Importantíssimas, nesse processo de discussão pós-relatório final dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV), as notícias que saem hoje sobre dois dos crimes mais emblemáticos cometidos pelos militares durante a ditadura: os assassinatos do ex-deputado Rubens Paiva e do líder estudantil Stuart Angel Jones.
Neste início de semana o Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, encaminhou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual pede a continuidade da ação penal em que cinco militares (entre os quais, dois generais) a serviço do regime de exceção são acusados pela morte e desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva, entre 20 e 22 de janeiro de 1971.
Também 2ª feira, a jornalista Hildegard Angel, irmã de Stuart, anunciou que a família já programa realizar o desejo da mãe deles, a estilista Zuzu Angel, de sepultar os restos mortais dele em um cemitério. Favorável à revogação da Lei da Anistia, na entrevista Hildegard Angel fez uma declaração auto-explicativa para estes dias em que, após a divulgação do relatório final da CNV, tantos ressuscitam a história de que tem de haver julgamento para os dois lados – agora, de novo para a esquerda.
“Os militares tinham o poder. Estupraram, torturaram, cometeram crimes imprescritíveis. Eles venceram a guerra e contaram a história da maneira que eles quiseram. (Enquanto puderam) Não existiu outro lado”. Segundo ela, nos últimos anos não deixaram existir o outro lado, só prevaleceu a versão deles, a dos vencedores. “Querem que exista agora o outro lado, o deles de novo?”, questiona.
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