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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Finados: Celebrar a Vida - Júlio Lázaro Torma*

"Onde está,ó morte, a tua vitória? Onde está,o morte o teu ferrão?" ( I Cor 15,55)
 
O Dia de Finados, todos os anos lembramos os nossos ente queridos, que fizeram parte de nossas vidas. Ao mesmo tempo em que faz com que refletimos sobre a nossa existência na terra.

Desde os primórdios da humanidade, o ser humano tem refletido sobre a sua existência, fragilidade diante da morte e a vida pós morte.

Eis que diante da morte o homem faz festa, como a Festa dos Mortos no México, Dança da Morte no Período Medieval e o Halloween (All Hallows, "Véspera de Todos os Santos"), com elementos celtas, cristãos e comercial. Hoje a morte virou artigo de consumo. O comércio fatura sobre as fantasias da festa de Halloween, assim como o enterro se converteu em algo para dar lucros as seguradoras, funerárias e empreiteiras.

O homem atual tem medo da morte, pois ela representa um obstáculo á sua realização e desejos, que tem norteado na busca de satisfação de seus desejos.

Eis que os povos andinos e mexicano se reúnem no cemitério na tumba do falecido, momento este de reunir a família e amigos.

Será o dia de finados, uma data triste e apavorante?, Santo Agostinho de Hipona, escreve "Saudades Sim, tristeza Não", devemos no dia de finados celebrarmos não a morte, mas a vida de nossos ente queridos. Ao mesmo tempo em que partiram, nesta data em que celebramos a sua memória, lembramos os momentos felizes e tristes em que convivemos ao seu lado.

Em que nós estamos perpetuando e fazendo memória de sua vida e o seu legado de vida, em nosso meio.Pois eles nos deixaram um legado de vida em que nós devemos viver cada vez mais.

A morte é uma porta que se abre ao infinito, a uma vida infinita que é a nossa ressurreição, onde deixamos o nosso corpo material e vamos realizar e viver a nossa utopia, em que seremos transformados e viveremos na eternidade.

O Dia de Finados é um dia para nós reafirmar a nossa esperança numa vida nova em que não haverá mais dor, sofrimento. Ao mesmo tempo em que nós humanos sem distinção devemos celebrar a nossa vida, reviver e reavaliar os nossos gestos, o que temos feito com o nosso corpo e a nossa vida.

Temos as vezes só cuidado do nosso corpo e negligenciando a nossa alma ou vice versa?

Quantas pessoas tem destruído a sua vida, saúde e corpo com drogas, má alimentação, álcool, jogos, porque não falar em nome da estética e do corpo perfeito, recorrem á meios que as vezes destroem com a sua própria vida.

Diante destes meios temos visto a vida ser ameaçada por vários mecanismos de morte como a pobreza,violência, tráfico,miséria que tem dizimado milhões de pessoas em um tempo em que vemos os avanços da ciência,medicina e da tecnologia.

Ao celebrarmos o dia de Finados,lembramos como escreve o Apóstolo Paulo,de que o "ultimo inimigo a ser vencido é a morte" (I Cor 15), e de que a nossa vida tem inicio, meio, forma humana e um fim. Ao mesmo tempo em que Jesus Cristo fala, "Eu sou o Caminho, A Verdade e a Vida"(Jo 14,6), provando a realidade da vida eterna.

E a nossa esperança e certeza; a vida eterna na Presença do Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo ( Mt 28,19).

E reafirmamos a nossa opção em defender e promover a vida em todos os momentos.

Pois o Dia de Finados é o dia de celebrarmos a Vida e Não a morte e de reafirmar o que diz o Apóstolo, "ONDE ESTÁ O MORTE, A TUA VITÓRIA?, ONDE ESTÁ, O MORTE O TEU PODER" e dizer como Jesus:" Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo 10,10), este é o nosso compromisso, que devemos reafirmar em cada dia de Finados.
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* Membro da Equipe Arquidiocesana da Pastoral Operária de Pelotas/ RS

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