José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça/ Foto: Agência Brasil
Em entrevista ontem (6), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, destaca a Campanha Nacional do Desarmamento, que já recolheu mais de 25 mil armas, entre maio e setembro deste ano.
Direito à arma
Uma coisa é proibir as pessoas de adquirirem armas; outra é a campanha de incentivo para que as pessoas, voluntariamente, entreguem as armas. Ou seja, a pessoa pode optar. No fundo, é a mesma diferença entre proibir que fumem e orientar, esclarecendo os males que o fumo traz para a saúde pública. O governo orienta: ter armas faz mal para a saúde; faz mal para a vida; ter armas coloca em risco a sua vida e a vida da sua família.
Risco de acidente
As pessoas acham e se sentem mais protegidas quando têm uma arma em casa. Isso é uma falta de compreensão da realidade. Portar uma arma é um risco. Há um risco de acidente. Às vezes a pessoa, mesmo bem treinada, pode cometer desatinos. Um parente, uma criança, pode pegar esta arma e cometer uma violência.
Repercussão
Há interesses econômicos de empresas que querem vender armas, mas esta é uma situação que estamos vencendo. Nesta campanha, já apreendemos 25 mil armas. Uma pessoa que entrega a arma não precisa se identificar, e mesmo assim recebe um pagamento de R$ 100 a R$ 300. Tivemos a entrega de armamento pesado pela primeira vez nas campanhas do desarmamento. Mais de 50 fuzis e submetralhadoras.
Homicídios
Quando a Campanha do Desarmamento pega, o nível de criminalidade cai de forma bastante acentuada. Se você me perguntar qual a meta, o que eu gostaria de ter, seria chegar a um sucesso absoluto nessa campanha. Lançamos a segunda etapa, com um novo visual, nova mensagem, com novos filmes publicitários.
Sociedade Civil
O envolvimento da sociedade civil tem sido muito importante. E, aqui, o Ministério da Justiça faz um agradecimento público à Rede Desarma, que envolve muitas entidades da sociedade civil. Temos tido uma grande colaboração das redes de televisão, que têm divulgado, muitas vezes gratuitamente, as nossas mensagens.
Tráfico de armas
A questão do tráfico de armas é central. Nossos estudos mostram que os municípios de fronteira, em todo o País, são os que apresentam um alto índice de violência, justamente por força do armamento e das organizações criminosas. Por isso desenvolvemos o nosso Plano de Fronteira.
Plano de Fronteiras
Pela primeira vez, na história do Brasil, congrega, por meio de um esforço coordenado, as ações dos ministérios da Justiça e da Defesa. Ou seja, temos, hoje, atuando, de forma articulada, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional, Marinha, Exército e Aeronáutica, e uma relação cada vez mais articulada com a Receita Federal e o Ministério do Meio Ambiente, tendo em vista as características da nossa fronteira, muitas delas ocupadas por áreas florestais. Nesta linha, temos desenvolvido a Operação Sentinela e a Operação Ágata, que são intervenções militares muito fortes, feitas na região de fronteira. E o resultado tem sido bastante exitoso. Quando você pega os números desse período, desde que iniciou essa operação de fronteiras, em junho deste ano, até hoje, tivemos uma elevação muito grande de apreensões de drogas, da abordagem de carros, aeronaves.
Qualidade de vida
Se conseguirmos melhorar a qualidade de vida e econômica das cidades da fronteira, teremos condições de evitar que setores da população sejam cooptados pelo crime organizado.
Países vizinhos
Buscamos integrar as forças policiais brasileiras com as de outros países. Por exemplo, temos tido um trabalho bastante estreito com a polícia paraguaia, o que permitiu, recentemente, a erradicação de plantação de maconha em solo paraguaio. Da mesma forma, conseguimos erradicar plantações ilegais de coca no Peru.
Grandes eventos
A Secretaria Especial de Segurança para Grandes Eventos terá o encargo de coordenar essas atividades, em conjunto com todas as forças federais e dos estados e municípios. No que se refere à Copa do Mundo, teremos eventos bastante seguros, com um alto padrão de eficiência na nossa atuação.
Fonte: http://www.secom.gov.br
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