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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Prioridade absurda - Francisco Praciano*


O Diário Oficial do Município, do último dia 8 de agosto, traz a publicação do chamado “Relatório Resumido da Execução Orçamentária do Município de Manaus” referente ao primeiro semestre de 2012. Veem-se, no Relatório, as informações sobre as despesas realizadas por cada órgão público municipal e, também, o quanto foi destinado para gasto em cada área de atuação do município, como, por exemplo, Saneamento, Saúde, Educação, etc.

A Lei Orçamentária do Município para o ano de 2012, elaborada pelo Poder Executivo Municipal e aprovada pelos Vereadores no final do ano passado, reservou R$ 28 milhões para o atual prefeito gastar com propaganda, enquanto que para “Transportes Coletivos Urbanos”, um dos maiores problemas de Manaus, reservou apenas R$ 12,6 milhões e para “Assistência ao Portador de Deficiência” reservou míseros R$ 36 mil.

A simples leitura desses números já revela o que parece realmente prioritário para a administração pública da nossa cidade. Contudo, vejamos ainda como esses recursos foram trabalhados pela atual administração durante o primeiro semestre deste ano, de acordo com o já citado Relatório Resumido: dos R$ 28 milhões reservados para propaganda e publicidade, a prefeitura já empenhou (isto é, já reservou para pagamento) R$ 21 milhões, o que equivale a 73%. Enquanto isso, dos R$ 12,6 milhões reservados para “Transportes Coletivos Urbanos”, a prefeitura empenhou apenas R$ 97 mil (o equivalente a 0,7%) e, dos R$ 36 mil para gastos na função “Assistência ao Portador de Deficiência”, a prefeitura não empenhou absolutamente nenhum centavo.

A conclusão, meus amigos, é única: na nossa cidade, a publicidade governamental é mais valorizada do que a assistência aos milhares de cidadãos deficientes, do que investimento na construção e reforma de terminais de ônibus ou do que programas de educação no trânsito. É mais fácil fazer peça publicitária e gastar milhões com propaganda do que resolver os principais problemas que atingem, diretamente, o dia a dia do cidadão.

* Publicado terça-feira, dia 11 de setembro de 2012, no Jornal Dez.

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