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terça-feira, 19 de agosto de 2014

SNI interceptava até cartas de Jango.


Uma carta enviada pelo ex-presidente João Goulart – o Jango – em 1972, quando ele já estava há 8 anos vivendo no exílio no Uruguai, foi interceptada pelo famigerado e temido Serviço Nacional de Informações (SNI) e apareceu agora nos arquivos que a família do ex-presidente general Emílio Garrastazú Médici doou ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).

Naqueles tempos, os piores anos de chumbo do auge da repressão da ditadura, era assim, interceptavam correspondências, ligações telefônicas, a ditadura se permitia tudo, por maior que fosse a arbitrariedade, porque para ela não existia lei. Médici era o chefe do SNI antes de ser escolhido por alguns outros generais para substituir o marechal-presidente Costa e Silva, impedido por uma trombose.

Na carta, Jango fala sobre seu governo, enaltece suas diretrizes e as reformas de base que pretendera fazer, critica a escalada de endurecimento do regime e manifesta sua preocupação com o destino das levas e levas de exilados, sempre crescentes, que eram obrigadas a deixar o país. Nos arquivos de Médici passados pela família ao IHGB, há outro documento, uma folha de sulfite, no qual o ex-presidente-general fez anotações de próprio punho sobre as discussões na reunião ministerial de 13 de dezembro de 1968, em que foi decretado o AI-5.

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