A cultura racista e de preconceitos contra negros no Brasil é imensa. É um absurdo e também contraditória: nunca se falou tanto em Deus Salvador como nos nossos dias, nunca se abriu tantas igrejas, jamais tivemos um povo com tamanha instrução superior, nunca tivemos uma população majoritária na classe média como agora e muita distribuição de renda, as informações nunca foram tão esclarecedoras como nos nossos tempos, jamais na história da humanidade se produziram tecnologias usadas para interação social.
No entanto, a ignorância, o crime de racismo e os preconceitos contra os povos negros só crescem!
Quando criança, morador próximo a uma lixeira, eu tinha dezenas de crianças negras como coleguinhas, na hora da chegada do caminhão para despejar o lixo, presenciei os operadores dos carros entregando sempre os melhores descartáveis para os meninos (as) brancos (as).
Cresci testemunhando vários casos de preconceitos e racismo contra negros. Entrei nas faculdades e não vi meus coleguinhas de infância, nem no curso de Ciências Sociais (UFAM), nem o Curso de Letras (UEA) e de Direito (Martha Falcão), nas pós-graduações jamais.
Não tenho orgulho desse tipo de Brasil. Não posso esquecer que dos 500 anos do País, 300 anos foram de escravidão, uma época em que o ser humano era apenas propriedade do outro.
Não estou feliz. Não suporto assistir um pré-candidato declarado a presidência da república sendo aplaudido pelos mais ricos e mais “escolarizados” por causa do seu ódio insano e da sua incapacidade de entender a importância cultural, econômica e social dos negros, dos povos indígenas e das mulheres para a construção da nação brasileira.
Todos somos Humanos. A grande riqueza da vida está justamente nas diversas culturas de homens e mulheres, suas origens e sentimentos.
O racismo, o preconceito e a política do ódio não devem prosperar no mundo civilizado e no Brasil do século 21.
*CARLOS SANTIAGO é Sociólogo, Cientista Político e advogado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário