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terça-feira, 17 de junho de 2014

Jornal dá rota percorrida pelo dinheiro da propina que teria sido paga a Marinho.


A Folha de S.Paulo traz lance novo sobre o escãndalo do pagamento de propina e subrno ao conselheiro tucano do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), Robson Marinho, pelo qual é acusada a multinacional Alstom. Marinho foi o principal expoente dos três primeiros anos da gestão inicial do governador Mário Cvoas (1996-2000), também tucano, como seu chefe da Casa Civil, até o governador nomeá-lo para o tribunal, e teria facilitado milionário contratos para a multi e aditivos a estes em estatais paulistas.

Ele nega ter recebido e a multinacional nega ter pago. Marinho pegou uma licença prêmio de uma semana contada só de dias úteis e seu retorno ao TCE-SP era previsto para este início de semana – se retornar, porque sua saída foi vista como um “pretexto”, um “expediente” para se afastar de vez, pedir aposentadoria precoce, já que é alvo das denúncias há seis anos, o governo tucano do Estado não tomou providência nenhuma para apurá-las e sua presença na Corte de contas gera enorme desconforto a seus pares – há outros seis conselheiros no plenário.

Pode não voltar, também, porque nos próximos dias a justiça decide sobre pedido do Ministério Público, para afastá-lo definitivamente do cargo. Segundo o publicado na Folha hoje, Marinho usou empresas de dois paraísos fiscais para esconder o recebimento do dinheiro no exterior. O jornal diz ter obtido os registros nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe.

Rota para receber propina envolveu Panamá e Ilhas Virgens até chegar à Suíça

“A estrutura montada para esconder o dono da conta envolveu um escritório do Panamá, especializado em abrir empresas em paraísos fiscais, e duas “companhias de prateleira”, que não têm atividade, nas Ilhas Virgens Britânicas”, conta o jornalão da rua Barão de Limeira. O jornal diz, ainda, ser comum nestes paraísos fiscais a criação de firmas que só existem no papel, e podem ser abertas por US$ 2.000. A conta está bloqueada pelas autoridades suíças por suspeitas de se tratar de dinheiro de propina e suborno. Em julho do ano passado, seu saldo era de US$ 3 milhões.

O jornal está de posse de papéis em nome de Marinho, cuja data coincide com o dia em que ele abriu conta no Credit Lyonnais, na Suíça. Segundo promotores, foi por meio dessa conta que Marinho teria recebido suborno para ajudar a Alstom a conseguir contrato sem licitação com a Eletropaulo e a Empresa Paulista de Transmissão de Energia em 1998, no governo Covas (PSDB).

Entre os papéis enviados pela Suíça ao Ministério Público Federal (MPF) brasileiro estão o passaporte de Marinho e cartão de assinatura da abertura da conta naquele país. De acordo com as autoridades que investigam o caso, Marinho recebeu um repasse de propina uma semana depois da abertura da conta – um repasse de U$ 146 mil para a conta na Suíça no dia 17 de março de 1998, feito pela empresa MCA Uruguay, do consultor Romeu Pinto Júnior, que já admitiu ter recebido da Alstom para pagar comissões, embora não revele a quem pagou o suborno.

Conta para suborno começou a ser irrigada uma semana depois de aberta

O advogado de Robson Marinho, Celso Vilardi, diz que não comenta as acusações contra, mas repete seu mantra: elas são feitas a partir de provas consideradas ilícitas pela Justiça suíça.

Marinho foi prefeito de São José dos Campos (SP), deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa, secretário de Estado do governo Covas e deputado federal, e à exceção de prefeito, tudo pelo PSDB. Mas, para a Folha e seu noticiário, é como se fosse um político e homem público sem partido – ou que nunca o teve.

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