‘Raimundo  Lopes – Dois Estudos Resgatados’ é o título do livro que divulga a obra  do geógrafo maranhense que aproximou a geografia da etnografia, no que  viria a chamar de Antropogeografia. A publicação será lançada nesta  quinta quinta-feira (28), às 19h30, na Banca do Largo São Sebastião, ao  lado do Teatro Amazonas, no Centro de Manaus.
Organizado pelos pesquisadores Heloísa Maria Bertol Domingues e  Alfredo Wagner Berno de Almeida, o livro foi publicado pela Editora Ouro  Sobre Azul, do Rio de Janeiro, com apoio do Conselho Nacional de  Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Museu Nacional/UFRJ,  do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) e da Universidade do  Estado do Amazonas (UEA).
O evento de lançamento do livro ‘Raimundo Lopes – Dois Estudos  Resgatados’, organizado pelo Instituto Nova Cartografia Social  (INCS/UEA) e UEA Edições, é parte da programação do 3º Workshop  Internacional História e Sociologia da Química na América Latina:  Autonomia Científica e Saberes Tradicionais na Amazônia, que ocorre nos  dias 28 e 29 de abril na Escola Superior de Artes e Turismo da UEA,  localizada na rua Leonardo Malcher, bairro Praça 14 de Janeiro, em  Manaus.
 Data: 28/04/2001
 Horário: 19h30
Local: Banca do Largo São Sebastião - Centro
Local: Banca do Largo São Sebastião - Centro
Essa   publicação é caracterizada pela divulgação da colaboração inestimável  do geógrafo maranhense Raimundo Lopes que por muitos anos dedicou-se ao  trabalho científico no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Em 1933 apresenta ao público em palestra à Rádio Sociedade uma  “jovem ciência”, a geografia humana. Discorreu sobre seu esforço de  difundi-la no Brasil e de sua recente compreensão no Brasil. Na  Alemanha, foi chamada de antropogeografia por Friedrich Ratzel no final  do século XIX.
Tornou uma nova área de pesquisa geográfica e foi resumida por  Lucien Fabvre como a “enorme questão das relações do solo e das  sociedades humanas”. Segundo esse autor significava o casamento da  geografia com a etnografia.
Foi esse modo de fazer que caracterizou a prática científica de  Raimundo Lopes no Museu Nacional. Antropogeografia foi o título do seu  livro publicado em 1956.
Baseado numa nova prática aliando a  geografia à etnografia Raimundo Lopes citava o êxito dos trabalhos do  antropólogo Roquete-Pinto, então diretor do Museu Nacional, ao lançar  mão dos métodos da geografia para documentar a etnografia “sertaneja”,  demonstrado em Rondônia.
Outros pesquisadores como Heloisa Alberto Torres, Euclides da Cunha,  Alberto Sampaio ou Sylvio Fróes Abreu eram os exemplos de contribuição  dessa nova disciplina no Brasil, por fazerem respectivamente, história,  botânica, geologia e arquitetura, aplicando os princípios da geografia.
Para Raimundo Lopes a ação do homem na natureza trazia a marca da  terra, a partir da historia observada dos diferentes utensílios dos  homens.
Há, porém, uma controvérsia, pois afirma-se que a  antropogeografia não era tão jovem quanto Raimundo Lopes a apresentava,  inclusive no Brasil, já sido introduzida numa das 12 seções do V  Congresso Brasileiro de Geografia, em 1916.
Os dois textos apresentados nesse livro, por sugestão de Castro  Faria, traduzem as ideias de Raimundo Lopes sobre a etnologia, uma  ciência que permitia a compreensão da diversidade das culturas sociais e  suas interrelações.
O primeiro texto trata da pesca no Maranhão. É um estudo etnológico  regionalista, segundo Heloisa Maria Bertol Domingues, porém comparativo,  mostrando item a item o que importa conhecer para entender o que seja a  cultura da pesca.
O segundo texto é sobre o trabalho de Gonçalves Dias a respeito da  cultura indígena. Conhecido como poeta, foi considerado como o primeiro  etnólogo brasileiro por Raimundo Lopes. Gonçalves Dias deve ser  reconhecido como representante da “raça americana” na formação  brasileira, mesmo de origem lusitana, era também descendente de  índios.   
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