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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

FAO lança atividades do Dia Mundial da Alimentação


A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) realiza nesta terça-feira, às 18h, no Salão Leste do Palácio do Planalto, a cerimônia de abertura das atividades do Dia Mundial da Alimentação 2013, cujo tema é Sistemas Alimentares Sustentáveis para Segurança Alimentar e Nutrição .

Comemorado todos os anos no dia 16 de outubro, data da fundação da FAO, o Dia Mundial da Alimentação tem como objetivo chamar atenção para as questões relacionadas com a produção de alimentos, assim como ampliar a consciência social sobre o problema da fome no mundo. Neste ano, o foco será a importância dos sistemas alimentares e sua sustentabilidade para garantir segurança alimentar e nutricional.

O tema é amplo e será abordado em diversas ações diferentes durante o mês de outubro. Para marcar o início dessas atividades, a FAO, em parceria com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), realiza essa ação no Palácio do Planalto, com a participação de conselheiros do Consea, ministros de Estado, parlamentares e diferentes atores sociais ligados à temática do combate à fome e promoção de segurança alimentar e nutricional.

O Programa Cozinha Brasil, do Sesi, oferecerá um coquetel com diversos quitutes preparados de forma sustentável, evitando o desperdício de alimentos e promovendo uma alimentação saudável e balanceada. Para marcar o Ano Internacional da Quinoa, celebrado em 2013, o coquetel incluirá pratos preparados com esse grão andino e as Embaixadas do Peru e da Bolívia oferecerão produtos de quinoa para degustação.

Serviço

Lançamento das atividades do Dia Mundial da Alimentação 2013
Dia: 1º de outubro (terça-feira) 
Horário: 18 horas 
Local: Salão Leste do Palácio do Planalto
Informações para a imprensa: (61) 3038-2270  faobr-press@fao.org.

Fonte: FAO

Praciano e José Ricardo participam da implantação de bibliotecas rurais em Maués


O deputado federal Francisco Praciano (PT-AM), elogiou ontem, durante abertura do Programa Plano Safra da Agricultura Familiar de Maués 2013/2014, o lançamento do programa do governo federal Arca das Letras que vai levar bibliotecas rurais para a zona rural do município. O lançamento contou com a presença do deputado José Ricardo, do prefeito Padre Carlos, de representes do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e do Programa Terra Legal.

“ A educação liberta”, disse Praciano, dirigindo-se aos primeiros 26 agentes voluntários de leitura que vão atuar em suas comunidades. A meta do Ministério do Desenvolvimento Agrário MDA) e da Prefeitura Municipal é fazer chegar bibliotecas em todas as 200 comunidades rurais de Maués.

O Programa Arca das Letras foi criado em 2003 como uma estratégia para ampliar o acesso da população do meio rural aos livros e incentivar a leitura. O Arca das Letras é promovido pelo MDA que fornece o acervo com 220 livros e capacita os agentes de leitura.

Para Praciano, as famílias poderão contar com livros que irão auxiliar tanto nas atividades escolares quanto na preservação de identidade cultural dos moradores do meio rural.

O PROGRAMA

O Programa Arca das Letras foi criando em 2003 como uma estratégia para ampliar o acesso da população do meio rural aos livros e incentivar a leitura.

O Programa é promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que fornece o acervo com 22º livros e capacita os agentes de leitura.

A entrega é uma parceira entre o MDA e a Prefeitura Municipal de Maués. Também será realizada a capacitação de 50 agentes de leitura para cuidar das bibliotecas, incentivar a comunidade a ler e a fazer campanhas de arrecadações de livros.

ARCA NO ESTADO

O Programa Arca das Letras já implantou 393 bibliotecas em 19 municípios do Amazonas. 

PLANO SAFRA

Praciano também participou do lançamento do O Plano Safra em Maués que já disponibilizou para investimentos e custeio, R$ 4 milhões para serem aplicados na agricultura familiar do município, além do fornecimento de máquinas e equipamentos para recuperação de ramais e vicinais.

Fonte: ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO

MARGARINA X MANTEIGA: Elimine estes produtos da sua vida.


A margarina foi originalmente fabricada para engordar perus. Mas quando os perus começaram a morrer por causa dela, as pessoas que tinham investido na sua pesquisa começaram a procurar uma utilização alternativa que lhes permitisse, no mínimo, recuperar o investimento.

Foi nessa altura que alguém se lembrou de juntar um corante amarelo àquela que era, até aí, uma substância branca, tornando-a mais apetecível para consumo humano e apresentá-la no mercado como um substituto da manteiga.

Mas será que sabe qual é realmente a diferença entre a margarina e a manteiga?

Vejamos:
  • Ambas têm a mesma quantidade de calorias;
  • A manteiga tem um pouco mais de gorduras saturadas (8 gramas contra 5 gramas da margarina);
  • De acordo com um estudo da Harvard Medical, comer margarina pode aumentar em 53% as doenças cardíacas em mulheres, relativamente àquelas que comem a mesma quantidade de manteiga.
A manteiga:
  • Aumenta a absorção de nutrientes presentes em outros alimentos;
  • Traz mais benefícios nutricionais do que a margarina (e os que a margarina tem foram adicionados artificialmente!);
  • É mais saborosa que a margarina e pode melhorar o sabor de outros alimentos;
  • Existe há séculos e a margarina há menos de 100 anos.
A margarina:
  • Triplica risco de doença cardíaca coronária;
  • Aumenta o colesterol total e o LDL (este é o colesterol ruim) e diminui o colesterol HDL (o colesterol bom);
  • Aumenta o risco de cancro em 500%;
  • Reduz a qualidade do leite materno;
  • Diminui a resposta imunológica;
  • Diminui a resposta à insulina.
E, finalmente, a parte mais interessante e perturbadora: a margarina está a uma molécula de ser plástico e possui 27 ingredientes que existem na tinta de pintar.

Se não está convencido faça a seguinte experiência: abra uma embalagem de margarina e deixe-a aberta num local à sombra durante alguns dias. Vai poder constatar algumas coisas muito interessantes.
  1. Não há moscas;
  2. A margarina não mostra sinais de apodrecimento, decomposição ou alteração no cheiro;
  3. Não tem bolor. Nada se desenvolve ou cresce nela.
Ou seja, nem as moscas nem os mais pequenos microrganismos se interessam por aquilo. Não há ali nada de bom. Portanto, exclua este produto de sua vida. A sua saúde agradece.

