Por: Frederico A. Passos
Eles conseguiram? Sim, caros leitores e únicos amigos, os EUA, a OTAN e a dita oposição ao Governo líbio estão dizendo que derrubaram o seu governante, o ditador Muammar Kaddafi! Foram quase sete meses de conflito, com milhões de dólares empregados para derrubar o líder de um dos principais países exportadores de petróleo, localizado na África. Justamente a África, berço de tantos regimes ditatoriais. Mas, que será do povo líbio?
No final do mês de agosto, sabendo da possível vitória dos opositores, o Presidente dos EUA, Barack Obama, disse que “ajudaria o novo governo”, enviando os bilhões de dólares do Governo líbio congelados pelo Governo americano. É, caros leitores e únicos amigos, o governo do ditador Kaddafi tinha negócios com os americanos, com os franceses, com os ingleses e com os... Agora, os americanos irão usar o dinheiro do Governo líbio, que seria para pagar o petróleo importado daquele país pelos EUA, para “implantarem a democracia na Líbia”. Deve custar muito caro implantar uma democracia pelo mundo! Qual será o próximo país a receber tais benesses dos americanos?
Talvez, a Síria. O chamado modus operandi é o mesmo. Primeiro, eles satanizam o governo e seu governante. Em seguida, criam uma liderança de oposição, geralmente no exílio. Depois, colocam as grandes redes de comunicação para fazer o trabalho sujo: clamor nas ruas, falta de democracia, fome, perseguições, assassinatos de opositores, blá, blá, blá ... E depois? Depois levam o caso ao Conselho de Segurança da ONU, que, às vezes, permite intervenções, geralmente conduzidas pelos EUA. Mas, no caso líbio, os EUA ficaram distantes, deixaram a cargo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) o trabalho de “asfaltar” o caminho dos opositores, bombardeando “alvos militares” na Líbia.
Não foi isso que ocorreu com o Afeganistão, em 2001, quando os EUA derrubaram o regime dos talibãs, que antes haviam contribuído com os americanos na expulsão dos russos de seu território? E como está o Afeganistão hoje? Os afegãos estão muito bem, obrigado! As mulheres não usam mais a burca. Os homens podem tirar a barba. Existem shoppings sendo construídos em todos os lugares. O maior produto de exportação do país, o ópio, é legalizado. Não ocorrem atentados terroristas no País há pelo menos uma década. O biquíni e o topless foram liberados. E os talibãs? Desapareceram! São agora adeptos da não violência ativa.
Também não foi a mesma coisa que ocorreu no Iraque, em março de 2003? Os EUA não assassinaram seu antigo aliado, o ditador Saddam Hussein? Depois, as companhias petrolíferas americanas não tomaram de assalto os poços de petróleo iraquianos porque os opositores não saberiam administrar tamanho tesouro negro? E o que mais aconteceu? O Iraque, hoje, é um país livre, democrático, com eleições periódicas, voto secreto, direto e universal. Lá também estão sendo construídos shoppings. O povo pode ir à feira, passear nas praças e caminhar nas ruas sem temor. Os críticos irão perguntar: e os atentados terroristas? Sim, ainda ocorrem alguns atentadozinhos, mas sem causar mal nenhum. As explosões são semelhantes às das bombas que jogamos, aqui no Brasil, nas noites de São João! São benéficas!
Agora, duvido que os EUA ocupem outros países do continente africano, que sofrem igualmente com ditaduras sanguinárias, como no Sudão, Uganda, Quênia, Zâmbia etc. Não, eles não fariam isso! Afinal, tais países são produtores de marfim, banana, milho, abóbora. Inclusive, existe um que é o maior exportador de maxixe e quiabo! Quem vai se importar com tais países? Só a Angelina Jolie, o Brad Pitt, o Bono Vox, a Cruz Vermelha...
Um conselho: EUA, por favor, invadam Israel e libertem a Palestina! Aí sim, o ato não será mera coincidência!
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