Dia Mundial da Água, o que Manaus tem para comemorar?
Nesta sexta-feira (22) o planeta Terra comemora o Dia Mundial da Água, recurso natural essencial à vida, mas que em nossa capital a precariedade no sistema de abastecimento nos leva a refletir se há motivos para que a população de Manaus celebre esse dia.
Para o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Municipal de Manaus (CMM) vereador Waldemir José, a população da capital tem muito o que se lamentar. “Apesar da abundância de água, com um número elevadíssimo de disponibilidade hídrica por habitante, os conflitos pela água em Manaus vem aumentado desde que a serviço de saneamento básico foi privatizado em 2000”, disse.
Segundo dados da própria Manaus Ambiental e de conhecimento da Prefeitura de Manaus, pelo menos 200 mil pessoas não são atendidas pela rede de distribuição de água em Manaus. Isso significa que essa população precisa encontrar meios para ter acesso à água, seja ela potável ou não, ação que deveria ser papel do executivo municipal.
Estudos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) atestam que em alguns bairros da periferia da cidade é possível constatar a presença de ligações que são derivadas de poços perfurados, muitas vezes, de forma rudimentar, trazendo riscos para a saúde das pessoas, além de serem obrigadas a pagar por uma água sem o menor tratamento e que, possivelmente, está contaminada.
“Esse problema que a população enfrenta é porque a Manaus Ambiental não investe em áreas pobres da cidade. Isso significa que quando o lençol freático se extinguir essas pessoas não terão acesso à água, o que certamente levará a conflitos sociais”, afirmou Waldemir José.
Além disso, um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil aponta que a precariedade no sistema de tratamento de esgoto da cidade afeta diretamente a saúde da população. Manaus está em terceiro lugar entre as capitais com o maior número de internações por diarreia, atingindo, principalmente, as crianças. “O Grupo Águas do Brasil, o qual a empresa Manaus ambiental faz parte, possui a pior avaliação entre as empresas privadas concessionárias de água do país. Por isso, durante a CPI das Águas de minha autoria, realizada no ano passado fiz várias propostas solicitando o fim da privatização do serviço de água de ema Manaus. As empresas lucram muito em cima do dinheiro da população e prestam um péssimo serviço”, relatou o líder petista.
No dia 16 de fevereiro de 2011, os moradores dos bairros de São José 1,2 e 3, Zona Leste, realizaram protesto contra a falta de abastecimento de água. No dia 04 outubro de 2011, os moradores do bairro Tancredo Neves fecharam a principal avenida de acesso à Zona Leste de Manaus em protesto pela falta de água que já durava um mês. Outro episódio pela água ocorreu no dia 06 de outubro de 2011, quando aproximadamente 500 moradores do Mauazinho, Zona Leste de Manaus, fecharam a entrada do bairro por cerca de uma hora devido a falta de água no local. Estes fatos representam uma amostra dos acontecimentos que poderão envolver o acesso à água potável em Manaus em um futuro breve.
Outro fato relevante que prova o desserviços prestados pelas empresas concessionárias, bem como, o compromisso da Prefeitura com politicas públicas para um sistema de abastecimento de água de qualidade, são os constantes rompimentos de adutoras nas vias da cidade, causando danos e transtornos à população
“Depois de 12 anos de atuação da concessionária, a realidade não mudou para os moradores das Zonas Norte e Leste da cidade. A luta pelo acesso à água em Manaus esconde a luta pelo domínio da água como mercadoria. Minha luta por melhoria do abastecimento de água vem acontecendo desde 2011. Entrei com várias Representações junto ao Ministério Público do Estado para impedir o reajuste da tarifa de água, além de propor várias ações na CMM, na tentativa de mudar essa dura realidade”, falou vereador petista.
O Líder do PT lembrou, ainda, do Programa Águas para Manaus (Proama), que foi construído com recursos do Governo Federal, já deveria ter sido entregue há mais de 2 anos, o que resolveria o problema de abastecimento da Zonas Norte e Leste da cidade. “A população de Manaus não aguenta mais com a falta d'água. O Proama é um investimento que pode resolver a situação dos moradores, mas a Prefeitura , juntamente com o Governo do Estado estão emperrando a conclusão do Programa”, concluiu
Fonte: Assessoria de Comunicação
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