Demarcação de terras indígenas causa tensão entre etnia Mura, no Amazonas

Procurador de Justiça esteve em Autazes na última semana e afirma que área 'vive à beira de um conflito.

A comunidade amazonense Moyray, onde vivem cerca de 600 indígenas Mura, está à beira de um conflito por demarcação de terras. Localizada no município de Autazes (a 113 quilômetros de Manaus), a área concentra diversas aldeias com processos de demarcação em diferentes fases. A questão envolve grupos não-indígenas, pecuaristas e a população da cidade, já que uma das aldeias está inserida no perímetro urbano de Autazes.

De acordo com o Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM), além dos problemas para manter o domínio sobre as áreas habitadas, os Mura relatam escassez de peixes em função da constante presença de búfalos nos lagos onde costumam pescar. Os indígenas também reclamam da dificuldade de caça. Segundo eles, as fazendas transformaram a floresta em pastos.

Na última sexta-feira (27), procuradores do MPF/AM estiveram na comunidade para discutir o tema com lideranças e movimentos sociais. Aproximadamente 130 pessoas participaram do encontro, incluindo representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). A ação representou o primeiro encontro do projeto MPF em Movimento, projeto onde a Procuradoria da República no Amazonas (PR/AM) deixa a sede, em Manaus, e vai até as comunidades.

O procurador da República, Julio Araujo, afirmou que as reivindicações de tuxauas e caciques durante o encontro serão analisados pelo MPF para adoção das providências cabíveis. Ele declarou, ainda, que três ações civis públicas foram ajuizadas somente este ano, todas referentes a demarcação de terras indígenas do povo Mura.

Ameaça

Em julho deste ano, o coordenador secretário do Conselho Indígena Mura – CIM, José Cláudio Pereira dos Santos, de 31 anos, registrou Boletim de Ocorrência na delegacia de Autazes após receber ameaças de morte por telefone de número não identificado. Na ocasião, ele afirmou que a chamada sempre dizia a ele para se despedir da família porque ele vai morrer.

Claudinho Mura, como é conhecido, é filho de Cláudio Mura, um dos líderes do povo Mura que desde a década de 90 luta pela demarcação das terras indígenas nos municípios de Autazes e Careiro e foi um dos fundadores e coordenadores do CIM. Claudinho é o quinto indígena ameaçado de morte na região. As ameaças decorrem da luta pela demarcação das terras indígenas.

Josué de Castro e sua defesa da agricultura familiar no combate à fome


O médico, professor e escritor Josué de Castro nos deixou há 40 anos, mas seus pensamentos e reflexões acerca da fome ainda são válidos hoje. A soberania e a segurança alimentar, para ele, devem ser construídas saudavelmente sobre a agricultura familiar.

Por Sara Brito (Centro Sabiá)

No último dia 24 fez-se 40 anos desde a morte de Josué de Castro, o recifense que escolheu como objeto de estudo a fome. Desde que se formou em Medicina, na Universidade do Rio de Janeiro, em 1929, Josué de Castro entendeu que a fome é um fenômeno complexo. Uma equação que é influenciada por vários fatores e que afetava grande parte da população brasileira e mundial. Josué de Castro pensou e refletiu sobre temas de variadas áreas, como o meio ambiente, a paz e o subdesenvolvimento. Ele acreditava na multidisciplinaridade do trabalho científico. Mas dedicou a maior parte de seus esforços ao problema da fome e da miséria.

Um problema que ainda hoje é um dos maiores que a humanidade enfrenta. Segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 2012, 925 milhões de pessoas de todo o mundo não comem o suficiente para serem consideradas saudáveis. A fome é a campeã na lista dos dez maiores riscos para a saúde. Ela mata mais pessoas por ano do que a AIDS, a malária e a tuberculose juntas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).

Esse enorme problema que ainda hoje mata milhares de pessoas, Josué de Castro já era de que só se resolveria quando os esforços se fizerem efetivos em diversos campos. “É o ideário do Desenvolvimento Humano Sustentável que, segundo ele, implica em mudanças sociais alinhadas às transformações tecnológicas, mas com respeito aos princípios ecológicos e geográficos. Deve-se entender o desenvolvimento como uma combinação de transformações quantitativas e qualitativas,” explica Pedro Israel, professor do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco e seguidor da linha de pesquisa de Josué de Castro.

O pensamento visionário de Josué o levou a se tornar presidente do Conselho Executivo da FAO, entre 1952 a 1956. Nesse cargo ele idealizou uma “reserva internacional contra a fome”, para ajudar países em situação emergencial. Por suas obras e pelo seu incansável combate à fome mundial, recebeu, em 1954, o Prêmio Internacional da Paz e foi indicado mais de uma vez ao Prêmio Nobel da Paz. O golpe militar de 1964, cassou seus direitos políticos ele ficou exilado em Paris, na França, onde morreu, em 1973, sem nunca ter retornado em vida ao seu país.

Fome é fruto da ação humana - Josué de Castro pensava na fome como um flagelo não-natural, “fabricado pelos homens, contra outros homens”, dizia ele. Sua opinião era de que a fome independe de fatos da natureza; ela é fruto das ações e escolhas dos seres humanos e da condução econômica que eles dão ao ambiente em que vivem. A comunidade internacional se surpreendeu e o aplaudiu por esses e outros pensamentos publicados, em 1946, em seu festejado livro “Geografia da Fome”. Nele Josué analisava hábitos alimentares de diferentes grupos humanos e tentava descobrir as causas naturais e sociais que os levavam a tais hábitos.

Josué de Castro acreditava que a estrutura de produção latifundiária e de monocultivo não condizia com a busca pela segurança e soberania alimentar, muito menos com o conceito de Desenvolvimento Humano Sustentável. Em suas próprias palavras, no “Geografia da Fome”: “Nenhum fator é mais negativo para a situação de abastecimento alimentar do país do que a sua estrutura agrária feudal, com um regime inadequado de propriedade, com relações de trabalho socialmente superadas e com a não utilização da riqueza potencial dos solos.”

Assim, acreditava piamente na qualidade que a agricultura familiar e a Reforma Agrária poderiam trazer para a vida das pessoas. Defendia que a agricultura familiar seria a melhor forma de manter o homem no campo e de possibilitar a sua alimentação. “Mesmo com os avanços tecnológicos na agricultura que resultaram em crescimento das nações, incluindo o Brasil, não ocorreu o correspondente desenvolvimento social equilibrado, pelo contrário, nos distanciamos da solução do problema, com favorecimento ao agronegócio,” afirma o professor Pedro Israel.

