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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ÁRVORES E JUSTIÇA - Francisco Praciano*


Na semana passada, uma mangueira que há muitos anos concedia sua sombra aos que passavam em frente ao Teatro Amazonas foi cortada pela Prefeitura de Manaus, sob a alegação de que a mesma estava com problemas e precisava, por isso, ser retirada. Essa história, embora triste, me fez lembrar uma outra, mais alegre e mais humana, que tem como personagem principal um Juiz do Maranhão.

Em setembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Maranhão lançou um Programa intitulado “Uma Sentença, Uma Árvore”, idealizado pelo juiz Marlon Reis, da comarca de João Lisboa (MA). Esse magistrado, aliás, foi também um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa e o primeiro juiz brasileiro a exigir a divulgação antecipada dos doadores de campanha eleitoral.

O Programa “Uma Sentença, Uma Árvore”, segundo declarações do próprio juiz Marlon Reis, foi criado objetivando reduzir os impactos ambientais provocados, por exemplo, pelo consumo de energia, de papel e de água durante as atividades dos fóruns e do Tribunal de Justiça do Maranhão. 

De acordo com o Programa, a cada sentença proferida ou acordo judicial lavrado, ao menos uma muda é plantada. Assim, por exemplo, para cada sentença de adoção de uma criança são plantadas quatro árvores, enquanto cada conciliação realizada faz surgir, nas áreas mais degradadas da cidade de João Lisboa, três árvores. O Programa também cria postos de trabalho para os recém-saídos do sistema prisional, responsáveis pelo plantio das mudas.

Soube, recentemente, que o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil de outros Estados, além de entidades da iniciativa privada, demonstraram interesse em participar dessa iniciativa. 

Ao mesmo tempo em que torço para que esse Programa encontre total apoio na Justiça, na OAB e no Ministério Público do nosso Estado, aproveito a oportunidade para fazer a seguinte sugestão ao Secretário que mandou cortar a mangueira: que tente fazer um estágio de pelo menos uma semana com o Juiz Marlon Reis. O mundo só terá a ganhar com isso.

* Publicado no Jornal Dez Minutos.

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