicas. Essa conta que recebeu US$ 2,7 milhões, entre 1998 e 2005.


O Ministério Público de São Paulo diz que Robson Marinho criou a Higgins e abriu a conta para receber a propina. No cartão de assinaturas, pessoas identificadas como Robson Marinho e a mulher dele, Maria Lúcia, aparecem como beneficiárias da Higgins. Os promotores afirmam que é a mesma assinatura que consta no parecer em que Robson Marinho considerou regular o contrato da Alstom com o governo de São Paulo.

O Ministério Público de São Paulo aguarda o envio das provas da investigação suíça para poder entrar com uma ação contra os envolvidos no caso. Ele quer trazer de volta o dinheiro que está na suíça para o Brasil. enquanto isso, Robson Marinho continua dando expediente no Tribunal de Contas.

O advogado de Robson Marinho, Celso Villardi, não fala sobre a origem do dinheiro. Ele vai tentar anular as provas, porque elas foram obtidas na Suíça de maneira ilegal. “O que foi discutido na Suíça é a impossibilidade de utilização pela Justiça brasileira. E é isso que será discutido nos tribunais brasileiros. Ninguém está discutindo mérito da causa. Ninguém discutiu o mérito de deposito, de transações financeiras, o que se discutiu foi apenas e tão somente a ilicitude da prova”, disse Vilardi.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo informou que uma comissão está apurando as denúncias contra Robson Marinho. A Alstom declarou que repudia as insinuações de que possui uma política institucionalizada de pagamentos irregulares para obter contratos. O PSDB de São Paulo afirmou que apoia as investigações - e que, se houver culpados, espera que eles sejam punidos.

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