Incentivar o desenvolvimento da agricultura familiar, fez parte das defesas de Josué de Castro: “a intensificação do cultivo de alimentos sob a forma de policultura nas pequenas propriedades, realizada de forma sustentável e garantindo a fixação do homem ao campo”.

Inpa reúne jornalistas e pesquisadores para debater inovação científica na Amazônia

A importância da inovação tecnológica e do jornalismo científico na Amazônia foram os focos da oitava edição do Encontro ConsCiência realizado nesta segunda-feira (30), pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa). O encontro reuniu pesquisadores, empresários, jornalistas e estudantes de comunicação para no auditório da biblioteca do instituto, em Manaus.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

A proposta do Encontro Consciência é promover interação dos atores científicos, tecnológicos e inovadores com foco em divulgação e jornalismo científico. "As pessoas precisam ter acesso a esse tipo de informação, pois, precisamos cuidar dos produtos da terra. É triste ver algo da Amazônia manipulado por pesquisadores de outros estados, então é preciso que a sociedade conheça", disse uma das debatedoras da reunião, a coordenadora de extensão tecnológica e inovação do Inpa, Rosângela Bentes.

Segundo Rosângela, o Inpa é referência nacional e internacional quando se trata de pesquisas. Ao todo, são 64 pedidos de patentes registrados e, deste grupo, apenas quatro foram transferidos para empresas da região. "Um dos destaques é a farinha integral de pupunha que transferimos em 2011".

O ConsCiência é um encontro periódico que busca facilitar a comunicação entre quem faz ciência e quem produz notícias. Outro debatedor do encontro, o engenheiro Ricardo Remer, falou sobre o papel das instituições de ciência e tecnologia na inovação. "Historicamente as instituições de pesquisa foram um pouco herméticas à sociedade, e a linguagem científica muitas vezes é de difícil intendimento. E para atingir as pessoas é necessário haver uma mudança na forma de fazer ciência".

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Para balancear o debate e abordar o papel da mídia na difusão do conhecimento científico, o jornalista convidado para a oitava edição do ConsCiência e um dos editores do Portal Amazônia, Rafael S. Nobre, falou sobre as dificuldades de fazer jornalismo científico no Amazonas. "Poucos veículos de comunicação do Estado, eu ouso dizer da Amazônia, se preocupam em ter uma editoria de ciência e tecnologia para divulgar o que é produzido dentro dos institutos de pesquisa. É importante que a população tenha acesso e se aproveite de todo esse conhecimento. Pesquisa na prateleira de uma biblioteca não tem utilidade".

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Com sete anos de atuação no jornalismo, Nobre disse acreditar que sempre haverá divergências entre jornalistas e pesquisadores, mas a 'conversa' entre as partes pode melhorar. "O que volta e meia deveria ser tratado no ConsCiência é a relação entre pesquisador e jornalista. O jornalista precisa da informação 'pra' ontem, para dar a notícias em primeira mão, enquanto o pesquisador tem outro 'time' de trabalho, mais demorado e burocrático, próprio de seu meio".

O Encontro ConsCiência é realizado regularmente, sempre em Manaus, e é aberto a estudantes e profissionais de comunicação. Empresários e profissionais das áreas que serão abordadas também são bem-vindos. Para participar é necessário fazer inscrição com antecedência no site do Inpa. A agenda da próxima edição ainda não foi divulgada.

Programação do Tacacá na Bossa para outubro


Todas as quartas-feiras, a partir das 19:00 horas, defronte ao Tacacá da Gisela, no Largo de São Sebastião, em Manaus -  Amazonas.

Dia
Hora
 Apresentação
2
19h
Banda "The Walrus" - Tributo a Paul McCartney
9
19h
Lucevilson de Souza & Convidados
16
19h
 Sidney Rezende & Convidados
23
19h
Banda Blackcold - Tributo a Legião Urbana



30   
19h     
Cordão de Marambaia - Lançamento de cd

Mobilização nacional leva indígenas às ruas para defender Constituição

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Ao menos quatro capitais assistirão a manifestações de povos tradicionais contra projetos de lei que pretendem modificar texto constitucional e restringir demarcações de terras.

Com dezenas de manifestações programadas em várias cidades do país, incluindo quatro capitais, começa hoje (30) e vai até sábado (5) a semana de Mobilização Nacional Indígena, convocada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) para defender as conquistas da Constituição de 1988, que no próximo dia 5 de outubro completa 25 anos.

Os protestos terão como alvo principal a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, apresentada em 2000, retomada com força este ano pela bancada de representantes do agronegócio, e que aguarda agora instalação de comissão especial na Câmara. O projeto pretende mudar o texto constitucional para transferir ao Legislativo a palavra final sobre demarcações de terras indígenas e quilombolas no país. Atualmente, a demarcação dos territórios tradicionais é uma atribuição exclusiva do governo federal, por meio da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Ministério da Justiça e da Presidência da República.

Mas não é apenas contra a PEC 215 que protestam os índios brasileiros: eles também querem o arquivamento daPEC 237, de 2013, que pretende criar um novo artigo na Constituição que permita “a pesquisa, o cultivo e a produção agropecuária nas terras habitadas permanentemente e tradicionalmente ocupadas pelos índios”. Apresentado pelo deputado Nelson Padovani (PSC-PR), um dos representantes da bancada ruralista na Câmara, o texto foi inspirado em uma reportagem da revista Veja que mostra uma parceria bem-sucedida entre índios e fazendeiros no Mato Grosso.

Ameaças

Os indígenas também são contrários à aprovação do Projeto de Lei Complementar 227, de 2012, elaborado por iniciativa do deputado Homero Pereira (PSD-MT), outra liderança ruralista no Congresso. O texto pretende regulamentar o artigo 231 da Constituição, que dispõe sobre a demarcação de terras indígenas, determinando, entre outras questões, que o processo de reconhecimento dos territórios ancestrais deverá contar com a participação de vereadores, promotores, secretarias de Agricultura e sindicatos, em audiência pública.

“Se do jeito que está hoje já é difícil, imagina se colocarem tudo isso, inclusive o interesse dos donos de terra 'afetados', com pagamento de indenização?”, questiona Marcos Tupã, coordenador geral da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), uma das entidades envolvidas na organização dos protestos.

