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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O estado mais rico do País, governado há 20 anos pelo PSDB, é o maior produtor de extrema pobreza entre as 27 unidades da federação.


O estado de São Paulo é responsável por 125 mil dos 834 mil miseráveis que surgiram no Brasil, no ano de 2013, indica levantamento elaborado pelo Instituto de Estudo dos Trabalho e Sociedade (Iets) com base na Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio(Pnad) da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Isso significa que 15% dos novos miseráveis do Brasil surgiram em São Paulo. Dessa forma, o levantamento coloca o estado mais rico e com maior população do País (44 milhões, dos 202 milhões de brasileiros) com a pior avaliação entre as 27 unidades da federação.

A Pnad chegou ao número de 834 mil novos miseráveis por procedimento de atualização estatística, não conferido in loco via aplicação de pesquisa direta à população. Este número demonstrou que a redução da pobreza extrema no país interrompeu uma série de queda iniciada em 2003 – a primeira vez, em dez anos.

O levantamento baseado nesse resultado foi feito por dois pesquisadores associados ao Iets, Samuel Franco e Andressa Rosalina, por encomenda do jornal “Folha de S. Paulo”. O desempenho paulista foi pior que o do Maranhão. O estado, dominado há cinco décadas pela família Sarney, tem uma população de 7 milhões de habitantes e registrou o surgimento de 118 mil pessoas com renda de no máximo R$ 70 reais mensais.

Esse valor foi o parâmetro de inclusão na linha abaixo da pobreza extrema na época da realização da Pnad. Hoje, o valor reajustado é de R$ 77 reais. O vizinho Pará teve o terceiro pior resultado: 80 mil novos miseráveis numa população de 8 milhões de habitantes.

A Bahia obteve o melhor resultado do levantamento, ao indicar uma redução de 61 mil miseráveis e aparecer, ao lado dos nordestinos Rio Grande do Norte e Piauí, como estado que mais contribuiu naquela região com o menor crescimento da pobreza extrema.

De qualquer forma, a Pnad atribui ao Nordeste o segundo pior número de extremamente pobres – 3,6 milhões, metade do total nacional, com o Sudeste em segundo.

Estagnação – Por se basear em amostras da Pnad e em um número baixo (834 mil), o Iets disse preferir falar em estagnação, e não em aumento da miséria.

O Ministério de Desenvolvimento Social informou que a Pnad registrou uma “flutuação”, fruto de interpretações estatísticas. Pelas contas da Iets, 6% dos brasileiros eram miseráveis em 2013.

O MDS acrescentou que esse índice não passa de 3%, caso se abata da amostragem as pessoas sem renda e os identificados fora do perfil da miséria (com base no nível de educação maior acesso a bens e serviços).

“Significa que o país alcançou – 15 anos antes – a meta de redução da pobreza estabelecida para 2030 pelo Banco Mundial para todos os países do mundo”, argumentou o MDS.

Motivos – Apesar de mero exercício estatístico, o levantamento encontrou pistas dos motivos da desaceleração apontada pelo resultado da Pnad.

Em primeiro lugar, houve uma piora no acesso ao trabalho pela população extremamente pobre, como ficou demonstrado pelas mais baixas taxas de ocupação na semana e no ano da pesquisa, desde 2004.

A deterioração da qualidade das vagas de trabalho aparece como o segundo motivo. O tempo médio de permanência no trabalho caiu 32%.

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