No último mês de maio, os institutos IBOPE e TRATA BRASIL realizaram e divulgaram uma pesquisa sobre a percepção da população brasileira quanto ao Saneamento Básico e a responsabilidade do Poder público neste serviço, principalmente sobre a área de esgoto.
De acordo com o resultado do estudo, de 2009 para cá (época em que idêntica pesquisa foi realizada) os moradores das grandes cidades estão mais bem informados sobre saneamento básico e mais críticos quanto ao papel das autoridades, pois um grande número de entrevistados reconhece que a Prefeitura é a principal responsável pelos serviços da área e que a ausência da coleta e do tratamento do esgoto traz impactos negativos na qualidade de vida, principalmente na saúde. Apesar disso, a pesquisa também mostra que o saneamento básico ainda é tido como menos prioritário e urgente do que os temas saúde, educação, segurança, droga e transporte e que o cidadão brasileiro não se engaja para cobrar melhorias, continuando a depositar no Poder Público a esperança de que ele se preocupe com o saneamento básico.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem afirmado que para cada 1 real aplicado em saneamento básico o Poder Público poupa pelo menos 4 reais somente em Saúde Pública. No entanto, a mesma pesquisa realizada pelos institutos “Ibope” e “Trata Brasil” também mostra que a administração pública não toma esta área como prioritária, desconsiderando os impactos positivos trazidos pelos investimentos em saneamento nas demais áreas sociais.
É ano de eleições municipais e Manaus se encontra com os seus mananciais já quase todos degradados ou em fase de degradação. Também em Manaus, apenas 11% da população tem acesso à rede de esgoto e apenas 38% do esgoto coletado recebe algum tratamento antes de ser jogado nos nossos rios. Mais do que nunca precisamos lembrar, prezado leitor, que só o bom voto pode melhorar esse quadro caótico ao qual chegamos pela histórica falta de atenção à questão do saneamento. Só o bom voto pode mudar a cidade.
* Deputado Federal pelo PT-Am.
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