Na justificativa do PLC 227/2012, fica patente a defesa dos produtores rurais – principalmente dos monocultivos exportadores – frente ao “avanço” das terras indígenas e de áreas de preservação ambiental no Brasil. “Sem produção agrícola fica comprometida a segurança alimentar, que é direito de todos”, diz o texto. “O crescimento da população mundial tem, por consequência, gerado a necessidade do aumento da produção de mais alimentos, enquanto medidas ambientais necessárias vêm diminuindo as áreas de produção agrícola.”

O deputado Homero Pereira continua, afirmando que a demarcação de terras indígenas tem criado “insegurança jurídica” aos agricultores brasileiros. “Se o principio para a expansão das reservas é a ocupação tradicional da terra pelo indígena, está em risco todo o território nacional, que foi expandido desde a chegada dos portugueses por meio da ocupação das terras descobertas, já habitadas previamente pelos silvícolas.”

Governo

Os autores das PEC 215 e 237 e do PLC 227 são afiliados a partidos que fazem parte da base governista no Congresso. Por isso, a Mobilização Nacional Indígena também mira a administração da presidenta Dilma Rousseff, que, segundo a Apib, “tem mantido uma conduta omissa, em relação aos direitos dos povos, e conivente com os interesses dos ruralistas e do latifúndio, nossos inimigos históricos, que durante o ano passado aprovaram um novo Código Florestal adequado aos próprios interesses e este ano pretendem aniquilar direitos indígenas ao território”.

Os povos indígenas brasileiros lembram ainda que Dilma Rousseff é a presidenta com a menor média de demarcação de terras indígenas desde a redemocratização do país. Levantamento do Instituto Socioambiental (ISA) mostra que apenas 11 territórios foram homologados pela petista, menos do que as áreas delimitadas nos dois anos da administração de Itamar Franco (1992-1994): 16 terras. O recordista em demarcações é Fernando Henrique Cardoso, que entre 1995 e 2002 homologou 145 áreas indígenas.

Por tudo isso, pelo menos 1.200 indígenas deverão se concentrar em Brasília amanhã (1º) em frente ao Congresso Nacional para defender as conquistas garantidas pela Constituição de 1988. Manifestações devem se espalhar por ao menos outras três capitais: Rio Branco, Belém e São Paulo, onde representantes dos guarani marcharão na Avenida Paulista.

A Apib é composta pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul), Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (Arpinsudeste), Conselho dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul e pela Grande Assembleia do Povo Guarani (Aty Guasu).

Apoiam a jornada de lutas o Instituto Socioambiental (ISA), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o Centro de Trabalho Indigenista (CTI) e a Comissão Pró-Índio de São Paulo, além de Greenpeace, Coordenação Nacional de Comunidades Quilombolas (Conaq) e o Movimento Passe Livre (MPL).

domingo, 29 de setembro de 2013

Agressão e violência contra indígenas em ocupação de terra no Amazonas são silenciadas na imprensa local

índios de Iranduba
Indígena mostra marcas de agressões que sofreu de policiais. Foto: Márcia Meneghini
A imprensa de Manaus criou uma nova categoria de indígena: “supostos índios”. Na percepção muito particular de alguns colegas de profissão (não quero generalizar, embora a exceção seja a regra) que trabalharam na cobertura de uma ocupação de terra na estrada que liga Manaus ao município de Iranduba, os indígenas precisavam “provar” (seja lá de que forma) que eram “índios” para então serem reconhecidos como tal. Classificados como “supostos índios”, sua identidade étnica não era legítima, portanto, sua mobilização não era relevante.

Inconscientemente ou não, foi a forma que a imprensa encontrou para desqualificar uma mobilização de pessoas que brigavam pelo direito à terra. As abordagens tiraram daquelas famílias o direito de ascenderem à condição de sujeitos políticos de uma ação social.

A representação dos indígenas nas reportagens se tratou de um mera repetição do discurso oficial do Estado. Foi relatado apenas uma parte do que estava ocorrendo, numa deliberada decisão de reduzir os fatos.

Ninguém interrogou sobre o sentido e a origem daquela ação social. Ninguém quis resgatar as motivações que levaram as milhares de famílias indígenas e não-indígenas a ocuparem o terreno (que, segundo dados de pesquisas, são terras griladas; aliás, como a maior parte das áreas do nosso Estado). Não houve interesse para procurar as contradições do fato e assim formular novos questionamentos.

Por que ninguém quis saber no que havia por trás da estratégia policial de “vencer os invasores no cansaço”? Por que todos silenciaram diante da violência física e simbólica dos policiais contra os índios?

Ninguém quis saber também se aquele “desmatamento” e a degradação ambiental provocados pelos “invasores” (termo recorrente nas matérias) poderia ser de outra origem, outra causa e outra época.

Preguiça de apurar? Faltou um pouquinho de coragem para se desviar da vista dos policiais e dos caminhos óbvios e chegar até o outro lado do terreno? Desinformação para saber diferenciar as espécies de vegetação (mata primária, mata secundária, capoeira)? Pressão para fechar a matéria e ouvir apenas o órgão ambiental? Tudo isso junto?

Pesquisadores visitaram a área

Na véspera da retirada das famílias “invasores” os pesquisadores Glademir Sales dos Santos e Márcia Meneghini estiveram no terreno ocupado. Fizeram o que qualquer jornalista e/pesquisador devem fazer: ver e ouvir os personagens envolvidos numa ação social.

Glademir e Márcia integram o grupo Nova Cartografia Social da Amazônia, vinculado à Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que atua em várias linhas de pesquisa. Uma delas tem como foco os indígenas que vivem em Manaus. Nenhum jornalista procurou o grupo de pesquisa para auxiliá-los na sua apuração e, desta forma, mostrá-los um lado sobre o qual ninguém dava importância.

Márcia Meneghini (que é jornalista formada e tem mestrado em Antropologia) apurou alguns informações que não vimos em nenhum portal de notícia, jornal impresso e muito menos em televisão e rádio.

Após cortar caminho pelo mato e fugir dos olhares dos policiais que vigiavam o terreno, ela conseguiu chegar nos indígenas e falar com as principais lideranças. Durante as conversas, junto com Glademir Sales dos Santos, Márcia ouviu relatos de violência e agressão de policiais contra os indígenas. Um resumo sobre as idas a campo durante a ocupação pode ser lida no site do Nova Cartografia Social da Amazônia.

