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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

REFORMA POLÍTICA

Por: Francisco Praciano*

O Brasil tem uma população constituída de negros, brancos, índios, orientais, asiáticos. Aqui também predomina uma tolerância religiosa que permite a convivência de todas as religiões. Ou seja, a sociedade brasileira se caracteriza pela diversidade.

Porém, quando olhamos a composição do Congresso Nacional, vemos que ele não representa a diversidade da sociedade brasileira. Dos 513 deputados federais, apenas 43, ou 8,5%, são negros ou afrodescendentes. A representação feminina é de apenas 45 mulheres, menos de 10% da totalidade de homens. No Senado não é diferente: dos 81 senadores, apenas dois se declaram negros e apenas 10 mulheres tem mandato. Desde 1997 que nenhum índio é eleito para o Congresso.

Reconheço que houve um aperfeiçoamento muito grande das instituições democráticas, mas vejo que essa subrepresentação no Congresso mostra que existe um déficit democrático, pois nem todos os grupos sociais estão ali devidamente representados. Assim, o Congresso é constituído por homens brancos ligados, em grande parte, ao poder econômico. Acredito que isso ocorre porque alguns grupos têm maior poder econômico do que os outros.

Faço essas observações porque acredito que a sociedade brasileira precisa estar refletida no Poder Legislativo e isso só será possível quando fizermos uma Reforma Política que retire as prerrogativas do poder econômico em eleger os membros do parlamento brasileiro.

Um dos pontos da Reforma, que tem o meu total apoio, é o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais que, além de contribuir para que não haja essa simbiose sinistra entre candidatos e o poder econômico, que acarreta todos os tipos de corrupção, possibilitará a todos os grupos sociais as mesmas condições nas disputas eleitorais, fazendo com que o parlamento brasileiro tenha, verdadeiramente, a cara do Brasil.
*Publicado dia 09 de agosto /2011, no Jornal Dez Minutos.

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