Por: Júlio Lázaro Torma*
" Saudades Sim! Tristeza Não" ( Santo Agostinho de Hipona)
Nas nossas marchas, manifestações e místicas dos movimentos sociais urbanos e rurais. Nós temos dito, lembrando um/a companheiro/a de luta, caminhada que tombou ou nos deixou, que ele está presente.
Para nós cristãos, a morte não é um fim, mas é a realização e concretização da nossa utopia.Após peregrinarmos por está terra.Os nossos irmãos e irmãs que faleceram, nos deixaram um legado, que foram as suas lutas, sonhos e idéias que continuaremos lutando no nosso dia a dia e que faz com que estejam presentes.
No dia 6 de outubro de 2011, nós da Pastoral Operária do Brasil e a classe trabalhadora, perdemos corporalmente o nosso querido Pe. Agostinho Pretto, " Apóstolo da Classe Trabalhadora".
O Pe. Agostinho Pretto, o conheci em Novembro de 2003, na Igreja Nossa Senhora da Pompeia em Porto Alegre(RS), por ocasião das celebrações de seu jubileu dos 50 anos de Ordenação Sacerdotal, a onde veio celebrar junto com os seus familiares e amigos da Pastoral Operária e da Juventude Operária Católica (JOC).
Pe. Agostinho Pretto, nasceu no município de Encantado ( RS), no Vale do Taquari, no dia 28 de março de 1928, num município de forte raízes italianas e que deu inúmerosas vocações sacerdotais e religiosas.
Entra para o Seminário da Arquidiocese de Porto Alegre e é ordenado Sacerdote no dia 30 de Novembro de 1953.
Entre os anos de 1953-1963, atua em quatro diferentes Paróquias de Porto Alegre,trabalha como assistente da Juventude Operária Católica do estado do Rio Grande do Sul.
No ano de 1963 é designado assistente nacional da JOC , é transferido para a cidade do Rio de Janeiro.Ano seguinte no dia 31 de março de 1964, as forças armadas dão um golpe de estado contra o presidente João Goulart e assumem o poder.
Em 1970, o governo militar fecha as sedes da Juventude Operária Católica, da Ação Católica e de outros movimentos e pastorais da Igreja Católica.Agentes de pastorais leigos,presbíteros, religiosos/as são perseguidos, mortos e torturados.
Pe. Agostinho Pretto é preso e torturado pelos militares.Em 1974 vai para a Diocese de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, trabalhar com D. Adriano Hipólito e atua por vinte anos na Catedral de Santo Antônio.Mantém uma boa relação de amizade e companherismo com D. Adriano Hipólito.
Na década de 1970, junto com outros agentes de pastorais vindo da JOC, ACO e CEBs, funda a Pastoral Operária, articula a pastoral de norte a sul do Brasil.Foi membro da Comissão Nacional Provisoria e da executiva nacional sendo assistente.
No ano de 1992, funda a Associação Nacional dos Presbíteros, onde foi o seu primeiro presidente e exerceu diversos cargos.esteve sempre presente em todas as atividades da Pastoral Operária.
Atualmente era pároco da Paróquia São José Operário do Bairro Califórnia de Nova iguaçu, onde a " Irmã Morte", veio, o levar para contemplar todo o seu trabalho, amor e dedicação a Igreja, a Cristo e a Classe Trabalhadora, bem como aos seus irmãos presbíteros, na qual amou e se dedicou de corpo e alma.
Assim junto aos operários Santo Dias da Silva, Yoshio Kawasaki, Irmã Vilma Fernandes e Rogério Almeida Cunha(Pe. Rogério); ele zela e intercede ao Deus Trabalhador, Jesus Operário de Nazaré, a Virgem Maria e a São José Operário, por esta Igreja do Brasil e pela classe trabalhadora que tanto amou e se dedicou.
Pe. Agostinho, está e estará sempre presente nas lutas e vitórias da classe trabalhadora, pois como nos ensinou de que:" quem não tem História não tem memória e quem não tem memória não volta para casa".
Pe. Agostinho em nome da PASTORAL OPERÁRIA E DA CLASSE TRABALHADORA, o nosso muito Obrigado.
Pe. Agostinho Pretto, nas lutas do povo. Presente!!!!
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* Membro da Equipe da Pastoral Operária( Arquidiocese de Pelotas e da PO /RS)
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