Para atiçar ainda mais a fogueira, uma abordagem que tomou conta das coberturas dos jornais foi o “desmatamento” provocado pelos “invasores”. O órgão ambiental surgiu na imprensa preocupado com os impactos.

Mas leia o que Sabá Kokama, uma das lideranças indígenas ouvidas falou a Márcia, ao se defender das acusações: “Quando chegamos era capoeira. Ali quem tirou foi o próprio governo para botar terra para ali [obra da Ponte Rio Negro]. Quem tirou as madeiras daqui não foram os índios, não. Foram as olarias e os empresários. Vocês já viram índio com caçamba aqui dentro?”.

Mais informações seu trabalho de campo pode ser lido no site Taquiprati, do professor José Ribamar Bessa, que também dá uma aula de antropologia e história, além de uma crítica à imprensa local. Sem falar na qualidade do texto.

Uma sugestão: seria interessante questionar os órgãos ambientais, tão preocupados com a degradação, sobre os licenciamentos ambientais que libera para empreendimentos de grande porte de impactos muito mais danosos. Alguns destes empreendimentos, aliás, com consequências drásticas, levando à retirada forçada dos moradores de muitas comunidades tradicionais. Estas retiradas são as principais causas de conflitos fundiários posteriores.

Etnografia

Faltou sensibilidade sociológica e antropológica para a imprensa? Talvez, mas um jornalista não precisa necessariamente fazer cursos dessas áreas citadas para desenvolver o óbvio: ouvir, sem pressa, quem também está sendo atacado.

E ali naquela situação, não era o agente público o atacado, mas as famílias que ocupavam o terreno. E ouvir, de preferência, longe da vigilância dos agentes oficiais (polícia, servidores, funcionários públicos, espiões do Estado, etc).

Tentar fazer uma etnografia daquela ocupação que, na minha avaliação, deve ter sido a maior de Manaus (aqui me refiro à região metropolitana) envolvendo grupos indígenas não é algo de outro mundo. Para isso, basta uma percepção social e uma boa dose de curiosidade.

‘Precisamos formar mais doutores na Amazônia’, diz sociólogo

Sociólogo Renan Freitas Pinto, 70 anos: "O Brasil continua sendo marcado por grandes desigualdades"
A aposentadoria do cargo de professor titular da Ufam, função realizada há 40 anos, não vai parar o amazonense Renan Freitas Pinto, que tem diversos projetos de pesquisa, além orientação de mestrandos e doutorandos na instituição
Um dos principais estudiosos da Amazônia, o professor doutor em Sociologia, Renan Freitas Pinto, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), completou 70 anos de vida e 40 de atividade no ensino e pesquisa com o vigor que lhe é peculiar. E nem mesmo a aposentadoria compulsória o faz render essa condição.

Homem de muitas leituras, que consegue ler vários livros ao mesmo tempo, Renan não se prepara para passar tempo ocioso. Aliás quando está ocioso lê, da mesma forma como quando trabalha. Em viagem para a Alemanha, onde foi lançar o livro “Cinco Séculos de relações brasileiras e alemãs”, já tem planos para a volta, com projetos de lançamento de livros e orientações na pós-graduação da Ufam, onde vai continuar atuando.

Crítico da distribuição desigual de verbas para as instituições de ensino superior e da falta de políticas continuadas para difusão das publicações da região, falou da necessidade de formação de doutores para reduzir a distância que a região tem das demais regiões do Brasil e dos desafios para o futuro da Amazônia: 

É possível fazer uma comparação de como era a região quando o senhor começou a trabalhar e como está agora?

Acho que a mudança de paradigma envolve não só o meu trabalho, mas também o trabalho da própria Ufam, pois quando a universidade começou a investir mais firmemente na pós-graduação, começou uma mudança no próprio paradigma. Nós conhecíamos uma Amazônia, com algumas exceções, a partir do que os viajantes estrangeiros escreveram, assim como os próprios brasileiros de outras regiões. A pós-graduação é o que marca definitivamente o inicio de um processo de produção de um conhecimento sobre a Amazônia que é uma espécie de autoconhecimento, ou seja, processo de autoconsciência, que é completamente diferente de nós lermos e até ensinarmos as lições que aprendíamos com os outros. O acervo dos estrangeiros continua, mas a ele estamos acrescendo agora uma produção nossa, não só da Ufam, mas das federais do Pará, Acre, que têm tido papel importante. É um pergunta interessante porque não se pode respondê-la individualmente, mas dentro desse quadro de uma mudança.

E o que mudou com a pesquisa dos amazonenses?

Podemos dizer que a fisionomia desse pensamento e desse conhecimento mudou. Esse no novo paradigma é diferente do anterior, porque nós começamos primeiros a criticar esses autores que vieram antes como Euclides, Capitão Cruz, os viajantes, Casal Agassiz etc.

Todas as áreas contempladas com pesquisas?

Esse é um aspecto muito importante porque as pesquisas não se referem apenas às ciências humanas. Temos a participação do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ) na tradição da pesquisa botânica, ciências da natureza e tem um forte papel nisso.

Qual é o lugar da Ufam nas pesquisas da Amazônia?

A Ufam contribuiu para reler a Amazônia e reescrevê-la, no sentido de estar produzindo novas interpretações. É melhor tentarmos entender a posição da Amazônia e a importância desse conhecimento em nível nacional. E aí aparentemente, estamos em grande desvantagem porque os grandes investimentos em pesquisa se concentram fortemente nas universidades consolidadas das regiões desenvolvidas, onde estão. Aí nós, num certo sentido, reproduzimos essa desigualdade, somos um retrato fiel dessa desigualdade.

Em que sentido?

Nossos projetos, nossas verbas, linhas de pesquisas, nossas próprias temáticas são determinadas pelas políticas científicas do País, cujo projeto não está bem definido, por exemplo, de desenvolvimento sustentável, sociedade e meio ambiente são temas que estão mais da moda, porque são estimulados pela política nacional.

Como a Ufam tem que se enquadrar nessas temáticas?

Sempre numa posição desvantajosa porque as verbas destinadas à produção científica no Brasil, como mestrado, doutorado e pós-doutorado, para a Amazônia, na sua totalidade, ocupam algo em torno de 2% do total nacional. É claro que conhecimento não se pode traduzir em dinheiro, mas de certo modo isso é importante, sem os meios não se faz pesquisas.

