Por: Adnamar Mota dos Santos
Chegou ao fim a esperança de 1400 famílias que lutavam pelo direito à terra e moradia na cidade de Manaus, as famílias da ocupação José Alencar, durante todo o dia de ontem tentaram sem exito negociar sua permanência na área, mandado de segurança com pedido de liminar junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas, solicitando a suspensão do pedido de reintegração de posse, solicitado pela assessoria jurídica do deputado estadual José Ricardo não foi apreciado a tempo de evitar a ação de despejo.
A policia com efetivo de 100 homens do batalhão de choque e cachorros e com auxilio de um helicóptero, as seis da manhã fecharam o cerco à ocupação por terra e pela área fluvial no igarapé do Mariano.
A polícia não permitia o acesso de agentes sociais no interior da ocupação, o vereador Waldemir José membro titular da comissão de direitos humanos da Câmara Municipal de Manaus, que chegou as 09h00mm permanecendo até as 17h00mm sendo impedido de acompanhar a ação da policia militar, o acesso restrito inclusive para os jornalistas. Causou manifestações de movimentos da cidade, essa prática é perigosa, especialmente porque entidades de defesa dos direitos humanos, sendo impedidos de acompanhar a ação poderia dar margens a violações em função da tensão estabelecida, entre a policia e os ocupantes.
Após muitas tratativas pela manhã e a tarde, com o Comando de Policiamento Especial (CPE), os ocupantes apresentaram exigências para se retirarem de forma pacifica, sendo as propostas negadas, dessa forma sendo cessadas as negociações das famílias com o Comando de Policiamento Especial, ainda durante a tarde a comissão dos ocupantes solicitou que as negociações fossem acompanhadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo poder judiciário e que secretarias do executivo municipal e estadual participassem das discussões.
Sem ter o compromisso da prefeitura e do governo estadual, em dialogar com as famílias a comissão dos ocupantes informou no final da tarde de ontem que não deixariam a área.
Informações de lideranças da ocupação, disseram que reuniram-se com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Epitácio Almeida, deliberando em apresentar Agnaldo Pereira uma das lideranças do movimento que estava com mandado de prisão preventiva, Agnaldo resolveu se entregar as 02h00mm da manhã de hoje, para evitar que famílias da ocupação fossem retiradas com o excesso da força da PM.
Na manhã de hoje o batalhão de choque cumpriu a ação de reintegração de posse, a agonia das famílias, torna-se desespero ao verem seus pertences e barracos serem destruídos pelos tratores.
O “poder” agiu para que órgãos do governo não fossem punidos pela justiça. Será que da mesma forma ou ainda com a intensidade dada a ação de reintegração, o Tribunal de Justiça do Amazonas, determinará também que os preceitos democráticos estabelecido em nossa constituição dos tratados e convenções do sistema internacional de proteção dos direitos humanos e do direito à moradia o qual o Brasil é signatário serão observados pela nossa justiça?
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