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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Estudar à noite - José Ricardo Wendling*


A educação é o caminho para o desenvolvimento de um País e para a melhoria da vida do cidadão. É um direito fundamental, previsto na Constituição Federal. Mas há descasos com a educação no Amazonas: professores com baixos salários, alunos sem bibliotecas, escolas sem manutenção e fechadas no período da noite. Tudo isso prejudica o ensino, além de gerar péssimos índices educacionais, como o do Ideb, mostrando que a qualidade da educação não avança, com o triste número de 50 mil analfabetos na cidade de Manaus. 

Jovens e adultos, devido a necessidade de trabalhar para o sustento da família e melhorar de vida, são empurrados para estudar no período da noite para concluírem o ensino fundamental, médio, superior e cursos técnicos. 

Só que há um grande problema nesse turno escolar na rede estadual de ensino: muitas escolas estão fechando à noite e turmas inteiras estão sendo desfeitas. E quando os alunos conseguem uma vaga, a maioria deles na modalidade Jovens e Adultos (EJA), são em escolas bem distantes de suas casas. Um absurdo! 

A Seduc justifica essa situação afirmando que existe evasão de alunos no período noturno. Alguns professores falam da má vontade do poder público em gerir a escola à noite também pelo alto abandono de alunos que resulta no baixo rendimento escolar. 

Sabemos que o trabalho influencia na desistência escolar de jovens e adultos, como ainda a distância de suas casas e a insegurança da cidade e da escola durante à noite. No entanto, não há programa de combate à evasão escolar nos turnos da noite, somente nos períodos diurnos. 

Escolas fechadas no Amazonas são um desrespeito ao cidadão que paga impostos para receber educação e é um absurdo para um Estado que precisa acabar com o analfabetismo. Um problema a ser resolvido pelo Governo. Como dizia Paulo Freire: “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”. 

* Economista e deputado estadual pelo PT 

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