Polícia Federal no Amazonas cumpre mandados de prisão durante Operação Ascaris II
A operação foi deflagrada nesta quarta-feira (21) e prendeu cinco pessoas acusadas de desvio e venda de merenda escolar da Secretaria Municipal de Educação (Semed)
Por: CASSANDRA CASTRO
Foto: Alexandre Fonseca (A Crítica)
Cinco pessoas foram presas nesta quarta-feira (21) em cumprimento a mandados de prisão expedidos pela 11ª Vara Criminal. A operação da Polícia Federal, batizada de Ascaris II, dá continuidade às investigações feitas pela PF a pedido da Secretaria Municipal de Educação (Semed). A operação investiga o desvio e venda de merenda escolar da Prefeitura Municipal de Manaus.
Das cinco pessoas, três são funcionários contratados pela Semed pelo Regime de Direito Administrativo (RDA) e as outras duas são motoristas de uma empresa terceirizada que presta serviços à Secretaria. Durante a prisão, não foi apreendido nenhum alimento com os acusados.
De acordo com o delegado federal Vitor Soares, na primeira edição da Operação, deflagrada em fevereiro deste ano, duas pessoas foram presas em flagrante comercializando em pequenos estabelecimentos comerciais, alimentos destinados originalmente à merenda escolar. Em março, mais três pessoas envolvidas no esquema de desvio e venda de merenda foram presas. Durante o interrogatório das pessoas presas em março, a polícia ficou sabendo de que funcionários de dentro da Secretaria estavam participando do desvio.
Os funcionários envolvidos não tiveram os nomes divulgados pela Polícia Federal.
Segundo o delegado, eles participavam do esquema estocando os alimentos e abastecendo os caminhões. De acordo com informações do Subsecretário de Infraestrutura e Logística da Semed, Marcelo Campbell, a desconfiança de que algo estava errado surgiu depois que foi modernizado o controle da distribuição da merenda. Todos os caminhões que fazem a entrega dos alimentos são dotados de GPS e só podem abrir as portas para descarregar em um raio de 10 metros de distância das escolas. “Em fevereiro deste ano, um caminhão foi três dias seguidos a um mesmo local que de acordo com os dados do GPS, não era uma escola. Foi assim que aconteceu a primeira prisão, explicou o Subsecretário.
O delegado Vitor Soares disse que os donos dos estabelecimentos onde os alimentos eram entregues também estão sendo investigados. A polícia também deve apurar se há alguma participação dos gestores das escolas que seriam o destino das mercadorias, na irregularidade.
A Secretaria Municipal de Educação vai abrir inquérito administrativo para definir os procedimentos a serem tomados em relação aos funcionários envolvidos.
Os presos desta quarta-feira vão responder pelo crime de peculato, artigo 312 do Código Penal, que prevê uma pena de 2 a 12 anos de detenção.
A operação batizada de Ascaris faz alusão ao parasita muito conhecido que infecta as pessoas, principalmente crianças, alojando-se, normalmente, no intestino.
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