"Eu não agüento mais. Vocês desculpem esse desabafo, mas esse prefeito aqui não agüenta mais. A gente sabe que tem forças ocultas por trás." Foi neste tom de desabafo que o prefeito Amazonino Mendes discursou na formatura dos novos Agentes da Autoridade de Trânsito da Prefeitura de Manaus, que aconteceu na manhã de ontem, segunda-feira, dia 17.
O evento foi marcado pela indignação do prefeito que falou dos diversos problemas que a cidade de Manaus tem passado e, principalmente, sobre a polêmica do valor da tarifa de ônibus.
De acordo com Amazonino, os bancos que financiaram os novos ônibus estão querendo que as empresas vendam os veículos que já chegaram, devido a incerteza de que essas dívidas serão pagas, criando um clima insustentável no transporte coletivo da cidade.
O prefeito ainda criticou a justiça por ter impedido o aumento do valor das passagens de ônibus: "Eu quero ônibus novos na minha cidade, e vem a justiça e caça, por cima da "coxa", como se isso fosse uma molecagem".
Em seu discurso, Amazonino tentou explicar os motivos da elevação da tarifa do transporte coletivo. "Um ônibus é como um avião, é como um táxi, é como um caminhão: para se locomover, ele gasta diesel, peças, funcionários, além do custo de amortização do investimento, impostos, tributos, enfim. Quando ele se desloca, ele gasta. E como é que se paga o ônibus?", disse.
Para a tarifa ter sido fixada em R$ 2,75 como o preço ideal pela Prefeitura, Amazonino argumentou que ela foi estudada e calculada por especialistas de acordo com a média de passageiros que utilizam o transporte coletivo. "Vê-se o número de passageiros, e vê-se quanto deve custar a passagem para pagar o custo de deslocamento por quilometro e o resíduo, que podemos chamar de lucro, é para o re-investimento da compra de frota nova, manutenção, e etc. É uma coisa civilizada e que tem regra. Esta é a forma, não tem saída. É matemática e é uma lei da economia".
Crítica a políticos do Amazonas
O desabafo do prefeito não se resumiu apenas ao assunto do aumento da tarifa do transporte coletivo.
Amazonino também criticou, indiretamente, o governador Omar Aziz, ao afirmar que quando estava à frente da administração estadual, ajudou muito o município, e hoje sente falta desse apoio.
Sem citar nomes, o prefeito também afirmou estar sendo perseguido por políticos locais que, segundo ele, não contribuem com sua gestão. "Entendam, eu sou oprimido. Eu tenho sobre esses ombros uma carga muito pesada, e lamentavelmente eu não tenho tido apoio. Pelo contrário, tenho tido muita perseguição".
Até mesmo a construção da Arena Amazônia entrou no discurso e Amazonino, mais uma vez, criticou o fim , o prefeito criticou a demolição do estádio Vivaldo Lima: “Derrubaram um estádio pronto, para construir um monumento, sendo que o Amazonas não está nem na terceira divisão no futebol, fizeram apenas para aparecer. Tem político que vai até em inauguração de poste".
Depois de inúmeros assuntos, o prefeito lembrou-se da formatura e parabenizou os novos agentes de trânsito: "Perdoe-me este desabafo no momento da formatura, que é importante e de extrema importância para a cidade. Mas é o desabafo de quem quer fazer. É o desabafo de um pai que quer trabalha pela família. Manaus é minha família, mas não deixam", finalizando o discurso.
Fonte: http://www.d24am.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário