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sábado, 26 de março de 2011

COISA DA CIDADE E NOSSA: reflexão para a quaresma

Francy Júnior - Historiadora

Hoje, tentando não pensar nos problemas que afligem a Cidade de Manaus como: falta de água de qualidade, não funcionamento do SUS, a caminhada da escola publica rumo à privatização, sucateamento da universidade publica e a má administração publica.
Na infraestrutura: cidade não planejada, recursos publico jogados pelo ralo, a cidade um verdadeiro picadeiro, andamos nas ruas de Manaus, desviando ora dos entulhos, ora dos caramujos africanos, ora dos assaltos relâmpagos e muitas vezes dos buracos. O transporte coletivo da cidade virou um verdadeiro logro, todos falam e nada acontece.
Poucos anos atrás dois vereadores eleitos chamaram a sociedade para observar a planilha orçamentária do sistema de transporte coletivo, chamaram a sociedade manaura para ir às ruas. Logo o Fórum de Políticas Publica na mesma época, convocou a sociedade e poucos foram em macha fechar os terminais exigir transporte de qualidade e o congelamento da passagem de ônibus – conseguiram – melhor, a sociedade organizada conquistou.
Com toda pressão alguns vereadores e vereadoras saíram dos gabinetes vivenciaram o caos do transporte coletivo. Não passou disso! Colocaram nas ruas microônibus com tarifa mais altas, liberaram o transporte dos motos taxistas, mais não mexeram com o tesouro de poucos, chamado – Sistema de Transporte Coletivo da cidade de Manaus.
A quem pertence às concessões do transporte coletivo? Qual é o verdadeiro problema desse sistema senil? Outra pergunta. Quem gesta a Cidade de Manaus os donos das empresas dos transportes coletivos ou o gestor eleito (no caso o Prefeito)?
Uma coisa não podemos esquecer! A promessa de ônibus novos é mais antiga do que os ônibus que aportam nessa Cidade pintados, maquiados, prontos para desfilar e parar. O aumento da tarifa não significa melhoria do sistema. E só indo pras ruas, isso já vimos que não resolve a totalidade do problema, mais devemos ir, tomar conta das ruas, das praças, das plenárias, dos centros e bairros. Porém nessa conjuntura em que na Câmara Municipal de Manaus os/as representantes do povo eleitos/as, sua maioria são da base do atual Prefeito, outros/as da base do atual governador, outros/as representam suas famílias e suas igrejas, poucos representam o povo. Nesse sentido, estratégias de pressão, de posição têm que estar recheadas de saberes. Essas olhadas do jurídico ao orçamentário a exemplo do movimento de pela Moradia, do Fórum de Políticas Publicas .
Outra coisa estratégica. Qual a proposta dos movimentos sociais para melhoria do sistema de transporte coletivo? Como gestar esse sistema? Como tornar transparente as planilhas? Como seria se o sistema fosse gestado pela Sociedade Civil, Poder Publico e Privado? Qual o nosso papel hoje? Não calar? Não aceitar? Ou silenciar? Aceitar?
Qual o papel do usuário/a? Andar ariscando suas vidas dependurados/as nas portas dos ônibus? Ou dar respostas aos empresários e gestores desta Cidade?
Nesse momento da quaresma, onde o jejum, o confessar os pecados, conversão espiritual e reflexão sobre suas ações fazem parte do ritual cristã que significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais. Agir com fé é fazer acontecer.
Ser e ter Fé é fazer política. Nessa quaresma somos chamados/as, enviados/as a conversão do ser cristão. Isso se dá no não aceitar o caos da falta de políticas publicas. Não aceitar ônibus sucatas e tarifas descomedida. Não aceitar a violência contra mulheres, violência no transporte, no sistema de saúde, na falta de água e tantas... Somos chamados/as a Luta. Vamos a Luta! A luta não para, não descansa!
Francy Junior participa do Movimento de Mulheres Negras da Floresta – DANDARA, é Secretária Operativa do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus e Voluntária da RECID-AM.

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