Isso faz muita diferença na questão de quantidade de pesquisas...

O mundo olha para Amazônia e os pesquisadores estrangeiros vêm com os recursos necessários. Apesar de projetos como o da Fapeam (Fundação Amparo de Pesquisas do Amazonas), mudarem um pouco esse cenário, temos uma grande distância entre o que se faz no Brasil, que pesquisa pouco, e dentro desse País estamos nós, fazendo um trabalho importante, dentro das limitações, mas que é duradouro, fixa raízes, produz uma necessidade de se ampliar.

Falta ainda reconhecimento a esse trabalho?

Acho que existe uma produção de reconhecida qualidade teórica. Nos aproximamos, com relativa facilidade, das grandes inovações teóricas que estão acontecendo. Agora mesmo estamos desenvolvendo um projeto na Ufam que é uma aproximação com a teoria crítica. Convidamos vários professores expoentes, representantes brasileiros dessa teoria, que é basicamente sobre a escola de Frankfurt, estudo sobre Marcuse (Herbert) e Adorno (Theodor). Durante todo ano passado, trouxemos vários convidados com vários livros publicados e vamos publicar um livro brevemente sobre Adorno, que é uma reunião desses pesquisadores brasileiros com os nossos do doutorado.

Como conseguir do Governo Federal um novo olhar para a Amazônia?

Segundo estudo da Sociedade Brasileira de Pesquisa, a Amazônia precisa formar 10 mil doutores na próxima década para se igualar às demais regiões. É um problema não do Governo Federal, mas de como o Brasil percebe a Amazônia de modo preconceituoso e de desconhecimento. Se nós, que estamos concentrados em estudos, não conhecemos bem a Amazônia de modo geral, imagina os brasileiros. Mas isso é uma situação difícil de vencer rapidamente, embora já tenha sido muito pior.

O que contribui para isso?

O processo de silenciamento sobre a publicação de livros na região. Temos publicações sobre várias áreas do conhecimento, mas a difusão deles não acontece nacionalmente. A própria Ufam, em colaboração com a Fapeam e Inpa tentaram, mas esses livros não circulam no Brasil, não se fala sobre eles. De dois mil livros publicados por mês no Brasil, apenas 200 entram na mídia em forma resenha, entrevista etc. E outros 1.800? Muitas vezes os melhores estão esses, mas não se fala deles em lugar algum. Teria que ter uma política de circulação do conhecimento, da circulação do conhecimento.

O senhor tentou fazer isso quando dirigiu a Editora da Universidade?

Fizemos muitas tentativas de levar livros para a livraria do aeroporto de São Paulo, para a livraria Cultura, aqui mesmo na Saraiva, mas não fomos bem sucedidos. Provavelmente por conta de certos impedimentos de acertos comerciais por se tratar com a universidade que é um órgão federal, mas que podem ser tratados e superados.

Como o senhor avalia a pós-graduação da Ufam?

A pós da Ufam está em bom nível, mas precisa se conectar mais, estabelecer um intercâmbio e relacionamento com professores de fora do Estado e estrangeiros, pois isso é uma forma de atualizar o conhecimento da universidade. Mas precisa ir mais longe, precisamos nos tornar referência em alguns assuntos. Por exemplo, porque não centramos na formação de pesquisas sobre povos indígenas? Isso até agora não aconteceu, mas precisamos investir pesado nisso. Outro tema importante é a interiorização. O subdesenvolvimento da Amazônia está relacionado com a imensa desigualdade existente entre cidades como Belém, Manaus e o resto. Essas cidades precisam se desenvolver...

E política educacional do País?

O Brasil continua sendo marcado por grandes desigualdades. Tem regiões muito bem situadas, com universidades consolidadas, outras caminho e outras em situação crítica, por isso digo que a Amazônia não é um problema de governo, mas da política brasileira. Os IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) daqui são baixos e uma jornalista da Folha de São Paulo disse que o Norte puxa o Brasil para trás, mas o problema não é nosso, mas do Brasil que mantém desigualdades tão extremas.

Como o senhor vê essa corrida dos jovens para obter um diploma universitário?

Isso era esperado, porque o diploma abre oportunidade de trabalhar, ser reconhecido como profissional. Está comprovado que o curso superior oferece nível maior de oportunidades no mercado, melhores salários Precisamos dar um salto em algumas áreas como Medicina e Direito, onde há pouca procura pela pós-graduação. A cultura da pesquisa está se desenvolvendo agora, por meio da pos-graduação e mudando o paradigma do que é formação, no sentido do proposto por Adorno, formação e semi-formação. O diploma simplesmente é semi-formação, a formação mesmo é algo que não para, continua na pós.

Com a velocidade das transformações na sociedade, que mundo o senhor imagina que seu neto vai ter?

Costumo dizer que o mundo da gerações que se sucedem é mais amplo que do passado, porque os mais novos encontram mais possibilidades que nós, principalmente a minha geração, não do pai dele, que está em processo.

O senhor vai se afastar da Ufam?

Estou em viagem para a Alemanha e quando voltar vou dar aula, tenho orientações de alunos do mestrado e doutorado. Não vou parar.

O senhor é conhecido por ser um leitor voraz...

Tenho uns 300 livros que estou precisando ler, espero ter tempo de vida para ler.

Se tivesse que dar um conselho aos mais jovens, que diria?

Não gosto de conselho, mas posso dar um. Que aprendam o hábito da leitura dos grandes clássicos como Cervantes, Shakespeare, Balzac, Guimarães Rosa, Machado de Assis. Momentos dedicados à leitura são mais profundos e preciosos da vida, porque você lida com o que demais importante a humanidade conseguiu produzir. Quando você passa por essas e outras obras como a de Marx e Adorno, é como se tivesse atravessado um túnel e quando sai dele você é outra pessoa. Por que essas obras têm a capacidade de transformar as pessoas e ninguém consegue escapar desse fascínio.

Perfil:

Nome: Renan Freitas Pinto
Idade: 70
Estudos: Doutor em Sociologia pela PUC/SP
Experiência: Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia do Desenvolvimento, atuando principalmente nos seguintes temas: Amazônia, pensamento social, história das idéias, desenvolvimento regional e trabalho feminino.

