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sábado, 22 de outubro de 2011

Biodiversidade se alia à geração de renda na Amazônia


Projetos de produção agroecológica são destaques na região

Finalista na categoria “Participação de Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais”, da Fundação Banco do Brasil, a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA) busca a exploração das riquezas da floresta amazônica para melhorar a renda, com a conservação da biodiversidade.

Antes, os moradores do Assentamento Vale do Amanhecer, no município de Juruena (MT), contavam apenas com a criação de gado de corte e leiteiro, o que era insuficiente para sobrevivência das famílias. Com investimentos e apoio do Pnud/Sema-MT e Ministério do Desenvolvimento Agrário, os agricultores foram motivados a mapear as castanheiras da região e colher o fruto. A atividade se desenvolveu com a Fábrica de Beneficiamento de Castanhas e a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam).

Com a diversificação da produção, as Reservas Legais ficaram bem mais protegidas. A inclusão de mulheres na força produtiva da Fábrica deu origem a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA). Elas trouxeram outras capacidades e, com isso, mais produtos puderam ser fabricados: biscoitos de castanha, coco, amendoim, aveia e outros sabores. A AMCA tem hoje 87 sócias. Este grupo iniciou a fabricação de biscoitos de forma artesanal e vende por meio do Programa de Aquisição de Alimentos para toda região noroeste de Mato Grosso. 

Com apenas três anos, a Coopavam gera, hoje, 35 empregos diretos, sendo a maioria de mulheres quebradeiras de castanha e, envolve, ainda, cerca de 1,5 mil famílias de agricultores, índios e extrativistas da Reserva Guariba, que comercializam a produção por meio da cooperativa. Sendo a única experiência comunitária com certificação orgânica internacional Ecocert em uma região de 100 mil quilômetros quadrados, a iniciativa tornou-se exemplo para vários grupos de mulheres. 

Agroecologia

As “Redes de Produção Agroecológica e Solidária” buscam fortalecer a produção familiar sem o uso de agrotóxicos. No Território da Cidadania do Tocantins, no Pará, a agricultura familiar sofreu nos últimos anos com a diminuição da fertilidade dos solos e dos recursos florestais. Situação agravada pela queda no preço de frutas e hortaliças. 

Criada pela Associação Paraense de Apoio as Comunidades Carentes (APACC), a tecnologia social inclui agricultores familiares, pescadores, assentados da reforma agrária, quilombolas e outros extrativistas em processos comerciais. Mais de 350 agricultores já foram capacitados. Polpas de frutas, mel de abelha, frutos do mar, biscoitos e farinhas são os produtos mais vendidos diretamente ao consumidor e também dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Assentamento amplia renda com agroecologia

A microbacia do rio Negro, no assentamento Tarumã-Mirim, localizado no Território da Cidadania de Manaus, possui ecossistemas ameaçados, como a Floresta Tropical Densa, a Floresta Tropical Aberta e a Floresta de Igapó. Há duas Unidades de Conservação (UCs) no território, que fazem parte do Corredor Ecológico Central da Amazônia, a maior área de proteção ambiental contínua do mundo.

A extração inadequada da madeira para a produção ilegal de carvão vegetal e a devastação da mata nativa para a formação de pastos causavam problemas também para os trabalhadores, que buscaram orientações técnicas sobre meios de geração de trabalho e renda com profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Instituto Federal da Amazônia (Ifam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
 
A partir das informações dos técnicos, as famílias agricultoras escolheram produzir hortaliças para consumo próprio e venda do excedente. Após oito meses, criaram a Associação Agrícola Rural do Ramal do Pau Rosa (Assagrir). Os 60 associados cultivam sem agrotóxicos alface, brócolis, couve-flor, cebolinha verde, coentro, orégano, chicória, feijão-vagem, rúcula, pimentão e pimenta, além de espécies frutíferas como castanha-do-brasil, andiroba, rambotã, cupuaçu, tucumã, pupunha, café, ingá, laranja, guaraná, banana, e pau rosa.

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