Por 265 contra, 166 a favor e 20 abstenções, a Câmara rejeitou nesta terça-feira (30) o pedido de cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), apesar de pesarem contra ela as imagens de 2006 em que recebe dinheiro do pivô do recente escândalo do mensalão do DEM no Distrito Federal. Para a deputada ser cassada, eram necessários 257 votos a favor --a votação foi secreta.
A maioria dos parlamentares adotou a tese de que a colega somente poderia ser julgada por atos cometidos durante seu mandato na Casa, iniciado em fevereiro deste ano.
A manutenção do mandato de Jaqueline acontece depois de o Conselho de Ética da Casa produzir um relatório que pedia a cassação da deputada. A parlamentar e seu pai, o ex-governador Joaquim Roriz, passaram os últimos dias telefonando para aliados em busca de suporte para evitar a cassação. Se ela perdesse seus direitos políticos, não disputaria eleições até 2022 –oito anos a partir da próxima votação, em 2014.
Jaqueline saiu 20 minutos antes do anúncio do resultado. O advogado dela, José Eduardo Alckmin, afirmou que a decisão foi justa e que a denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República contra a deputada “padece” de grave inépcia por atribuir a Jaqueline o crime de peculato. “Essa só cabe a quem tem função pública e não era essa a condição dela na época.”
No fim da semana passada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma denúncia contra a deputada. Ele já tinha pedido abertura de inquérito sobre o caso assim que o vídeo foi divulgado para apurar as denúncias de Barbosa.
Um grupo de aproximadamente dez pessoas celebrou, nas galerias, o absolvição da deputada. Outro grupo, formado por estudantes, protestaram com narizes de palhaço. “Nós somos os palhaços e vocês são os artistas”, gritaram.
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