BELO EXEMPLO: Médica deixa hospital particular para dedicação exclusiva ao Mais Médicos

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Kátia Marquinis largou carreira na rede privada para viver o sonho pessoal do trabalho humanitário, na periferia de SBC
O serviço humanitário sempre foi um desejo da médica Kátia Marquinis, 39 anos, formada há 15. Enquanto estudante da Faculdade de Medicina de Jundiaí, SP, chegou a considerar a participação em missões de organizações internacionais como Médicos Sem Fronteiras e Cruz Vermelha. A realização do sonho foi adiada devido à impossibilidade de dedicação pelo tempo mínimo exigido. Mais tarde, durante a residência médica em oftalmologia no Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo, que a aproximou da clínica médica, voltou a sonhar com o serviço.

Especialista em doenças oculares muitas vezes associadas a outros problemas que afetam o organismo, como é a tuberculose ocular e hanseníase ocular, entre outras, chegou a atender no Hospital das Clínicas de São Paulo. E nos 10 anos em que atuou no Hospital Cema, na bairro paulistano da Mooca, no qual também atendia pacientes pelo SUS, conviveu de perto com as dificuldades enfrentadas pela maioria da população no acesso à saúde.

Mais do que reacender seu antigo desejo, o Programa Mais Médicos permitiu a sua realização: “Somos os médicos brasileiros sem fronteiras", diz, numa referência ao trabalho da organização humanitária internacional. "Tenho agora uma grande chance de um trabalho dessa natureza sem sair do meu país", define a médica, que largou seu emprego como especialista para trabalhar em Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Batistini, periferia de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista que ela concedeu à Rede Brasil Atual:

Por que a senhora aderiu ao programa?

O Mais Médicos me despertou a atenção logo no início. Fui ler a respeito, entender direito o que é o Pacto pela Saúde. E percebi que faz mais sentido quando é visto no conjunto. Aí pensei: é nessa que eu vou. Quando eu estava terminando a faculdade, cheguei a procurar informações para ir pra África, de preferência atuar num país em guerra. Não fui porque não poderia ficar pelo tempo mínimo necessário; eu estava para prestar a residência. O plano acabou meio adiado, mas aí veio o programa federal, sem que eu precisasse sair do meu país. Não preciso ir para fora porque faltam médicos aqui. Precisamos dos ‘brasileiros sem fronteiras’. Comecei a pensar: se a gente está precisando de médicos na periferia de cidades ricas não se consegue contratar, imagina nos extremos do país. Como eu já tinha em mim essa vontade de um trabalho humanitário, resolvi aderir.

Teve apoio da família ao largar um emprego de 10 anos?

Saí do hospital para me focar no Mais Médicos. Eu já estava ali havia 10 anos, e queria mudar de vida; já tinha essa coisa em mim. Minha família apoiou. Todos me apoiaram. Quando você faz uma escolha e as pessoas estão vendo que te faz bem, elas apoiam.

Como está sendo o trabalho pelo Mais Médicos?

A UBS aqui, no bairro Batistini, tem uma estrutura muito boa, equipe de saúde da família completa, tem medicamento. Ali se coloca na prática o que o SUS tem de ser. A impressão que tenho é que o SUS vai chegar em sua sua plenitude ali. Tudo muito limpo, padronizado, tem equipe de saúde bucal, funcionários atenciosos com a população, entrosados com a comunidade. Fui muito bem recebida. A gente sente que não é uma consulta só, que a gente vai acompanhar o paciente por um bom tempo.

A senhora está satisfeita?

Tenho participado de curso de formação continuada. Dia desses tive palestra de atualização sobre saúde da mulher. Há previsão de cursos para o ano inteiro. A jornada é de 40 horas semanais e vou receber uma bolsa de R$ 10 mil, que não deixa nada a dever a muitos salários pagos no país. O programa prevê ainda outros benefícios, auxílio refeição, como auxílio moradia, capacitação permanente. Só estou me dedicando ao programa. Deixei tudo para me dedicar a ele.

Por que a senhora escolheu trabalhar na periferia de SBC?

Optei por São Bernardo porque a situação ali é muito semelhante a de outras regiões onde também faltam médicos. Então meu trabalho teria a mesma importância ali como em outro lugar. Daria no mesmo se eu tivesse escolhido Santo André, Diadema. Fico pensando: se no ABC, onde o IDH é altíssimo não tem médico para trabalhar, imagine no resto do país...

Qual a sua avaliação sobre a recepção a seus colegas estrangeiros?

Das manifestações de junho para cá, quando todos foram às ruas pedindo inclusive saúde, acho que todos nós devemos repensar nossas ideias. Todos nós devemos repensar. O estado, nossos governantes e a classe médica. A questão deve ser vista pelo lado humanitário. Se nós estamos precisando de médicos, por que não médicos estrangeiros? Se vai somar, porque não?

Quais as suas perspectivas em relação ao programa?

Acho que esse programa pode ser prorrogado. Fiquei contente de ver o ministro falando esses dias no Congresso que é um programa apartidário, o que me faz pensar que é uma política de Estado. Isso me deixa muito feliz. E fico contente de saber que a gente vai chegar onde precisa chegar, que é aos milhões e milhões de brasileiros que não tinham acesso à saúde, a nada

Marina e seu esforço final para registrar um partido e ser candidata


Sem alcançar o número de assinaturas exigido pela lei para a criação de um partido, e a 9 dias para expirar o prazo (5 de outubro) de registro a tempo de a ex-senadora Marina Silva ter um partido seu para concorrer ao Planalto ano que vem, a Rede Sustentabilidade lançou nesta 5ª uma campanha na internet com o objetivo de mostrar que tem apoio popular.

O grupo da ex-senadora pede que as pessoas publiquem vídeo no YouTube com a hashtag #EuAssinei, falando nome, Estado onde mora e afirmando que assinou a ficha de criação da Rede. O movimento estreia com um vídeo em que o ator Marcos Palmeira explica o que deve ser feito pelos demais apoiadores.

“Meu nome é Marcos Palmeira, eu sou do Rio de Janeiro, e sou um dos 900 mil brasileiros que apoiaram a criação da Rede. Nós queremos a Rede participando da política brasileira em 2014″, diz o ator na gravação de 10 segundos. Também a cantora Adriana Calcanhoto gravou participação. Ela diz que sua filiação à Rede foi rejeitada e sua ficha não homologada pelo cartório eleitoral porque não votou na última eleição (ano passado).

