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domingo, 7 de abril de 2013

Pesquisadores realizam levantamento da fauna e da flora na bacia do Tapajós

Pesquisadores realizam levantamento da fauna e da flora na bacia do Tapajós
Trabalho alcança 20% da meta sem interferir no cotidiano das comunidades da região.
Cerca de 20% do levantamento da fauna e da flora na bacia do Tapajós, no Pará, já foram realizados após dez dias de atividades de biólogos, técnicos e auxiliares de campo que estão na região para avaliar as condições ambientais em caso de aproveitamento hídrico. O trabalho no período de cheia do Tapajós é a quarta etapa da pesquisa que irá integrar o Estudo de Impacto Ambiental para a obtenção da Licença Prévia dos Aproveitamentos dos potenciais hidrelétricos de São Luiz do Tapajós e Jatobá. Nas outras três fases, as análises ocorreram nos períodos de enchente, vazante e seca. 

O levantamento também cumpre decisão judicial motivada por Ação Civil Pública do Ministério Público Federal, que determina a realização de estudos para a avaliação ambiental integrada na bacia do Tapajós e no rio Jamanxim, utilizando critérios técnicos, econômicos e socioambientais. 

Segundo o coordenador de campo do projeto de pesquisa, Manoel Eduardo Verenguer, o trabalho é realizado em pontos determinados de cinco quilômetros de comprimento por 200 metros de largura, onde o grupo caminha coletando informações sobre o comportamento de animais (mamíferos, insetos, anfíbios, répteis, peixes e aves) e sobre dados das plantas existentes na região. “A expectativa é entender qual será o impacto em caso de acontecer um empreendimento hidrelétrico e, ainda, elaborar ações e programas de compensações ambientais”, disse.

Os estudos também visam subsidiar o processo de consulta e diálogo com povos indígenas e comunidades locais para a formulação conjunta de ações para região. O governo federal apresentou, no dia 15 de março, uma proposta de realização de consultas às lideranças indígenas do Médio e Alto Tapajós e está mantendo diálogo para a pactuação de um plano de encontros, nos termos da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Está prevista a realização de uma nova reunião ainda neste mês para tratar desse assunto. Esses entendimentos serão facilitados com os estudos dos pesquisadores, mesmo sendo processos paralelos.

Estudos ambientais - As pesquisas envolvem quatro campanhas de campo que cobrem todos os períodos do ciclo hidrológico (vazante, seca, enchente e cheia). Isso é necessário porque as espécies de animais e vegetais se comportam de modo diferente na seca e na cheia, com interações e processos ecológicos que precisam ser entendidos para a avaliação de impactos, exigência para o licenciamento ambiental. Cada período do ciclo hidrológico dura três meses e a cheia vai de fevereiro ao final de abril (ou começo de maio). Como são necessários quase 30 dias para fazer o trabalho de campo, o levantamento começou no dia 25 de março para não perder a cheia.

Os profissionais que estão participando da avaliação da biodiversidade no Tapajós são ligados a institutos de pesquisa e universidades de todo o país, em sua maioria biólogos. Muitos são doutores e mestres formados pelas melhores instituições de ensino do Brasil, com grande experiência em pesquisa e em estudos ambientais.

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