Paraguai a bola da vez - Júlio Lázaro Torma*

Sobre a sombra do G-20 em Puerto Cabos no México e da Conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável a Rio+20.

Quando todos os holofotes e flexes da mídia estavam voltados para o evento da ONU e as decisões dos governos e chefes de estado sobre o futuro do capitalismo financeiro mundial.

Sobre as trevas do lado do Rio de Janeiro, acontece mais um atentado a democracia e aos novos rumos do continente latino-americano, como ocorreu á três anos contra o povo e o governo constitucional de Manuel Zelaya em Honduras.

Em 2009 foi Honduras, hoje o presidente Dom Fernando Lugo, presidente de uma das nações mais pobres do mundo e do continente. A desculpa usada pelos golpistas no parlamento de Assunção foi o mau e fraco desempenho do governo Lugo.

A desculpa dos golpistas no congresso e senado, foi o conflito entre policiais e camponeses sem terra da Liga Nacional dos Campeiros (LNC), que resultou em 6 policiais e 9 sem terras mortos, além da não repressão a inespressiva guerrilha do Exercito do Povo Paraguaio (EPP).

É sabido que a relação entre o vice Federico Franco e Fernando Lugo, não vinha bem, já faz horas, pois como de mostrou o vice numa conferência sobre saúde. Onde tudo já indicava que o golpe já estava armado e em curso, mas os golpistas só esperavam uma oportunidade para agir, no caso a senha da ação foi o conflito de reintegração de posse de uma fazenda improdutiva de um político de oposição á Lugo.

O Paraguai tem a maior concentração de terras do continente 70% das terras cultivaveis estão nas mãos de 2,5% dos proprietarios rurais, entre eles brasileiros que tem grandes latifundios de gado e soja. Do lado destes latifundios 40% dos paraguaios vivem no campo e ainda boa parcela na pobreza e miséria.

O caso Paraguai mostra que as estruturas ditatoriais de Stroesner-Rodriguez estão de pé e mais fortes do que nunca.

Assim como a aliança do agrobanditismo,do agronegócio com o tráfico de drogas, o crime organizado, com as máfias de contrabando se fazem cada vez mais presente no parlamento paraguaio e nas esferas institucionais daquele país.

O Paraguai assim como Honduras, nos trás para a esquerda e aos autênticos democratas alguns ensinamentos, como: A direita e as forças do atrasso, defensores de regimes ditatoriais estão mais vivos e mais fortes do que nunca,procurando oportunidades para agir,contra os governos que lhes são hostis. Segundo elles mais fácil agir em países como Paraguai e Honduras,do que em países como Brasil e Argentina em que a resistencia popular é mais forte.

Não usam mais golpes tradicionais,mas impeachmente,que no caso nada mais é do que um golpe em branco,usando as próprias estruturas legais e juridicas,constitucionais contra os seus adversarios que estão nos governo.

O golpe contra LUGO nada mais é do que ação das transnacionais do agronegócio e do latifundio tradicional, que quer uma repressão mais violenta aos movimentos sociais camponeses da nação guarani. Um governo marionete como de Franco,que possa frear a luta pela reforma agrária no país bem como no continente.

Assim como possa fazer do PARAGUAI O PARAISO DO AGRONEGÓCIO e um governo que posa fazer emprestimos em instituições financeiras internacionais para manter as transnacionais do agronegócio.

A desculpa do processo de impeachent de Lugo é piada de mau gosto, como não á nenhuma justificativa para o processo. Pois Lugo não mexeu nas estruturas agrárias e nem fez um processo de Reforma Agrária radical.

Assim, há mais no cone sul e no continente terreno para golpistas e suas aventuras.
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* Membro da Pastoral Operária Arquidiocesana de Pelotas / RS

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