O Amazonas importa hoje pelo menos 65% dos alimentos que consome, desperdiçando os recursos naturais existentes em grandes extensões de terra para a prática de agricultura no Estado. O tema dominou as discussões da audiência pública realizada na tarde desta segunda-feira (03) pela Comissão de Ciência e Tecnologia, presidida pelo deputado estadual José Ricardo Wendling (PT), da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), no mini-auditório Beth Azize.
O encontro na ALEAM reuniu representantes do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (Idam) e de outros órgãos de fomento do Amazonas. Segundo José Ricardo, a falta de incentivos para o setor primário obriga até a importação de produtos que têm grande afinidade pelo solo da região, como a farinha, para atender ao mercado consumidor local.
Durante a reunião, foram discutidos mecanismos para incentivar a industrialização de frutas, como o cupuaçu e outras nativas da região, com foco na exportação. O objetivo é dar apoio aos produtores através de assistência técnica e de linhas de financiamento que possibilitem uma produção menos artesanal e mais profissional na região. “Nos últimos anos, o Governo do Amazonas centralizou a sua arrecadação nas atividades do Polo Industrial de Manaus (PIM), que tem gerado grandes receitas para o Estado. Isso efetivamente gerou uma acomodação dos órgãos de fomentos em relação à prática de agricultura. Por isso, somos obrigados a importar tudo praticamente que consumimos”, disse o deputado.
De acordo com José Ricardo, a audiência pública serviu para a definição de políticas públicas que incentivem a agricultura no Amazonas, em especial para os produtores de frutas regionais. “Pretendemos alertar os órgãos de fomento do Amazonas sobre o grande potencial de culturas que podem gerar receita e milhares de empregos no setor primário”, afirmou o parlamentar.
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