A cor da pele, os sabores, a ginga, a música: a herança dos povos trazidos como escravos é a alma de Salvador, cidade de quase 3 milhões de habitantes, onde 80% da população são descendentes de africanos, segundo o IBGE. Na capital baiana, a presidente Dilma Rousseff recebeu representantes de 14 países da África, da América do Sul e do Caribe. Foi o 21º Encontro Ibero-Americano de Afrodescendentes.
Os governos discutiram políticas públicas de apoio às comunidades negras e as metas foram divulgadas em uma declaração conjunta. A principal decisão anunciada na declaração de Salvador é a criação de um fundo internacional, que será mantido pelos países participantes do encontro. As regras e os valores ainda serão definidos, mas já está certo que o dinheiro será usado para combater o racismo e melhorar a qualidade de vida das populações negras desses países.
“Os afrodescendentes ainda são os que mais sofrem com o desemprego, a extrema pobreza e a violência, que tem vitimado tantos jovens nas nossas periferias urbanas. Reverter este quadro é o objetivo maior da declaração de Salvador, que hoje aprovamos”, disse Dilma Rousseff.
A presidenta também manifestou preocupação com os rumos da economia internacional. Disse que a instabilidade pode agravar as desigualdades sociais e criticou políticas de recessão como solução para a crise. “Nós sabemos que esse processo não dá certo. Ele leva à recessão, ao desemprego, a perdas de direitos, mas ele não tira os países da crise”, declarou Dilma.
No encontro, os chefes de estado declararam Salvador a Capital Negra da América Latina. O título simbólico torna a cidade uma referência da cultura herdada dos africanos. "Sempre Salvador mereceu esse título. E nós, negros, nos orgulhamos muito disso", afirmou o artista plástico Ricardo Nery. "Nós levamos ao mundo inteiro a nossa cultura, a nossa risada, o nosso afoxé, a nossa capoeira", lembrou o professor de capoeira Raimundo Rosa.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/
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