O número de povos e línguas indígenas no Brasil cresceu significativamente na última década, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. O levantamento identificou 391 etnias, um aumento de 86 em relação a 2010, e 295 línguas indígenas, 21 delas registradas pela primeira vez. O avanço reflete mudanças na metodologia de coleta e análise e o fortalecimento do sentimento de autoafirmação entre os povos originários, que passam a se identificar com mais precisão e autonomia nos questionários.
Para o IBGE, o aumento da diversidade registrada se deve também ao reconhecimento de etnias transfronteiriças, grupos com presença em regiões de fronteira, como as que ligam o Brasil à Colômbia e à Venezuela. Além disso, o órgão desagregou categorias que antes agrupavam comunidades distintas sob um mesmo nome, tornando o retrato mais fiel à realidade dos territórios indígenas. Com isso, surgiram novas entradas, como Akroá-Gamela, Kumaruara, Tapuya-Kariri e Wayuu, entre outras.
O levantamento mostra ainda que a diversidade étnica cresceu em quase todos os estados, com São Paulo (271), Amazonas (259) e Bahia (233) liderando em número de etnias. Amapá foi a única exceção, com redução de cinco para três grupos declarados. Nas capitais, São Paulo, Manaus e Rio de Janeiro concentram a maior variedade de povos. O novo Censo é um marco histórico! Pela ampliação dos dados, por demonstrar a vitalidade e a resistência dos povos indígenas brasileiros diante de séculos de apagamento e silenciamento institucional e agora por reafirmar essa parcela da sociedade dentro da soberania brasileira.
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