Cidade Universitária viola o direito à moradia digna e agride o meio ambiente
No segundo dia de audiência pública para discutir EIA/Rima do empreendimento, reflexos ambientais ‘deram o tom’ do debate realizado na Unip
Por ELAÍZE FARIAS
A segunda audiência pública para discutir o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da Cidade Universitária da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) foi realizada sexta-feira (14), desta vez no auditório da Universidade Paulista (Unip), em Manaus. Diferente da audiência de anteontem, em Iranduba, na qual o assunto predominante foi o destino das famílias de agricultores que serão desapropriadas, os debates concentraram-se nos impactos ambientais e biológicos do empreendimento.
O ambiente de discussão foi tenso, especialmente quando os questionamentos levantados pelo público vinham acompanhados de críticas ao conteúdo do EIA/Rima. Para os presentes, o estudo carece de mais dados e informações sobre as etapas seguintes do empreendimento.
Um dos questionamentos foi feito pela pesquisadora Rita Mesquita, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Para ela, as discussões sobre os impactos nas áreas de igarapés que deságuam no rio Negro precisam ser mais aprofundadas. Além disso, ela afirma que há poucos debates sobre as etapas seguintes da Cidade Universitária, quando entra a fase de construções imobiliárias.
“O que me parece é que o projeto maior do governo é o de construção de empreendimentos imobiliários. Este foco não está sendo dito, mas está subentendido. Pode acontecer um grande adensamento populacional, mas onde está a salvaguarda das florestas nativas? Há todo um processo de urbanização que pode estar ligado à vida universitária que precisa ser levada em conta. Para isso é necessário as salvaguardas”, disse Rita.
O presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Ademir Stroski, afirmou que as contribuições apresentadas nas audiências públicas, além do documento, apontando “deficiências”, elaborado pelo Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) e do estudo enviado pela Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), serão levadas em conta nas novas análises das equipes de especialistas que compõem o EIA/Rima.
Próximas datas
Está confirmada uma terceira audiência pública, solicitada pelo MPF, prevista para acontecer em janeiro, em data e local a serem definidos. A audiência pública da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura (Seinfra), que seria realizada no dia 27, foi adiada para uma nova data por demanda do MPF, que considerou a data inadequada, por ser entre o Natal e Ano Novo.
Fonte: http://acritica.uol.com.br/
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