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quarta-feira, 6 de março de 2013

Brasil precisa esclarecer suspeitas sobre mortes de ex-presidentes

Está marcada para o próximo mês a exumação dos restos mortais do poeta chileno Pablo Neruda, morto em 1973, logo após o golpe de Estado feito por Augusto Pinochet. Essa tentativa de elucidar uma página macabra da história chilena nos lembra de que nós, aqui no Brasil, também temos de caminhar nessa mesma direção.

A exumação do corpo do poeta maior do Chile ocorre após o Partido Comunista do país recorrer à Justiça reivindicando a medida. Neruda fazia oposição ao governo militar e morreu 12 dias após o golpe.

O caso está sendo investigado desde 2011. O ex-motorista do escritor denunciou que ele foi assassinado com uma injeção letal. Pela versão oficial, ele morreu por causa de câncer na próstata.

 
Aqui no Brasil, também temos muito o que investigar e avançar no esclarecimento dos desaparecimentos e acidentes mortais durante a ditadura. Entre eles, estão as mortes dos ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitscheck.

Oficialmente, Jango morreu de ataque cardíaco, em 1976. Mas a família suspeita que ele tenha sido assassinado pela Operação Condor. Em 2008, a Folha de S. Paulo entrevistou um ex-agente do serviço uruguaio que sustentou que Jango foi morto foi ordem de Sérgio Fleury, delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). Uma comissão da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul concluiu que eram fortes os indícios de assassinato.

 
 
Juscelino também morreu em 1976, oficialmente num acidente de carro. A Comissão da Verdade da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil contesta tal versão e aponta furos nas investigações. Teria havido, na verdade, um atentado.

Não existe nada conclusivo ainda. O importante é que as investigações ocorram ou continuem, para que possamos, enfim, ter certeza da verdade.

Fotos: Galeria de Presidentes/Governo do Brasil


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