Aqui no Amazonas, dezenas de candidatos a prefeito ou vereador, que até há pouco tempo eram tidos como fichas sujas, tiveram seus registros de candidatura liberados pelo Tribunal Regional Eleitoral. Dentre esses candidatos, há os que se encontram processados por crimes contra a administração pública e que, inclusive, já estiveram presos. Há, também, alguns que já foram prefeitos, secretários ou presidentes de Câmaras Municipais e tiveram suas contas desaprovadas, quer pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), quer pelo Tribunal de Contas da União (TCU). E há, por fim, aqueles que além de terem sido condenados pelo TCE ou pelo TCU ainda respondem a processos criminais.
O fato acima lembrado leva à inevitável conclusão de que Lei da Ficha Limpa, cuja redação contou com a participação de inúmeras entidades representativas da sociedade brasileira, possui brechas das quais esses candidatos têm se aproveitado. Já nessas eleições de 2012, a primeira na qual a referida Lei da Ficha Limpa passou a vigorar plenamente, a maioria dos candidatos fichas sujas tem motivos para comemorar.
As brechas existentes na Lei da Ficha Limpa poderão ser detectadas e fechadas pelo Congresso Nacional. Esse é um trabalho, no entanto, que só irá gerar resultados nas eleições dos próximos anos.
E quanto às eleições que ocorrerão no domingo, dia 7 de outubro? Nessas, caros amigos, somente as senhoras e os senhores, na qualidade de eleitores, é quem poderão barrar, por meio do bom voto, aqueles candidatos que há muito tempo já deveriam estar banidos da vida pública, ainda que estes tenham conseguido seus registros de candidatura.
Por meio do voto, a senhora e o senhor, de forma muito mais rápida do que a Justiça ou qualquer Tribunal de Contas, poderão impedir que sejam eleitas ou reeleitas aquelas pessoas em grande parte responsáveis pela péssima qualidade dos serviços públicos de transporte coletivo, de água e esgoto, de educação e de saúde. Espero que reflitamos sobre isso, desejo a todos uma boa eleição.
* (Publicado terça-feira, 25 de setembro /2012, no Jornal Dez Minutos - por Francisco Praciano)
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