Agricultura Familiar Camponesa:VIDA COM SAÚDE!

Por Júlio Lázaro Torma*

"Que a saúde se difunda sobre a terra"( Eclo 38,8).

Na próxima Terça-feira de Carnaval, dia 21 de Fevereiro, estará ocorrendo no município de Santo Cristo (RS), na localidade de Bom Principio Baixo, Diocese de Santo Ângelo, a 35ª Romaria da Terra do estado do Rio Grande do Sul. O tema da Romaria da Terra deste ano é: "Agricultura Familiar Camponesa: Vida com Saúde!"

É organizada pela CPT/RS (Comissão Pastoral da Terra), CNBB/Sul 3, Paróquia de Santo Cristo e Diocese de Santo Ângelo, na região missioneira.

O município de Santo Cristo é marcado pela forte presença da agricultura familiar, bem como a organização sindical dos trabalhadores e o cooperativismo dos pequenos agricultores familiares que lutam e resistem em ficar na terra.

Olhando a produção de alimentos que chegam em nossas mesas, a sua grande maioria é produzida nas pequenas propriedades familiares e nos assentamentos da reforma agrária.

A agricultura familiar camponesa é a única que pode diante da crise alimentaria gerada pelo agronegócio, a nível global, acabar com a fome no mundo e salvar milhares de vidas que estão condenadas a morrer de fome.

O modelo agrícola do agronegócio, além de expulsar camponeses, povos originários de suas terras, devastando matas, florestas, destruindo mananciais de água doce.

Tem causado enfermidades através do sistema alimentar, como desnutrição, obesidade, diabetes, enfermidades de coração, câncer,e a gripe suína.Bem como o caso de depressão, suicídios em que são vitimas os trabalhadores/as das monoculturas de soja,eucaliptos, pinus, acásia, fumo e a fruticultura, causado pelo uso de agrotóxicos.

Ao contrário da agricultura industrial (agrobusiness), a agricultura camponesa e familiar é diversificada em agroecologia,agricultura orgânica,agricultura natural e a sustentável.

No mundo 1,5 milhões de camponeses em 380 milhões de hectares, 800 milhões produzem em hortas urbanas, 410 milhões coletam frutos das florestas e cerrados, 190 milhões são pastores e mais de 100 milhões são pequenos pescadores, 370 são indígenas, em um total de 3 bilhões de pessoas. ( Fonte Via Campesina International)

Esses trabalhadores ocupam menos da metade da terra disponível e não as melhores terras para o cultivo, são responsáveis, por 70 % da alimentação mundial.

Ao defender a agricultura familiar camponesa, estamos defendendo um outro modelo agrícola viável, para salvar a vida do planeta, bem como a própria humanidade.

Desde a origem da humanidade e da agricultura, o camponês, soube conviver com a natureza,conhece-la e respeita-la, como nas épocas de plantio e de colheita, bem como o tipo de sementes destinado aquele solo.

Saber usar de forma racional e harmônica a terra, como preservar as matas, florestas, recursos de água, além do trabalho em mutirão entre as famílias vizinhas.

O mundo ao contrário dos que defendem o modelo do agrobusiness, pode produzir o suficiente para alimentar 12 bilhões de pessoas, dobro da atual população do planeta.

O agronegócio que recebe incentivos e perdão de dividas de governos não alimenta a população.A agricultura familiar camponesa que não recebe incentivos alimenta a população.

Devemos ter um novo modelo agrícola apartir dos próprios camponeses, povos originarios e a reforma agrária.Que distribua terra, garanta educação, produção, saúde e agroecologia.

Pois só assim teremos alimentos baratos, saudável e acessível para todos os brasileiros.

* Membro da Equipe da Pastoral Operária (Arquidiocese de Pelotas/ RS)

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