Nascimento de menina da tribo Waimiri Atroari foi celebrada como símbolo de sobrevivência.
Nasceu no último dia 4 a menina Ketamyna Atroari, a milésima quingentésima integrante da comunidade indígena Waimiri Atroari, que vive na divisa dos estados do Amazonas e Roraima, próxima ao lago da usina hidrelétrica Balbina. Os Waimiri Atroari sobreviveram à extinção - morriam em média 20% ao ano e hoje têm taxa de natalidade de 6% ao ano. Em 1988, eram apenas 374 membros. A tribo é apoiada atualmente por um programa da Eletrobras Eletronorte, planejada para compensar os impactos provocados pelo alagamento de 30 mil hectares das terras indígenas - hoje demarcadas em 2.585.911 hectares - pela hidrelétrica Balbina.
Um dos principais fatores responsáveis pelo crescimento populacional desses índios, de acordo com a Eletrobras, é o atendimento de saúde, que valoriza a medicina tradicional e repassa conhecimentos e recursos da medicina moderna. Na reserva há 19 postos de saúde e oito laboratórios. As atividades são realizadas por uma médica, enfermeiras, odontólogas, 18 agentes técnicos, um motorista e com o apoio de 39 agentes técnicos de saúde e 12 laboratoristas indígenas. No começo, todos os laboratoristas eram brancos, mas depois os primeiros Waimiri foram treinados e repassaram os conhecimentos para outras pessoas da comunidade. Hoje são 12, escolhidos pelo povo.
Antes do programa, os Waimiri Atroari viviam um processo de desagregação de seus processos produtivos. Agora, os índios voltaram a realizar os roçados tradicionais e a independência alimentar foi resgatada.
Educação - O método pedagógico do sistema fornecido pela Eletronorte foi desenvolvido exclusivamente para a tribo. Primeiro, os índios aprendem a escrever na língua própria e, quando já estão interpretando a escrita, começam a aprender o português e a matemática. As aulas não se limitam à escola. Outros espaços são explorados como recurso didático, a exemplo de caçadas, pescarias e construção de malocas. São 19 escolas, 54 professores Waimiri Atroari e sete não-índios que auxiliam em disciplinas como ciências, geografia e matemática. No início do programa não havia professores da etnia, isso só aconteceu com a realização de cursos de capacitação.
Nascimento - Com quatro quilos e 49 centímetros, a pequena Ketamyna (pronuncia-se quetamuná) nasceu na Aldeia Paryry (pronuncia-se paruru). Em breve, em uma das aldeias Waimiri Atroari, haverá a festa de comemoração pelo nascimento.
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