Da mesma forma que temos feito cobranças aqui, escrevo uma nota no blog para aplaudir os avanços obtidos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) em seus trabalhos, conforme atesta a reunião do colegiado realizada na manhã de hoje. Neste encontro desta 2ª feira, a Comissão revelou já ter identificado “várias dezenas” de integrantes da repressão política durante a ditadura militar.
De acordo com o anúncio da CNV, são dezenas de militares, policiais e até civis que atuaram durante a ditadura. A Comissão adianta que algumas dessas pessoas já foram ouvidas e outras ainda serão, inclusive por meio de convocação. E quem se recusar a comparecer pode ser processado por desobediência. Até agora o colegiado já ouviu 40 depoimentos, de acordo com este balanço divulgado hoje.
Aí é que eu continuo com uma cobrança a fazer à Comissão: estas audiências e depoimentos têm de ser públicos e não apenas revelados a posteriori. Públicos para que a sociedade, a cidadania tome conhecimento, faça seu juízo de valor e tenha condições de saber toda a verdade e cobrar reparação, punição, enfim, toda esse capítulo e parte ainda escura de nossa história.
Audiências e oitiva de depoimentos têm de ser públicos
A CNV divulgou este balanço, hoje, em encontro com representantes de comitês da verdade dos Estados, quando revelaram, em detalhes, o andamento dos trabalhos. Durante a apresentação do grupo que trata da estrutura da repressão, o assessor que fez a explanação, Guaracy Mingardi, falou sobre os membros da repressão.
"Já identificamos várias dúzias - não foram duas ou três - de membros da repressão. Com nome, RG e endereço", adiantou Mingardi. Nesta reunião de hoje, outra integrante da CNV, a coordenadora do grupo “Golpe Civil Militar de 1964” da comissão, Rosa Maria Cardoso da Cunha - advogada da presidente Dilma Rousseff quando presa no início da década de 70, em São Paulo -, revelou que levantamentos do colegiado apontam que cerca de 50 mil pessoas foram presas em 1964, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco.
Rosa Maria lembrou que opositores do regime militar também eram presos em navios e estádios de futebol. Nos navios Raul Soares e Almirante Alexandrino, cerca de 600 pessoas foram mantidas presas, em sua maioria, sargentos e lideranças sindicais. E Rosa citou o estádio Caio Martins, em Niterói, como um dos centros de detenção da ditadura.
"O uso dessa violência permitiu ao regime militar construir o estatuto de um Estado sem limite repressivo. Com três consequências: inoculou a tortura como forma de interrogatório nos quarteis militares, a partir de 1964; fez da tortura força motriz da repressão praticada pelo Estado brasileiro até pelo menos 1976; possibilitou ao Estado executar atos considerados inéditos em nossa história política, como a materialização de atos de tortura, assassinato, desaparecimento e sequestro", analisou Rosa.
De acordo com o anúncio da CNV, são dezenas de militares, policiais e até civis que atuaram durante a ditadura. A Comissão adianta que algumas dessas pessoas já foram ouvidas e outras ainda serão, inclusive por meio de convocação. E quem se recusar a comparecer pode ser processado por desobediência. Até agora o colegiado já ouviu 40 depoimentos, de acordo com este balanço divulgado hoje.
Aí é que eu continuo com uma cobrança a fazer à Comissão: estas audiências e depoimentos têm de ser públicos e não apenas revelados a posteriori. Públicos para que a sociedade, a cidadania tome conhecimento, faça seu juízo de valor e tenha condições de saber toda a verdade e cobrar reparação, punição, enfim, toda esse capítulo e parte ainda escura de nossa história.
Audiências e oitiva de depoimentos têm de ser públicos
A CNV divulgou este balanço, hoje, em encontro com representantes de comitês da verdade dos Estados, quando revelaram, em detalhes, o andamento dos trabalhos. Durante a apresentação do grupo que trata da estrutura da repressão, o assessor que fez a explanação, Guaracy Mingardi, falou sobre os membros da repressão.
"Já identificamos várias dúzias - não foram duas ou três - de membros da repressão. Com nome, RG e endereço", adiantou Mingardi. Nesta reunião de hoje, outra integrante da CNV, a coordenadora do grupo “Golpe Civil Militar de 1964” da comissão, Rosa Maria Cardoso da Cunha - advogada da presidente Dilma Rousseff quando presa no início da década de 70, em São Paulo -, revelou que levantamentos do colegiado apontam que cerca de 50 mil pessoas foram presas em 1964, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco.
Rosa Maria lembrou que opositores do regime militar também eram presos em navios e estádios de futebol. Nos navios Raul Soares e Almirante Alexandrino, cerca de 600 pessoas foram mantidas presas, em sua maioria, sargentos e lideranças sindicais. E Rosa citou o estádio Caio Martins, em Niterói, como um dos centros de detenção da ditadura.
"O uso dessa violência permitiu ao regime militar construir o estatuto de um Estado sem limite repressivo. Com três consequências: inoculou a tortura como forma de interrogatório nos quarteis militares, a partir de 1964; fez da tortura força motriz da repressão praticada pelo Estado brasileiro até pelo menos 1976; possibilitou ao Estado executar atos considerados inéditos em nossa história política, como a materialização de atos de tortura, assassinato, desaparecimento e sequestro", analisou Rosa.
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