Medida alcança 2,5 milhões de pessoas que ainda viviam em situação de extrema pobreza.
Os 2,5 milhões de beneficiários do Bolsa Família que ainda permaneciam em situação de miséria começaram a receber, na última sexta-feira (15), a complementação de renda para superar o limite de R$ 70 por integrante familiar. Além do Benefício para Superação da Extrema Pobreza (BSP), o governo federal também começou a pagar o Bolsa Família para 13,8 milhões de famílias. Num montante superior a R$ 2 bilhões, o pagamento ocorre até o dia 28 deste mês, como prevê o calendário anual.
De acordo com o diretor do Departamento de Benefícios do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Walter Emura, a complementação é fundamental na estratégia de superação da extrema pobreza. “Esse valor a mais, com certeza, vai fazer diferença para essas famílias.”
O governo federal contabiliza a retirada, em dois anos, de 22 milhões de brasileiros da extrema pobreza no que se refere à renda. A complementação é o primeiro passo para garantir o piso mínimo às famílias que vivem na extrema pobreza. “Mas outras políticas precisam chegar até elas”, reforça Emura.
Benefício - Lançado em maio de 2012, o BSP assegurou inicialmente renda mensal superior a R$ 70 por pessoa às famílias do Programa Bolsa Família com crianças de até seis anos. Em dezembro, houve a primeira expansão para os beneficiários com crianças e adolescentes até 15 anos.
Com o pagamento deste mês, não haverá mais família no Bolsa Família com renda mensal inferior a R$ 70 por pessoa. Esse é o valor usado como referência pelo Plano Brasil Sem Miséria e representa o primeiro passo para que esse público possa superar a situação de extrema pobreza, que envolve outras variáveis além da renda. A concessão é automática e as famílias recebem avisos sobre o novo benefício em seus extratos bancários de pagamento.
O valor do complemento varia de acordo com a necessidade de cada família. O cálculo é feito de forma individualizada para que o beneficiário receba a quantia necessária à superação do limite de R$ 70 por pessoa.
Embora todas as famílias atendidas pelo Bolsa Família tenham alcançado renda superior a R$ 70, o governo federal estima que 700 mil famílias ainda estão fora do Cadastro Único, base de dados usada para seleção de beneficiários.
Inclusão - Aliado à garantia de renda, o plano de superação da extrema pobreza promove ações de inclusão produtiva - como qualificação profissional, assistência técnica e extensão rural e fomento à produção - e de acesso a bens e serviços públicos, em especial nas áreas de saúde, educação, habitação, acesso à água e à energia elétrica.
Aberto sistema de monitoramento da frequência escolar
O sistema para monitoramento da frequência dos beneficiários do Bolsa Família foi aberto nesta semana. Ainda não é permitido fazer registro de informações sobre a presença às aulas dos estudantes, mas é possível a impressão dos relatórios pelas secretarias municipais de Educação para encaminhamento às escolas. O registro dos dados, referentes a fevereiro e março, deve ser feito no sistema do Ministério da Educação (MEC) entre 1º e 30 de abril.
A frequência à escola é uma das contrapartidas exigidas dos beneficiários na faixa etária dos 6 aos 18 anos. O acompanhamento envolve as secretarias municipais de educação, os gestores do Bolsa Família, MEC e MDS. Esse trabalho depende de uma atuação integrada entre as áreas, com participação das equipes de assistência social, para evitar que os beneficiários faltem às aulas ou abandonem a escola e percam os benefícios. Cabe às secretarias municipais de Assistência Social inserir as famílias com dificuldades para cumprirem os índices de frequência no acompanhamento familiar.
Calendário - Os dois ministérios divulgaram o calendário de monitoramento de 2013 para que os municípios possam planejar a atuação de suas equipes. Nesta etapa, os beneficiários que trocaram crianças e adolescentes de escola precisam repassar essa informação à gestão do Bolsa Família.
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