Brasileiros, nas ruas, exigem afastamento do deputado Feliciano

Protestos contra a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), pastor da Igreja Assembleia de Deus, para a presidência da comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara marcaram o fim de semana. Em São Paulo, cerca de 700 pessoas saíram às ruas (avenida Paulista); no Rio, 400; em Brasília 150. Houve protestos em pelo menos 10 Estados e cidades e capitais do país, incluindo Santa Catarina, Maceió, Porto Alegre, Vitória...

Organizada por militantes dos direitos humanos, por entidades que lutam contra o racismo e a homofobia e por ativistas nas redes sociais, essas manifestações reuniram milhares de brasileiros indignados que exigem a renúncia do pastor da presidência da Comissão da Câmara. Inclusive, em Franca (SP), recebido por 150 manifestantes em um dos templos da sua igreja, Feliciano precisou sair escoltado pela polícia.

Em reação a toda essa movimentação, o parlamentar programa um ato de desagravo a si próprio, hoje, na sede de sua igreja, Assembleia de Deus, em Ribeirão Preto. Feliciano também publicou uma nota em seu site de “repúdio ao ato de violência” (aos protestos), dramatizando a manifestação em Franca. Na nota ele compara a onda de protestos contra sua eleição à realizada contra a blogueira cubana Yoani Sanchez em sua visita ao Brasil. O deputado diz, ainda, ter sofrido ameaças de morte.

Também o Conselho Nacional de Igrejas está contra Feliciano

Não tem jeito, cresce a reação à sua eleição. Suas inaceitáveis declarações racistas e homofóbicas também foram rechaçadas pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) - que reúne as igrejas Católica, Episcopal Anglicana do Brasil, Luterana, Presbiteriana Unida e Sirian Ortodoxa de Antioquia. A entidade divulgou neste domingo nota exigindo o afastamento do pastor da presidência da Comissão.

“Considerando o corolário de nossa missão, à luz dos valores que a inspiram, e as manifestações de diversos segmentos da sociedade brasileira, expressamos nosso repúdio ao processo que levou à escolha do Deputado Marco Feliciano (PSC), por suas declarações públicas, verbais e escritas de conteúdo discriminatório, de cunho racista e preconceituoso contra minorias, pelas quais responde a processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal.”

Uma excelente iniciativa que se soma aos protestos deste final de semana apontando que o país está firme contra o retrocesso, em repúdio a ideias como as manifestadas pelo pastor Feliciano que, nesta altura do campeonato, bate na tecla de que está sofrendo uma perseguição religiosa e de “cristofobia”.

Hoje, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deverá discutir a situação da CDHM com parlamentares. Ele já afirmou que a escolha pode ser eventualmente revista se aparecerem "fatos novos". "A Câmara poderá avaliar a situação da comissão nesta 2ª feira, mas respeitando o direito de cada parlamentar e de cada partido", disse Henrique Eduardo Alves. Vamos aguardar e, claro, continuar pressionando.

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