Pedido ao TSE para reconhecer assinaturas rejeitadas por cartórios

Para Marina participar das eleições do ano que vem concorrendo pela Rede, o pedido de registro do partido tem de ser homologado até o dia 5 de outubro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas até agora o grupo não apresentou o número de fichas de apoio exigido por lei – no mínimo 492 mil assinaturas de eleitores – e só conseguiu 440 mil. Para completar o número, a Rede pede que o TSE considere 95 mil assinaturas que foram rejeitadas.

Por isto, nesta semana, Marina está fazendo um périplo pelos gabinetes dos ministros do TSE para tentar convencê-los de que cumpriu todos os requisitos exigidos para a criação de uma legenda. Na 3ª se encontrou com o ministro Dias Toffoli; na 4ª com Laurita Vaz, relatora do processo de criação da Rede; Nesta 5ª e 6ª tem encontro marcado com os ministros Marco Aurélio Mello, João Otávio de Noronha e Luciana Lóssio. Nas audiências, a ex-senadora entrega aos ministros documento com um relato detalhado de como foi o processo de coleta de assinaturas da sigla Estado por Estado.

Não temos nada contra a criação da Rede. Pelo contrário. Eles, Marina e seu grupo político (com empresários, artistas, banqueiros, dirigentes de movimentos sociais e de preservação do meio ambiente) só têm de cumprir a lei. Como todos. Sem privilégios e sem casuísmos por parte da justiça eleitoral. Lei, aliás, que acaba de ser cumprida pelo Solidariedade e pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS), que há dois dias obtiveram registro no TSE.

sábado, 28 de setembro de 2013

Pesquisa IBOPE/Estadão não poderia ter saído em pior momento para a oposição

Não poderia sair em pior momento para a oposição a pesquisa que o IBOPE/O Estado de S.Paulo divulgaram e publicam hoje – os demais jornalões também – com a queda de seis pontos percentuais da ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade, à espera de registro), de 22% para 16% na preferência do eleitorado brasileiro.

Já a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, saltou de 30% para 38% na escolha dos eleitores para a corrida presidencial de 2014 e ampliou sua vantagem sobre a 2ª colocada, Marina, de 8 para 22 pontos percentuais.

Esta péssima pesquisa para Marina e a oposição vem num momento político crucial para ela, quando seu partido não consegue o mínimo de assinaturas (492 mil, conseguiu só 440 mil) para se registrar e a senadora dedicou a semana a uma peregrinação de gabinete em gabinete de ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) implorando pela legalização da Rede Sustentabilidade de qualquer jeito.

Más notícias para Marina e Aécio

A pesquisa, salta aos olhos, também não traz boa notícia para o candidato tucano a presidente, senador Aécio Neves (PSDB-MG), já que ela foi feita depois dos programas de rádio e TV nos Estados e da rede nacional que o tiveram como principal estrela – na rede nacional, aliás, ele foi o único a aparecer. Mesmo assim, o tucano oscila e cai de 13% para 11% na preferência dos brasileiros.

E Aécio ainda tem sobre a cabeça uma espécie de espada, o agora enigma José Serra, que enrolou sobre o que fará no ano que vem, depois passou a exigir prévias que os tucanos já se encarregaram de inviabilizar, depois conversou com o PPS, encerrou as conversações, voltou a conversar agora…

Resultado: Serra entrou em outra fase de mutismo, os tucanos ficam sem saber se ele sai ou fica no PSDB, sem saber o que ele vai fazer. E têm de aguardar o 5 de outubro, data limite para filiação partidária de quem vai concorrer à eleição do ano que vem.

Ruins, também, para Eduardo Campos

Por fim a pesquisa traz a queda de 5% para 4% dos eleitores do presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Justo num momento em que seu partido perde um governador, Cid Gomes, do Ceará, os deputados estaduais e federais cearenses que o acompanha e ex-deputados como Alexandre Cardoso, importante, histórico no PSB e agora prefeito de Duque de Caxias (RJ).

Conclusão para Eduardo Campos: seu partido não tem consenso sobre sua candidatura ao Planalto em 2014, além de colocar em risco a reeleição de pelo menos 3 dos 6 governadores do PSB: os do Espírito Santo, Renato Casagrande; Paraíba, Ricardo Coutinho; e Piauí, Wilson Martins.

Evento no Palácio do Planalto abre atividades do Dia Mundial da Alimentação 2013


Na próxima terça-feira, às 18h, no Salão Leste do Palácio do Planalto, será realizada a cerimônia de abertura das atividades do Dia Mundial da Alimentação, que este ano tem como tema Sistemas Alimentares Sustentáveis para Segurança Alimentar e Nutrição .

Pessoas saudáveis dependem de sistemas alimentares saudáveis. E um sistema alimentar é constituído pelo meio ambiente, pessoas, instituições e processos pelos quais os produtos agrícolas são produzidos, processados e entregues aos consumidores. Tudo isso tem um enorme impacto no meio ambiente e na saúde das pessoas. E é essa a discussão proposta esse ano pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como tema para o Dia Mundial da Alimentação.

Comemorado todos os anos no dia 16 de outubro, data da fundação da FAO, o Dia Mundial da Alimentação tem como objetivo chamar atenção para as questões relacionadas com a produção de alimentos, assim como ampliar a consciência social sobre o problema da fome no mundo. Neste ano, o foco será a importância dos sistemas alimentares e sua sustentabilidade para garantir segurança alimentar e nutricional.

O tema é amplo e será abordado em diversas ações diferentes durante o mês de outubro. Para marcar o início dessas atividades, a FAO, em parceria com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), realiza essa ação no Palácio do Planalto, com a participação de conselheiros do Consea, ministros de Estado, parlamentares e diferentes atores sociais ligados à temática do combate à fome e promoção de segurança alimentar e nutricional.

O Programa Cozinha Brasil, do Sesi, oferecerá um coquetel com diversos quitutes preparados de forma sustentável, evitando o desperdício de alimentos e promovendo uma alimentação saudável e balanceada. Para marcar o Ano Internacional da Quinoa, celebrado em 2013, o coquetel incluirá pratos preparados com esse grão andino e as Embaixadas do Peru e da Bolívia oferecerão produtos de quinoa para degustação.

Serviço

Lançamento das atividades do Dia Mundial da Alimentação 2013
Dia: 1º de outubro (terça-feira)
Horário: 18 horas
Local: Salão Leste do Palácio do Planalto

Informações para a imprensa: (61) 3038-2270 faobr-press@fao.org

Fonte: Ascom/ FAO