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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Semur propõe instalação de observatórios raciais em todas as cidades-sedes de jogos da Copa


O objetivo é combater o racismo nos grandes eventos esportivos previstos para os próximos anos no Brasil

Representantes dos poderes executivo e legislativo da Bahia propuseram, em audiência com a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, a instalação de Observatórios Raciais da Copa em todas as cidades-sedes de jogos do evento em 2014. O espaço seria utilizado para o registro de denúncias de situações de discriminação de raça, gênero, orientação sexual e origem nacional. Além da SEPPIR, o projeto foi apresentado à direção da Fundação Cultural Palmares (FCP), órgão do Ministério da Cultura.

A titular da SEPPIR disse que a proposta é excelente e tem que ser discutida no conjunto de intervenções pensadas para esses grandes eventos e dentro dos Comitês e Câmaras Temáticas instituídos com este fim. Ela explicou que a participação da SEPPIR nos Comitês de organização da Copa incide justamente na articulação de ações e estratégias que, aproveitando o clima gerado pela realização dos eventos mundiais, possibilitem a participação e a inclusão social, considerando as diversidades étnicas e culturais e a garantia de continuidade das ações implementadas em função dos megaeventos.

A ministra destacou ainda a necessidade de discussão da provável nacionalização do projeto com os organismos dos Estados e das capitais-sedes. “A iniciativa converge para o esforço que a SEPPIR tem feito no sentido de garantir que os grandes eventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos, deixem um legado social para a população afro-brasileira”, afirmou Bairros.

A ideia, segundo o secretário Municipal da Reparação, Ailton Ferreira, é inspirada no Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e LGBT, que atua no Carnaval da Bahia há seis anos. A diferença da versão proposta para a Copa é a incidência na prevenção das diversas formas de discriminação, antes e após o evento, a partir de diálogos com segmentos específicos como o de jornalistas especializados em coberturas esportivas. Outra linha de atuação seria a articulação, acompanhamento e fiscalização de ações de promoção da equidade de direitos e oportunidades de inclusão econômica da população negra.

Segundo a secretária de Políticas de Ações Afirmativas, Ângela Nascimento, a SEPPIR vem desenvolvendo ações desde 2011 com essa perspectiva do estímulo ao empreendedorismo negro. Entre elas, a realização de seminários sobre Promoção da Igualdade Racial no Contexto dos Grandes Eventos Esportivos em parceria com os estados da Bahia e Rio de Janeiro. Os debates estimularam a consolidação de um Memorando de Entendimento entre os governos baiano e dos Estados Unidos com o Condado de Fulton – subdivisões administrativas de estados americanos –, assinado em 24 de junho último, em Atlanta. Através do intercâmbio de experiências objetiva-se, com o acordo, promover o empreendedorismo da população negra durante os grandes eventos esportivos no Brasil.

Lei Geral da copa

Outra articulação da SEPPIR destacada pela ministra resultou na inclusão de campanha contra o racismo na Lei Geral da Copa, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no início de junho. “Por um mundo sem armas, sem drogas, sem violência e sem racismo” é o tema da campanha a ser promovida durante a Copa do Mundo Fifa 2014 e na Copa das Confederações Fifa 2013. A ação deve ser promovida em parceria com a Fifa e é considerada um passo importante no combate ao racismo, que afeta a atividade esportiva em todo o mundo.

Também compuseram a comitiva baiana, a presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador, vereadora Marta Rodrigues, e Raimundo Gonçalves dos Santos, gestor do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

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